Liturgia de 17 de dezembro de 2021

SEXTA FEIRA DA III SEMANA DO ADVENTO
(roxo, pref. do Advento II - ofício do dia)

 

Antífona da entrada

- Eis que chega o Senhor dos senhores; seu nome será Emanuel, o Deus “conosco” (Is 7,14;8,10).

 

Oração do dia 

- Ouvi com bondade, ó Deus as preces do vosso povo, para que alegrando-nos hoje com a vinda do vosso Filho em nossa carne, alcancemos o prémio da vida eterna, quando ele vier na sua glória. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

1ª Leitura: Gn 49, 2.8-10 

- Leitura do livro do Gênesis: Naqueles dias, Jacó chamou seus filhos e disse: 2Juntai-vos e ouvi, filhos de Jacó, ouvi Israel, vosso pai! 8Judá, teus irmãos te louvarão; pesará tua mão sobre a nuca de teus inimigos, se prostrarão diante de ti os filhos de teu pai. 9Judá, filhote de leão: subiste, meu filho, da pilhagem;
ele se agacha e se deita como um leão, e como uma leoa; quem o despertará?
10O cetro não será tirado de Judá, nem o bastão de comando dentre seus pés,
até que venha Aquele a quem pertencem, e a quem obedecerão os povos'.

 

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

 

 

Salmo Responsorial: Sl 72,1-2.3-4ab.7-8.17 (R: 7)

- Nos seus dias a justiça florirá e paz em abundância, para sempre.

R: Nos seus dias a justiça florirá e paz em abundância, para sempre.


- Dai ao Rei vossos poderes, Senhor Deus, vossa justiça ao descendente da realeza! Com justiça ele governe o vosso povo, com equidade ele julgue os vossos pobres.
R: Nos seus dias a justiça florirá e paz em abundância, para sempre.


- Das montanhas venha a paz a todo o povo, e desça das colinas a justiça!
Este Rei defenderá os que são pobres, 4bos filhos dos humildes salvará.
R: Nos seus dias a justiça florirá e paz em abundância, para sempre.


- Nos seus dias a justiça florirá e grande paz, até que a lua perca o brilho!
De mar a mar estenderá o seu domínio, e desde o rio até os confins de toda a terra!
R: Nos seus dias a justiça florirá e paz em abundância, para sempre.


- Seja bendito o seu nome para sempre! E que dure como o sol sua memória!
Todos os povos serão nele abençoados, todas as gentes cantarão o seu louvor!
R: Nos seus dias a justiça florirá e paz em abundância, para sempre.

 

Aclamação ao santo Evangelho.

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

 - A sabedoria do Altíssimo, que tudo determina, com doçura e com vigor: oh vem nos ensinar o caminho da prudência!

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus: Lc 1,1-17

 

- O Senhor esteja convosco.

- Ele está no meio de nós.

 

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Mateus.

- Glória a vós, Senhor!

 

- 1Livro da origem de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão. 2Abraão gerou Isaac; Isaac gerou Jacó; Jacó gerou Judá e seus irmãos. 3Judá gerou Farés e Zara, cuja mãe era Tamar. Farés gerou Esrom; Esrom gerou Aram; 4Aram gerou Aminadab; Aminadab gerou Naasson; Naasson Gerou Salmon; 5Salmon gerou Booz, cuja mãe era Raab. Booz gerou Obed, cuja mãe era Rute. Obed gerou Jessé. 6Jessé gerou o rei Davi. Davi gerou Salomão, daquela que tinha sido a mulher de Urias. 7Salomão gerou Roboão; Roboão gerou Abias; Abias gerou Asa; 8Asa gerou Josafá; Josafá gerou Jorão; Jorão gerou Ozias; 9Ozias gerou Joatão; Joatão gerou Acaz; Acaz gerou Ezequias; 10Ezequias gerou Manassés; Manassés gerou Amon; Amon gerou Josias. 11Josias gerou Jeconias e seus irmãos, no tempo do exílio na Babilônia. 12Depois do exílio na Babilônia, Jeconias gerou Salatiel; Salatiel gerou Zorobabel; 13Zorobabel gerou Abiud; Abiud gerou Eliaquim; Eliaquim gerou Azor; 14Azor gerou Sadoc; Sadoc gerou Aquim; Aquim gerou Eliud; 15Eliud gerou Eleazar; Eleazar gerou Matã; Matã gerou Jacó. 16Jacó gerou José, o esposo de Maria, da qual nasceu Jesus, que é chamado o Cristo. 17Assim, as gerações desde Abraão até Davi são quatorze; de Davi até o exílio na Babilônia, quatorze; e do exílio na Babilônia até Cristo, quatorze.

 

- Palavra da salvação.

- Glória a vós, Senhor!

 

 

 

Liturgia comentada

Maria, de quem nasceu Jesus... (Mt 1,1-17)

É natural que muita gente fique entediada diante da longa lista de nomes estranhos, quase ridículos, geração após geração, desde o patriarca Abraão até o Justo José, esposo de Maria. Mas não foi por acaso que o evangelista Mateus abriu desta forma o seu livro inspirado. Nem é por acaso que a liturgia do Advento – já tão próximo o Natal! – traz a mesma passagem para nossa reflexão.

 

Há um objetivo claro na escolha deste Evangelho: mostrar de modo cabal que a “encarnação do Verbo” não é história da carochinha, mas um evento cravado firmemente na história dos homens. A mesma humanidade frágil e inconstante com quem o Senhor paciente tentara, em vão, seguidas alianças.

 

Com Noé, após o dilúvio, Deus experimenta aliar-se a toda a humanidade sobrevivente. Quando a noiva se mostra infiel, Deus renova sua aliança com Abraão, separando um povo de todo gênero humano, seu povo de predileção. Insistindo o povo em suas idolatrias, Yahweh separa uma tribo entre as doze, a tribo de Davi, a quem prometeu construir uma “casa”, isto é, dar-lhe uma linhagem ou descendência. Dela nasceria o Salvador, o Ungido de Deus.

 

A leitura - ainda que monótona – de tantas gerações vem comprovar que Deus cumpriu suas promessas. Deus é fiel. É com José (da tribo de Davi, do povo de Abraão, da raça de Noé!) que se casa a Virgem Maria. Pai putativo de Jesus, resumindo em sua pessoa as três alianças, José permite que o Salvador seja enxertado no gênero humano, agindo por nós a sua justiça. Deus, agora, é da nossa raça.

 

E que raça! A raça de Jacó, o trapaceiro. A raça de Raab, a prostituta. A raça de Rute, a estrangeira, a que não era povo. A raça de Davi e Betsabé, os adúlteros. A raça de Acaz, o idólatra. Uma raça de pecadores. Uma raça decaída. E assim fica bem claro que o Filho de Deus se faz solidário conosco, assumindo sobre si os nossos pecados. Humanizando-se, ele nos regenera e santifica, inaugurando para nós uma vida de plena comunhão com Deus.

 

Hoje, nós somos o novo Israel. Cada um de nós é chamado a encarnar nesta camada do tempo a mesma Aliança realizada em Cristo. O Natal que se aproxima atrai nosso olhar para o presépio. Ali – Deus e homem – Jesus revela que o Pai nos ama. Somos filhos. Renascemos para o amor...

 

Orai sem cessar: “O Senhor se lembra eternamente de sua aliança, da palavra que empenhou a mil gerações!” (Sl 105,8)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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