É pela conversão do pão e do vinho no Corpo e no Sangue de Cristo que este se torna presente em tal sacramento (CIC § 1375)

Os Padres da Igreja afirmaram com firmeza a fé da Igreja na eficácia da Palavra de Cristo e da ação do Espírito Santo para operar esta conversão. Assim, São João Crisóstomo declara:

Não é o homem que faz com que as coisas oferecidas se tornem Corpo e Sangue de Cristo, mas o próprio Cristo, que foi crucificado por nós. O sacerdote, figura de Cristo, pronuncia essas palavras, mas sua eficácia e a graça são de Deus. Isto é o meu Corpo, diz Ele. Estas palavras transformam as coisas oferecidas [Prod. Jud. 1,6: PG 49,380C] .

E Santo Ambrósio afirma acerca desta conversão:

Estejamos bem persuadidos de que isto não é o que a natureza formou, mas o que a bênção consagrou, e que a força da bênção supera a da natureza, pois pela bênção a própria natureza é mudada [Sto. Ambrósio, De mysteriis 9,50: CSEL 73,110 (PL 16,405)] . Por acaso a palavra de Cristo, que conseguiu fazer do nada o que não existia, não poderia mudar as coisas existentes naquilo que ainda não eram? Pois não é menos dar às coisas a sua natureza primeira do que mudar a natureza delas [De mysteriis, 9,50,52: PL 16,405-406.] .

Diante do ensinamento aqui do Magistério da Igreja, "é preciso dizer que o pão e o vinho, em sua realidade íntima (substância), deixam de ser pão e vinho para se tornar a realidade mesma do Corpo e do Sangue de Cristo.

Como na criação há a produção de todo o ser, asim na Eucaristia há a conversão de todo o ser. Ora  'conversão de todo o ser' é 'conversão de toda a substância' ou 'conversão substancial' ou 'transubstanciação' , como veremos no parágrafo seguinte.

Paralelamente, assim como só Deus pode criar, só Deus pode 'transubstanciar'; uma e outra atividade supõem o poder infinito do Altíssimo, que pode fazer do 'não ser' o 'ser'. As criaturas só podem de 'tal ser' fazer 'tal outro ser'; elas não abrangem o ser como tal, mas apenas aspectos do ser." (Cf. Curso sobre os Sacramentos por correspondência, Escola Mater Ecclesiae, pág. 136, Dom Estévão Bettencourt).