Liturgia de 19 de setembro de 2019

QUINTA FEIRA DA XXIV SEMANA COMUM

(verde - ofício do dia)

Antífona da entrada

- Ouvi, Senhor, as preces do vosso servo e do vosso povo eleito: dai a paz àqueles que esperam em vós, para que os vossos profetas sejam verdadeiros (Eclo 36,18).

Oração do dia

- Ó Deus, criador de todas as coisas, volvei para nós o vosso olhar e, para sentirmos em nós a ação do vosso amor, fazei que vos sirvamos de todo coração. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

1ª Leitura: 1 Tm 4, 12-16


- Leitura da primeira carta de são Paulo a Timóteo -  Caríssimo: 12Ninguém te despreze por seres jovem. Pelo contrário, serve de exemplo para os fiéis, na palavra, na conduta, na caridade, na fé, na pureza. 13Até que eu chegue, dedica-te à leitura, à exortação, ao ensino. 14Não descuides o dom da graça que tu tens 
e que te foi dada por indicação da profecia, acompanhada da imposição das mãos do presbitério. 15Com perseverança, põe estas coisas em prática, para que todos vejam o teu progresso. 16Cuida de ti mesmo e daquilo que ensinas. Mostra-te perseverante. Assim te salvarás a ti mesmo e também àqueles que te escutam. 

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 111, 7-8.9-10 (R: 2a)

- Grandiosas são as obras do Senhor!

R: Grandiosas são as obras do Senhor!

 

- As obras de suas mãos são verdade e justiça, imutáveis os seus preceitos, Irrevogáveis pelos séculos eternos, instituídos com justiça e equidade.

R: Grandiosas são as obras do Senhor!

 

- Enviou a seu povo a redenção, concluiu com ele uma aliança eterna. Santo e venerável é o seu nome.

R: Grandiosas são as obras do Senhor!

 

- O temor do Senhor é o começo da sabedoria; sábios são aqueles que o adoram. Sua glória subsiste eternamente.

R: Grandiosas são as obras do Senhor!

Aclamação ao santo Evangelho.

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 - Vinde a mim, todos vós que estais cansados, e descanso eu vos darei, diz o Senhor (Mt 11,28).

Aleluia, aleluia, aleluia.

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas: Lc 7,36-50


- O Senhor esteja convosco.

- Ele está no meio de nós.

 

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Lucas.

- Glória a vós, Senhor!

- Naquele tempo, 36Um fariseu convidou Jesus a ir comer com ele. Jesus entrou na casa dele e pôs-se à mesa. 37Uma mulher pecadora da cidade, quando soube que estava à mesa em casa do fariseu, trouxe um vaso de alabastro cheio de perfume; 38e, estando a seus pés, por detrás dele, começou a chorar. Pouco depois suas lágrimas banhavam os pés do Senhor e ela os enxugava com os cabelos, beijava-os e os ungia com o perfume. 39Ao presenciar isto, o fariseu, que o tinha convidado, dizia consigo mesmo: Se este homem fosse profeta, bem saberia quem e qual é a mulher que o toca, pois é pecadora. 40Então Jesus lhe disse: Simão, tenho uma coisa a dizer-te. Fala, Mestre, disse ele. 41Um credor tinha dois devedores: um lhe devia quinhentos denários e o outro, cinquenta. 42Não tendo eles com que pagar, perdoou a ambos a sua dívida. Qual deles o amará mais? 43Simão respondeu: A meu ver, aquele a quem ele mais perdoou. Jesus replicou-lhe: Julgaste bem. 44E voltando-se para a mulher, disse a Simão: Vês esta mulher? Entrei em tua casa e não me deste água para lavar os pés; mas esta, com as suas lágrimas, regou-me os pés e enxugou-os com os seus cabelos. 45Não me deste o ósculo; mas esta, desde que entrou, não cessou de beijar-me os pés. 46Não me ungiste a cabeça com óleo; mas esta, com perfume, ungiu-me os pés. 47Por isso te digo: seus numerosos pecados lhe foram perdoados, porque ela tem demonstrado muito amor. Mas ao que pouco se perdoa, pouco ama. 48E disse a ela: Perdoados te são os pecados. 49Os que estavam com ele à mesa começaram a dizer, então: Quem é este homem que até perdoa pecados? 50Mas Jesus, dirigindo-se à mulher, disse-lhe: Tua fé te salvou; vai em paz.

- Palavra da salvação.

- Glória a vós, Senhor!

 

 

 

Liturgia comentada

Mostrou muito amor... (Lc 7,36-50)

Este Evangelho traz uma cena incômoda. Sem mais rodeios, São Lucas registra a “saia justa” em que Jesus se surpreende, quando uma mulher de má fama invade o banquete, em casa de um fariseu, e se põe a beijar os pés de Jesus, molha-os com suas lágrimas e enxuga-os com os próprios cabelos.

Em silêncio, o rígido anfitrião julga Jesus: “Não pode ser profeta o homem que se sujeita a essa relação impura”. Jesus, ao contrário, avalia tudo com outro olhar: “Ela muito amou...”

O legalismo dos fariseus manifesta uma fixação na pureza ritual, separando estritamente pessoas e objetos em duas classes: puros e impuros. Naturalmente, eles se julgavam puros. Jesus, ao contrário, toca os leprosos, acolhe os pecadores e revela seu infinito potencial de transformar nossa impureza em sanidade, mudar pecado em perdão. Ele diz explicitamente: “Eu vim para os pecadores!” (Mc 2,17)

Mas não podemos nos centrar no gesto de amor dessa mulher. Sim, ela muito amou, mas existe alguém que amou muito mais que ela: o próprio Deus! E é por meio de nossos pecados que esse amor se revela.

Eis o que diz André Louf: “Para a mulher pecadora, foi necessário o pecado e o perdão. Mas para Deus, igualmente – e São Paulo o diz de maneira explícita – era necessário o pecado do homem, o de Adão e o nosso, para conseguir revelar- nos o amor de Deus. ‘A prova de que Deus nos ama, é que Cristo morreu por nós quando ainda éramos pecadores’ (Rm 5,8). Em sua Sabedoria misericordiosa, assim Deus o quis: o amor de Deus não é uma recompensa concedida àquele que é justo e não precisa de perdão. Ele é uma força que perdoa e restaura, que cobre uma multidão de pecados, que transborda e supera o fosso cavado entre Deus e sua criatura”.

Esta verdade paradoxal parece inteiramente fora do alcance do fariseu legalista. Ele estava pronto a oferecer um banquete material só para justos, mas Jesus Cristo oferece um banquete espiritual para todo pecador capaz de chorar seus pecados.

E o engano de Simão é denunciado à luz do sol quando o Mestre compara seu comportamento com o gesto da pecadora. Ele negara ao visitante a água para lavar os pés, o ósculo na face e o óleo perfumado; ela oferece lágrimas, beija os pés de Jesus e unge-os com uma essência preciosa (cf. Jo 12,3).

Quem muito ama, muito é perdoado... Quem muito ama, muito perdoa...

Orai sem cessar: “Nossas culpas pesam sobre nós, mas tu as perdoas...” (Sl 65,4)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

This email address is being protected from spambots. You need JavaScript enabled to view it.