Liturgia de 15 de agosto de 2020

SABADO – XIX SEMANA DO TEMPO COMUM

(verde – ofício do dia)

Antífona da entrada

 

- Considerai, Senhor, vossa aliança, e não abandoneis para sempre o vosso povo. Lembrai-vos, Senhor, defendei vossa causa e não desprezeis o clamor de quem vos busca (Sl 73,20.19.22).

 

Oração do dia

 

- Deus eterno e todo-poderoso, a quem ousamos chamar de Pai, dai-nos cada vez mais um coração de filhos, para alcançarmos um dia a herança prometida. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

1ª Leitura: Ex 18,1-10.13b.30-32

 

- Leitura da profecia de Eze­quiel: 1A palavra do Senhor foi-me dirigida nestes termos: 2“Que provérbio é esse que andais repetindo em Israel: ‘Os pais comeram uvas verdes, e os dentes dos filhos ficaram embotados?’ 3Juro por minha vida — oráculo do Senhor Deus —, já não haverá quem repita esse provérbio em Israel. 4Todas as vidas me pertencem. Tanto a vida do pai como a vida do filho são minhas. Aquele que pecar é que deve morrer. 5Se um homem é justo e pratica o direito e a justiça, 6não participa de refeições rituais sobre os montes, não levanta os olhos para os ídolos da casa de Israel, não desonra a mulher do próximo, nem se aproxima da mulher menstruada; 7se não oprime ninguém, devolve o penhor devido, não pratica roubos, dá alimento ao faminto e cobre de vestes o que está nu; 8se não empresta com usura, nem cobra juros, afasta sua mão da injustiça, e julga imparcialmente entre homem e mulher; 9se vive conforme as minhas leis e guarda os meus preceitos, praticando-os fielmente, tal homem é justo e, com certeza, viverá — oráculo do Senhor Deus. 10Mas, se tiver um filho violento e assassino, que pratica uma dessas ações, 11embora o pai não as tenha praticado, e participa de refeições rituais sobre os montes, desonra a mulher do próximo, 12oprime o pobre e o necessitado, pratica a rapina, não devolve o penhor, levanta os olhos para os ídolos, faz coisas abomináveis, 13btal filho de modo algum viverá. Porque fez todas essas coisas abomináveis, com certeza, morrerá; ele é responsável pela sua própria morte. 30Pois bem, vou julgar cada um de vós, ó casa de Israel, segundo a sua conduta — oráculo do Senhor Deus. Arrependei-vos, convertei-vos de todas as vossas transgressões, a fim de não terdes ocasião de cair em pecado. 31Afastai-vos de todos os pecados que praticais. Criai para vós um coração novo e um espírito novo. Por que haveis de morrer, ó casa de Israel? 32Pois eu não sinto prazer na morte de ninguém — oráculo do Senhor Deus. Convertei-vos e vivereis!”

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 51,12-15.18-19 (R: 12a)

 

- Ó Senhor, criai em mim um coração que seja puro!
R: Ó Senhor, criai em mim um coração que seja puro!


- Criai em mim, um coração que seja puro, dai-me de novo um espírito decidido. Ó Senhor, não me afasteis de vossa face, nem retireis de mim o vosso Santo Espírito!

R: Ó Senhor, criai em mim um coração que seja puro!


- Dai-me de novo a alegria de ser salvo e confirmai-me com espírito generoso! Ensinarei vosso caminho aos pecadores, e para vós se voltarão os transviados.

R: Ó Senhor, criai em mim um coração que seja puro!


- Pois não são de vosso agrado os sacrifícios, e, se oferto um holocausto, o rejeitais. Meu sacrifício é minha alma penitente, não desprezeis um coração arrependido!

R: Ó Senhor, criai em mim um coração que seja puro!

Aclamação ao santo Evangelho

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

- Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, pois revelastes os mistérios do teu reino aos pequeninos, escondendo-os aos doutores (Mt 11,25).

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus: Mt 19,13-15

 

- O Senhor esteja convosco.

- Ele está no meio de nós.

 

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Mateus

- Glória a vós, Senhor!   

 

- Naquele tempo, 13levaram crianças a Jesus, para que impusesse as mãos sobre elas e fizesse uma oração. Os discípulos, porém, as repreendiam. 14Então Jesus disse: “Deixai vir a mim as criançinhas, porque delas é o Reino dos Céus”. 15E depois de impor as mãos sobre elas, Jesus partiu dali.

- Palavra da salvação.

- Glória a vós, Senhor!

 

 

 

 

 

 

Liturgia comentada

Não as impeçais... (Mt 19,13-15)

Neste Evangelho, a atitude dos discípulos talvez não mereça grande condenação. Tentando manter as crianças longe do Mestre, talvez pensassem apenas em protegê-lo. Como se sabe, crianças são agitadas, barulhentas, incômodas para muitos adultos...

Mas podem ser amadas...

E o amor de Jesus pelos pequeninos é bem conhecido. Teresa de Lisieux – a Teresinha tão conhecida – fez dessa intimidade infantil o foco de sua vida espiritual. “Jesus sente prazer em mostrar-me o único caminho que leva para essa fornalha divina, e esse caminho é a entrega da criancinha que adormece sem receio no colo do pai... ‘Quem for criança, venha cá’, disse o Espírito pela boca de Salomão, e esse mesmo Espírito de Amor disse também que ‘a misericórdia é dada aos pequenos’.” (Man. B, 242)

A santa do Carmelo de Lisieux realça a importância de um contato precoce entre as criancinhas e Jesus Cristo. “Vendo de perto essas almas inocentes, compreendi ser grande infelicidade não formá-las desde seu despertar, quando são como uma cera mole sobre a qual se pode depositar tanto as impressões das virtudes como do mal... Compreendi o que Jesus disse no Evangelho: que seria melhor ser lançado ao mar do que escandalizar uma só dessas crianças. Ah! Quantas almas chegariam à santidade se fossem bem dirigidas!” (Man. A, 148)

É conhecida a tática adotada pelos governos do nazismo de Hitler e do comunismo de Stálin: afastar as crianças precocemente da influência familiar e doutriná-las no ateísmo. O objetivo é impedir desde a infância uma relação com Deus, podando pela raiz a acolhida das tradições religiosas dos antepassados. Ainda hoje, em regimes totalitários, a escola é utilizada como ferramenta de ruptura com as tradições familiares e religiosas, deslocando dos pais para os professores - previamente doutrinados - a formação de valores e atitudes. No fundo, uma tática para formar escravos...

Quando Jesus afirma (v. 14) que o Reino dos Céus pertence a pessoas “assim como as criancinhas”, devemos entender como um convite a viver o cristianismo em estado de infância: abandono, confiança, entrega absoluta nas mãos de um Deus que é Pai.

Quando viveremos como filhos?

 

Orai sem cessar: “Entrega ao Senhor o teu futuro!” (Sl 37,5)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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