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Liturgia de 11 de fevereiro de 2020

TERÇA FEIRA DA V SEMANA DO TEMPO COMUM

(cor verde - ofício do dia)

Antífona da entrada

- Entrai, inclinai-vos e prostrai-vos: adoremos o Senhor que nos criou, pois ele é o nosso Deus (Sl 94,6).

Oração do dia

- Velai, ó Deus, sobre a vossa família com incansável amor; e, como só confiamos na vossa graça, guardai-nos sob a vossa proteção. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

1ª Leitura: 1 Rs 8,22-23.27-30


- Leitura do primeiro livro dos Reis: Naqueles dias, 22Salomão pôs-se de pé diante do altar do Senhor, na presença de toda a assembleia de Israel, estendeu as mãos para o céu e disse: 23 “Ó Senhor, Deus de Israel, não há Deus igual a ti nem no mais alto dos céus, nem aqui embaixo na terra; tu és fiel à tua misericordiosa aliança com teus servos, que andam na tua presença de todo o seu coração. 27Mas será que Deus pode realmente morar sobre a terra? Se os mais altos céus não te podem conter, muito menos esta casa que eu construí! 28Mas atende, Senhor meu Deus, à oração e à súplica do teu servo, e ouve o clamor e a prece que ele faz hoje em tua presença. 29Teus olhos estejam abertos noite e dia sobre esta casa, sobre o lugar do qual disseste: ‘Aqui estará o meu nome!’ Ouve a oração que o teu servo te faz neste lugar. 30Ouve as súplicas de teu servo e de teu povo Israel, quando aqui orarem. Escuta-os do alto da tua morada, no céu, escuta-os e perdoa!

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 84,3.4.5.10,11 (R: 2)

- Quão amável, ó Senhor, é vossa casa!

R: Quão amável, ó Senhor, é vossa casa!


- Minha alma desfalece de saudades e anseia pelos átrios do Senhor! Meu coração e minha carne rejubilam e exultam de alegria no Deus vivo!

R: Quão amável, ó Senhor, é vossa casa!


- Mesmo o pardal encontra abrigo em vossa casa, e a andorinha ali prepara o seu ninho, para nele seus filhotes colocar: vossos altares, ó Senhor Deus do universo! Vossos altares, ó meu Rei e meu Senhor!

R: Quão amável, ó Senhor, é vossa casa!


- Felizes os que habitam vossa casa; para sempre haverão de louvar! Olhai, ó Deus, que sois a nossa proteção, vede a face do eleito, vosso Ungido!

R: Quão amável, ó Senhor, é vossa casa!


- Na verdade, um só dia em vosso templo vale mais do que milhares fora dele! Prefiro estar no limiar de vossa casa, a hospedar-me na mansão dos pecadores!

R: Quão amável, ó Senhor, é vossa casa!

 

Aclamação ao santo Evangelho.

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

- Inclinai meu coração às vossas advertências e dai-me a vossa lei como um presente valioso! (Sl 118,36.29).

Aleluia, aleluia, aleluia.

Evangelho Jesus Cristo, segundo Marcos: Mc 7,1-13


- O Senhor esteja convosco.

- Ele está no meio de nós.

 

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Marcos.

- Glória a vós, Senhor!

