O santo Batismo é o fundamento de toda a vida cristã, a porta da vida no Espírito (“vitae spiritualis janua”) e a porta que abre o acesso aos demais sacramentos. Pelo Batismo somos libertados do pecado e regenerados como filhos de Deus, tornamo-nos membros de Cristo, somos incorporados à Igreja e feitos participantes de sua missão [Conf. Conc. de Florença: DS 1314; CIC, cân. 204,1; 849; CCEO, cân. 675,1] : “Baptismus está sacramentum regenerationis per aquam in verbo. O Batismo é o sacramento da regeneração pela água na Palavra. [Catech. R. 2,2,5] ”
O Batismo é a porta dos sacramentos, que são sinais e instrumentos da graça, isto é, da vida divina em nós. Essa vida só é possível porque somos inseridos em Cristo pelo batismo, recebendo no Cristo a vida nova conforme lemos na sagrada escritura: 'Respondeu Jesus: 'em verdade te digo, quem não renascer da água e do Espírito não poderá entrar no reino de Deus' (Jo 3,5).
'Fomos, pois, sepultados com ele (Cristo) na sua morte pelo batismo, para que, como Cristo ressurgiu dos mortos pela glória do pai, vivamos uma vida nova.' (Rm 6,4).
O batismo é também meio de libertação do pecado, tanto original como atual.
Quando recebemos o sacramento do Batismo, somos transformados de criaturas para filhos amados de Deus.
Em Puebla nossos bispos declararam que: "Na Igreja nos convertemos verdadeiramente em filhos do Pai em Jesus Cristo, que nos torna participantes de Sua vida, pelo poder do Espírito Santo, mediante o batismo. Esta graça da filiação divina é o grande tesouro que a Igreja deve oferecer aos homens de nosso continente". (Puebla 240).
O Batismo é um nascimento. Assim como a criança recém-nascida depende dos pais para viver, também dependemos da vida que Deus nos oferece. No batismo, a Igreja reunida celebra essa experiência de sermos dependentes, filhos de Deus. Através dele, participamos da vida de Cristo, que é o grande sinal de que Deus cuida de nós.
"O 'ser incorporado em Cristo’ e 'participar da vida de Cristo’ é por São Paulo designado um revestimento: 'Todos vós que fostes batizados em Cristo, vos revetistes de Cristo’ (Gl3,27). A veste, para os antigos, não era mera capa, mas era a expressão do íntimo do sujeito (como ainda hoje as vestes do soldado, do marinheiro, do médico, do juiz... exprimem o que cada um é na sua realidade íntima); por conseguinte, 'revestir-se do Cristo’ significa 'comungar com a vida de Cristo’, 'prolongar a vida, a morte e a ressurreição de Jesus na existência mesma do cristão’"Curso sobre os sacramentos por correspondência, Escola Matter Ecclesiae, Dom Estévão Bettencourt, pág. 56).
Para refletir:
Amigo(a) ouvinte, Jesus tem um infinito desejo de nos comunicar sua vida gloriosa. E para corresponder a esse divino desejo, precisamos viver no Espírito do nosso batismo, ou seja: renunciar a tudo o que na nossa vida, é fruto do pecado, fazer morrer em nós, cada vez mais o "velho homem", como diz São Paulo em (Rm 6,6). É preciso que tudo em nós seja governado pela graça. Essa obra, iniciada no batismo, continua durante toda a nossa existência.
Como conseqüência da presença da Santíssima Trindade em nossa alma, o cristão, o batizado, vive e dialoga com Deus de uma maneira inteiramente nova. Vive uma vida abençoada, que agrada a Deus, uma vida de amor, edificando o Corpo de Cristo que é a Igreja e em união com os irmãos. Assim cria um ambiente de amor e comunhão onde estiver. Não é esse o anseio de todas as pessoas? Paz, amor, compreensão, diálogo.....
Você amigo ouvinte, gozará dessa rica herança que Jesus nos legou se a Santíssima Trindade habitar em sua alma e se Jesus mesmo for o seu "Rei e centro de seu coração".
Peçamos ao Pai, que através do nosso batismo, em que fomos sepultados na morte com Seu Filho, ressuscitemos com Ele para a vida eterna. (cf. o Rito de bênção da água batismal).
I. Como é chamado este sacramento?
Ele é denominado Batismo com base no rito central pelo qual é realizado: batizar (“baptizem”, em grego) significa “mergulhar”, “imergir”; o “mergulho” na água simboliza o sepultamento do catecúmeno na morte de Cristo, da qual com Ele ressuscita [Cf. Rm 6,3-4; Cl 2,12] como “nova criatura” (2Cor 5,17; Gl 6,15).
A palavra batismo vem do grego e significa imergir, submergir ou também tingir, ablução ou purificação com água. É adequada para exprimir tanto o sinal externo do sacramento que é a lavagem do corpo, quanto à realidade interna que é a purificação da alma.
A Carta do Apóstolo Paulo citada aqui no Catecismo diz: Pelo Batismo fomos sepultados com Cristo na morte, para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai. Assim também nós vivamos uma vida nova.
Porque "todos nós que fomos batizados em Cristo fomos batizados na sua morte. Fomos sepultados com Ele pelo Batismo na sua morte, para que, assim como Cristo ressuscitou dos mortos…, também nós vivamos uma vida nova. Se, na verdade, estamos totalmente unidos a Cristo por morte semelhante à sua, também o estaremos por uma ressurreição semelhante à sua” (Rm 6,3-5).
Pelo batismo: nascemos para uma vida nova. Páscoa é a passagem de todo ser humano da morte para a vida em Cristo, pelo batismo. São Paulo faz apelo à simbologia do batismo por imersão: o fato de ser imergido para dentro da água representa a morte e sepultura; o emergir da água já batizado, já tornado “nova criatura”, significa a ressurreição, a nova vida divina. Ele, ao dizer que nós “fomos batizados na sua morte”, quer dizer que nos unimos pelo batismo tão intimamente à morte de Cristo, destruidora de todo o pecado, que também nós morremos para o pecado, a tal ponto que este já não deve dominar mais a nossa vida. A nossa vida tem que ser uma vida de ressuscitados: “vivos para Deus, em Cristo Jesus”. É essa vida nova que celebramos na Vígilia Pascal que se abre à luz do Círio Pascal. E o apóstolo nos convida a sermos conscientes dessa novidade e sermos testemunhas da ressurreição compartilhando na vida da comunidade a nossa condição de “vivos para Deus”, em Jesus Cristo.
Portanto, o batismo nos faz nascer de novo, sobrenaturalmente, porque nos incorpora a Cristo e, mais precisamente, porque nos mergulha na morte e ressurreição de Cristo.
Revestir-se de Cristo é ter em si a vida de Cristo, ser uma "nova criatura em Cristo". Pois, "Todo aquele que está em Cristo é uma nova criatura" (2cor 5,17).
Diácono Antonio Carlos
Comunidade Católica Nova Aliança