Liturgia de 22 de dezembro de 2021

QUARTA FEIRA DA IV SEMANA DO ADVENTO
(roxo, pref. do Advento II - ofício do dia)

 

Antífona da entrada

- Ó portas, levantai vossos frondões! Levantai-vos, portas eternas: que ele entre, o rei da glória (Sl 23,7).

 

Oração do dia 

- Deus de misericórdia, vendo o ser humano entregue à morte, quisestes salvá-lo pela vinda do vosso Filho; fazei que, ao proclamar humildemente o mistério da encarnação, entremos em comunhão com o Redentor. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

1ª Leitura: 1 Sm 1,24-28 

- Leitura do primeiro livro de Samuel - Naqueles dias, 24Ana, logo que o desmamou, levou consigo Samuel à casa do Senhor em Silo, e mais um novilho de três anos, três arrobas de farinha e um odre de vinho. O menino, porém, era ainda uma criança. 25Depois de sacrificarem o novilho, apresentaram o menino a Eli. 26E Ana disse-lhe: 'Ouve, meu senhor, por tua vida, eu sou a mulher que esteve aqui orando ao Senhor, na tua presença. 27Eis o menino por quem eu pedi, e o Senhor ouviu a minha súplica. 28Portanto, eu também o ofereço ao Senhor, a fim de que só a ele sirva em todos os dias da sua vida'. E adoraram o Senhor.

 

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

 

 

Salmo Responsorial: (Sl) 1Sm 2,1.4-5.6-7.8abcd (R: 1a)

- Meu coração exultou no meu Senhor, Salvador.
R: Meu coração exultou no meu Senhor, Salvador.


- Exulta no Senhor meu coração, e se eleva a minha fronte no meu Deus; Minha boca desafia os meus rivais porque me alegro com a vossa salvação!

R: Meu coração exultou no meu Senhor, Salvador.


- O arco dos fortes foi dobrado, foi quebrado, mas os fracos se vestiram de vigor. Os saciados se empregaram por um pão, mas os pobres e os famintos se fartaram. Muitas vezes deu à luz a que era estéril, mas a mãe de muitos filhos definhou.

R: Meu coração exultou no meu Senhor, Salvador.


- É o Senhor quem dá a morte e dá a vida, faz descer à sepultura e faz voltar; é o Senhor quem faz o pobre e faz o rico, é o Senhor quem nos humilha e nos exalta.

R: Meu coração exultou no meu Senhor, Salvador.


- O Senhor ergue do pó o homem fraco, e do lixo ele retira o indigente, para fazê-los assentar-se com os nobres num lugar de muita honra e distinção.

R: Meu coração exultou no meu Senhor, Salvador.

 

Aclamação ao santo Evangelho

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

- Ó rei e Senhor das nações e pedra angular da Igreja, vinde salvar a mulher e o homem, que, um dia, formastes do barro.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas: Lc 1,46-56

 

- O Senhor esteja convosco.

- Ele está no meio de nós.

 

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Lucas.

- Glória a vós, Senhor!

 

- Naquele tempo, 46Maria disse: 'A minha alma engrandece o Senhor, 47e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador, 48porque olhou para a humildade de sua serva. Doravante todas as gerações me chamarão bem-aventurada, 49porque o Todo-poderoso fez grandes coisas em meu favor. O seu nome é santo, 50e sua misericórdia se estende, de geração em geração, a todos os que o temem. 51Ele mostrou a força de seu braço: dispersou os soberbos de coração. 52Derrubou do trono os poderosos e elevou os humildes. 53Encheu de bens os famintos, e despediu os ricos de mãos vazias. 54Socorreu Israel, seu servo, lembrando-se de sua misericórdia, 55conforme prometera aos nossos pais, em favor de Abraão e de sua descendência, para sempre.' 56Maria ficou três meses com Isabel; depois voltou para casa.

- Palavra da salvação.

- Glória a vós, Senhor!

 

 

 

Liturgia comentada

Conforme prometera... (Lc 1,46-56)

Em seu cântico de louvor e ação de graças – o “Magnificat” – a Virgem Maria realça a fidelidade de Deus manifestada na história dos homens: o Menino que ia nascer, e que já começava a ser formado em seu ventre imaculado, primeiro sacrário da História, era o cumprimento das antigas promessas do Senhor a seu povo.

 

A promessa de enviar um “descendente” da Mulher (cf. Gn 3,15) que pisaria a cabeça da serpente. A promessa de conceder uma “descendência” a Davi (cf. 2Sm 7,12). A promessa de um filho-Deus conosco, isto é, enxertado na carne dos humanos (cf. Is 7,14). A promessa de um poderoso Governante para Israel, que deveria nascer na humilde e pequena Bet-lehem Efrata (cf. Mq 5,1ss).

 

Com a Nova Aliança, desde a Anunciação saltamos do tempo das promessas para seu cumprimento na “plenitude dos tempos”. Tudo o que foi dito e prometido aos patriarcas e profetas, tudo o que foi tipificado em Abel (o inocente sacrificado), em Isaac (o filho como oferenda), em José (o irmão entregue por moedas), no Servo sofredor de Isaías (cujas chagas nos salvam) – tudo isto se cumpre na Pessoa de Jesus, o Filho de Deus, o Filho de Maria.

 

Referindo-se ao dom do Espírito Santo, que Deus prometera desde a Primeira Aliança, promessa que Jesus renovara mais de uma vez, o Apóstolo Pedro afirma em seu primeiro sermão após Pentecostes: “Pois a promessa é para vós, para os vossos filhos e para todos os que ouvirem de longe o apelo do Senhor, nosso Deus.” (At 2,39.)

 

Desde a manhã de Pentecostes, os apóstolos sabiam que eram testemunhas da fidelidade de Deus, do cumprimento das antigas promessas. Foram capazes, então, de reler o Antigo Testamento à luz dos fatos novos que estavam vivendo, conforme no-lo demonstra a leitura alegórica dos Padres da Igreja que chegou até nós.

 

A Virgem Maria, ao cantar o “Magnificat”, é a Filha de Sião que guardara no coração as antigas promessas. Em outros termos, Maria resume em sua pessoa todo o povo de Israel, a quem Deus fizera as promessas de salvação a serem cumpridas nos tempos do Messias.

 

Em nossa vida, temos assumido as promessas de Deus para seu povo? Nossa vida permite que Deus cumpra suas promessas de salvação?

Orai sem cessar: “Cantarei eternamente as bondades do Senhor!” (Sl 89,2)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança

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