- Naquele tempo, 1os fariseus e alguns mestres da Lei vieram de Jerusalém e se reuniram em torno de Jesus. 2Eles viam que alguns dos seus discípulos comiam o pão com as mãos impuras, isto é, sem as terem lavado. 3Com efeito, os fariseus e todos os judeus só comem depois de lavar bem as mãos, seguindo a tradição recebida dos antigos. 4Ao voltar da praça, eles não comem sem tomar banho. E seguem muitos outros costumes que receberam por tradição: a maneira certa de lavar copos, jarras e vasilhas de cobre. 5Os fariseus e os mestres da Lei perguntaram então a Jesus: “Por que os teus discípulos não seguem a tradição dos antigos, mas comem o pão sem lavar as mãos?” 6Jesus respondeu: “Bem profetizou Isaías a vosso respeito, hipócritas, como está escrito: ‘Este povo me honra com os lábios, mas seu coração está longe de mim. 7De nada adianta o culto que me prestam, pois as doutrinas que ensinam são preceitos humanos’. 8Vós abandonais o mandamento de Deus para seguir a tradição dos homens”.  9E dizia-lhes: “Vós sabeis muito bem como anular o mandamento de Deus, a fim de guardar as vossas tradições. 10Com efeito, Moisés ordenou: ‘Honra teu pai e tua mãe’. E ainda: ‘Quem amaldiçoa o pai ou a mãe deve morrer’. 11Mas vós ensinais que é lícito alguém dizer a seu pai e à sua mãe: ‘O sustento que vós poderíeis receber de mim é Corban, isto é, Consagrado a Deus’. 12E essa pessoa fica dispensada de ajudar seu pai ou sua mãe. 13Assim vós esvaziais a Palavra de Deus com a tradição que vós transmitis. E vós fazeis muitas outras coisas como estas”.

- Palavra da salvação.

- Glória a vós, Senhor!

 

 

 

Liturgia comentada

Com mãos profanas... (Mc 7,1-13)

Enquanto o povo simples acolhia com sede a palavra de Jesus, os homens mais ligados ao “establishment” religioso, ao contrário, viam Jesus como uma ameaça permanente. Ao dizer “ouvistes dos antigos”, mas “eu vos digo” (cf. Mt 5), Jesus podia dar a impressão de quebrar a tradição. Ao predizer a destruição do Templo, assumiria ares de iconoclasta. Era como se o povo fosse estimulado a entrar em choque com o ensino “oficial” dos escribas e fariseus.

No Evangelho de hoje, o simples fato de os discípulos comerem sem lavar as mãos é traduzido como um choque entre o sagrado e o profano. Vejamos o comentário da Bíblia de Navarra:

“O lavar-se as mãos não era por motivos de higiene ou de urbanidade, mas tinha um significado religioso de purificação. Em Ex 30,17ss, a Lei de Deus prescrevia a purificação dos sacerdotes antes de suas funções cultuais. A tradição judaica tinha-o ampliado a todos os israelitas para antes de todas as refeições, querendo dar a estas um significado religioso que se refletia nas bênçãos com que elas começavam. A purificação ritual era símbolo da pureza moral com que uma pessoa deve apresentar-se diante de Deus (Sl 24,3ss; 51,4-9) ...”

Mas do rito à rotina, do culto ao exibicionismo, é um curto passo. Pior ainda: os fariseus cuidavam do exterior, mas o interior não correspondia à casca visível de suas atitudes. O próprio Jesus chegou a defini-los como “sepulcros caiados” (Mt 23,27): “por fora, bela viola; por dentro, pão bolorento”

Evidentemente, a intenção de Jesus não era desvalorizar os sinais exteriores de nossa devoção, mas deixou claro que tais sinais só assumem valor diante de Deus quando nosso coração corresponde intimamente aos gestos visíveis do lado de fora. Do contrário, somos como quem usa máscaras de teatro, isto é, “hipócritas”.

Por isso mesmo, nós devemos ficar bem atentos ao nosso modo de proceder. O “eu” humano está sempre sujeito à vaidade, visitado pelas tentações de exibicionismo e ameaçado pela busca de aplausos. Mesmo em nossas orações e celebrações comunitárias, preparadas com cuidado e carinho, esse risco está presente.

Pregar a palavra de Deus, rezar pelas pessoas que nos procuram, cantar e tocar na igreja – tudo isto deve ser realizado como serviço humilde. Até porque nossa vaidade acabaria anulando os frutos espirituais de nosso ministério...

Orai sem cessar: “Senhor, amais a sinceridade de coração.” (Sl 51,8)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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