A presença eucarística de Cristo começa no momento da consagração e dura também enquanto subsistirem as espécies eucarísticas (CIC § 1377)

Cristo está presente inteiro em cada uma das espécies e inteiro em cada uma das partes delas, de maneira que a fração do pão não divide o Cristo [Cf. Conc. De Trento: DS 1641] .

A consagração "faz com que a presença do Cristo eucarístico se possa multiplicar (sem que o corpo de Cristo se multiplique), desde que se multipliquem os fragmentos de pão consagrados nas mais diversas terras do mundo. Quero escarecer que não há bilocação nem multilocação do corpo de Cristo, porque simplesmente não há locação do mesmo, mas apenas locação e multilocação do pão consagrado.

As idéias aqui expostas também explicam que o corpo de Cristo não se parta nem se divida quando se divide a hóstia consagrada. O corpo de Cristo sob os acidentes do pão nem tem extensão nem quantidade próprias; por conseguinte, não se pode dizer que tal fragmento da hóstia corresponda tal parte do corpo de Cristo (é obvio que as dimensões de uma hóstia pequenina não se pode medir com as do corpo do Senhor). Por conseguinte, quando o pão consagrado é partido, só se parte a quantidade do pão, não o corpo mesmo de Jesus.

Assim muitas hóstias e muitos fragmentos de hóstias não constituem muitos Cristos, o que seria absurdo, mas muitas 'presenças' de um só e mesmo Cristo. De modo semelhante a multiplicação dos espelhos não multiplica o objeto original, mas multiplica a presença desse objeto; também a multiplicação dos ouvintes de uma sinfonia não multiplica essa sinfonia, mas a presença da mesma.

[O Catecismo aqui trata também da subsistências das espécies eucarísticas.]  À luz de quanto acaba de ser dito, entende-se outrossim que, quando se deteriora o pão eucarístico por efeito do tempo, dos sucos digestivos ou de um agente corruptor, o que se estraga são apenas os acidentes do pão: quantidade, cor, figura... (estes acidentes é que evidentemente são atingidos pela deterioração); quanto ao Corpo de Cristo, simplesmente deixa de estar presente sob os véus eucarísticos desde que estes sofram alterações tal que, segundo o bom senso, não possam mais ser identificados como tais; foi às espécies ou as aparências de pão e vinho, não às de algum outro corpo, que Cristo quis assegurar a sua presença sacramental." (Cf. Curso sobre os Sacramentos por correspondência, Escola Mater Ecclesiae, pág. 134 e 135, Dom Estévão Bettencourt).