Liturgia de 26 de abril de 2021

SEGUNDA FEIRA DA IV SEMANA DA PÁSCOA
(branco - ofício do dia)

 

Antífona da entrada

- Cristo ressuscitado dos mortos, já não morre, a morte não tem mais poder sobre ele, aleluia! (Rom 6,9)

Oração do dia

- Ó Deus, que, pela humilhação do vosso Filho, reerguestes o mundo decaído, enchei de santa alegria os vossos filhos e filhas que libertastes da escravidão do pecado e concedei-lhes a felicidade eterna. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

1ª Leitura: At 11, 1-18


- Leitura dos Atos dos Apóstolos - Naqueles dias, 1os apóstolos e os irmãos, que viviam na Judéia, souberam que também os pagãos haviam acolhido a Palavra de Deus. 2Quando Pedro subiu a Jerusalém, os fiéis de origem judaica começaram a discutir com ele, dizendo: 3“Tu entraste na casa de pagãos e comeste com eles!” 4Então, Pedro começou a contar-lhes, ponto por ponto, o que havia acontecido: 5“Eu estava na cidade de Jope e, ao fazer oração, entrei em êxtase e tive a seguinte visão: Vi uma coisa parecida com uma grande toalha que, sustentada pelas quatro pontas, descia do céu e chegava até junto de mim. 6Olhei atentamente e vi dentro dela quadrúpedes da terra, animais selvagens, répteis e aves do céu. 7Depois ouvi uma voz que me dizia: Levanta-te, Pedro, mata e come’. 8Eu respondi: ‘De modo nenhum, Senhor! porque jamais entrou coisa profana e impura na minha boca’. 9A voz me disse pela segunda vez: ‘Não chames impuro o que Deus purificou’. 10Isso se repetiu por três vezes. Depois a coisa foi novamente levantada para o céu. 11Nesse momento, três homens se apresentaram na casa em que nos encontrávamos. Tinham sido enviados de Cesaréia à minha procura. 12O Espírito me disse que eu fosse com eles sem hesitar. Os seis irmãos que estão aqui me acompanharam e nós entramos na casa daquele homem. 13Então ele nos contou que tinha visto um anjo apresentar-se em sua casa e dizer: ‘Manda alguém a Jope para chamar Simão, conhecido como Pedro. 14Ele te falará de acontecimentos que trazem a salvação para ti e para toda a tua família’. 15Logo que comecei a falar, o Espírito Santo desceu sobre eles, da mesma forma que desceu sobre nós no princípio. 16Então eu me lembrei do que o Senhor havia dito: ‘João batizou com água, mas vós sereis batizados no Espírito Santo’. 17Deus concedeu a eles o mesmo dom que deu a nós que acreditamos no Senhor Jesus Cristo. Quem seria eu para me opor à ação de Deus?” 18Ao ouvirem isso, os fiéis de origem judaica se acalmaram e glorificaram a Deus, dizendo: “Também aos pagãos Deus concedeu a conversão que leva para a vida!”

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 42, 2-3; 43,3.4 (R: Sl 42,3a)

- Minha alma suspira por vós, ó meu Deus.
R: Minha alma suspira por vós, ó meu Deus.


- Assim como a corça suspira pelas águas correntes, suspira igualmente minha alma por vós, ó meu Deus!

R: Minha alma suspira por vós, ó meu Deus.


- A minha alma tem sede de Deus, e deseja o Deus vivo. Quando terei a alegria de ver a face de Deus?

R: Minha alma suspira por vós, ó meu Deus.


- Enviai vossa luz, vossa verdade: elas serão o meu guia; que me levem ao vosso Monte santo, até a vossa morada!

R: Minha alma suspira por vós, ó meu Deus.


- Então irei aos altares do Senhor, Deus da minha alegria. Vosso louvor cantarei, ao som da harpa, meu Senhor e meu Deus!

R: Minha alma suspira por vós, ó meu Deus.

Aclamação ao santo Evangelho.

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

- Eu sou o bom pastor, diz o Senhor; eu conheço minhas ovelhas e elas me conhecem, assim fala o Senhor (jo 10,14).

Aleluia, aleluia, aleluia.

Evangelho de Jesus Cristo, segundo João: Jo 10, 1-10


- O Senhor esteja convosco.

- Ele está no meio de nós.

 

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo João.

- Glória a vós, Senhor!

- Naquele tempo, disse Jesus: 1“Em verdade, em verdade vos digo, quem não entra no redil das ovelhas pela porta, mas sobe por outro lugar, é ladrão e assaltante. 2Quem entra pela porta é o pastor das ovelhas. 3A esse o porteiro abre, e as ovelhas escutam a sua voz; ele chama as ovelhas pelo nome e as conduz para fora. 4E, depois de fazer sair todas as que são suas, caminha à sua frente, e as ovelhas o seguem, porque conhecem a sua voz. 5Mas não seguem um estranho, antes fogem dele, porque não conhecem a voz dos estranhos”.
6Jesus contou-lhes esta parábola, mas eles não entenderam o que ele queria dizer. 7Então Jesus continuou: “Em verdade, em verdade vos digo, eu sou a porta das ovelhas. 8Todos aqueles que vieram antes de mim são ladrões e assaltantes, mas as ovelhas não os escutaram. 9Eu sou a porta. Quem entrar por mim, será salvo; entrará e sairá e encontrará pastagem. 10O ladrão só vem para roubar, matar e destruir. Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância”.

- Palavra da salvação.

- Glória a vós, Senhor!

 

 

 

Liturgia comentada

Eu sou a porta. (Jo 10,1-10)

Já no 3º Milênio, a humanidade parece sem saída. Os rumos adotados pela economia, pelas finanças, pela organização do trabalho, pela globalização, chegam a um beco sem saída. Aprofunda-se o fosso entre ricos e pobres, hemisférios norte e sul, enquanto a sociedade urbana mergulha num cenário de solidão, dependência de drogas, violência e falta de sentido. Para onde ir?

Jesus se apresenta como uma resposta permanente: “Eu sou a porta”. Como quem diz: “Por mim, poderão entrar e sair, e encontrarão passagem para a vida”. Fechando a porta, o bom Pastor protege suas ovelhas dos perigos noturnos. Abrindo a porta, pela manhã, o Pastor conduz seu rebanho às águas tranquilas e às campinas verdejantes (Cf. Sl 23).

Uma das imagens bíblicas mais fortes do Concílio Vaticano II para definir a Igreja de Jesus, é exatamente a do “redil”: aquele lugar onde as ovelhas se reúnem em torno de seu Pastor. “A Igreja é um redil do qual Cristo é a única e necessária porta. É também a grei (= rebanho) da qual o próprio Deus prenunciou ser o pastor (cf. Is 40,11; Ez 34,11ss). Suas ovelhas, embora governadas por pastores humanos, são, contudo, incessantemente conduzidas e nutridas pelo próprio Cristo, o bom Pastor e Príncipe dos pastores, que deu Sua vida pelas ovelhas”. (LG, 6.)

Jesus nos fornece um “critério de fidelidade”: é pela VOZ de seu pastor que a ovelha o identifica. Não muito bem dotadas de visão, as ovelhas apuram os ouvidos para não serem atraídas por um mercenário ou falso pastor, que explora as ovelhas sem se importar pela vida delas. Ora, a VOZ de Jesus nos vem por sua Igreja, pelo Magistério eclesial, através da Tradição apostólica, o ensino dos Concílios e dos Papas, a supervisão dos Bispos em comunhão com Pedro.

É tempo de vozes dissonantes... Livros com doutrina estranha à ortodoxia, “mestres” que destilam o veneno da rebeldia mesmo nos seminários, de onde sairão os futuros pastores, além de um clima de libertinagem litúrgica, apesar dos constantes apelos do Papa e dos Dicastérios da Santa Sé. O cristão fiel, atento às moções do Espírito Santo, saberá separar o joio do trigo, e não confundirá a voz do pastor – o único que deu a vida por nós -com os gritos do mercenário e do assaltante noturno.

 

Sou uma ovelha fiel? Estou atento à voz do Pastor, que chega a mim através da Santa Mãe Igreja? Ou dou ouvido a vozes dissonantes?

 

Orai sem cessar: “Fala, Senhor, que o teu servo escuta!” (1Sm 3,10)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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