Liturgia de 23 de fevereiro de 2022

SABADO – SÃO POLICARPO – BISPO E MÁRTIR

 (vermelho, pref. dos pastores ou mártires - ofício da memória)

 

Antífona da entrada

- Este santo lutou até a morte pela lei de seu Deus e não temeu as ameaças dos ímpios, pois se apoiava numa rocha inabalável!

 

Oração do dia

- Ó Deus, criador de todas as coisas, que colocastes o bispo são Policarpo nas fileiras dos vossos mártires, concedei-nos, por sua intercessão, participar com ele do cálice de Cristo e ressuscitar para a vida eterna. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

1ª Leitura: Tg 4,13-17


- Leitura da carta de são Tiago: Caríssimos: 13E agora, vós que dizeis: 'Hoje ou amanhã iremos a tal cidade, passaremos ali um ano, negociando e ganhando dinheiro'. 14No entanto, não sabeis nem mesmo o que será da vossa vida, amanhã! Com efeito, não passais de uma neblina que se vê por um instante e logo desaparece. 15Em vez de dizer: 'Se o Senhor quiser, estaremos vivos e faremos isto ou aquilo', 16vós vos gloriais de vossas fanfarronadas. Ora, toda a arrogância deste tipo é um mal.17Assim, aquele que sabe fazer o bem e não o faz incorre em pecado.

 

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 49,2-3.6-7.8-10.11 (R: Mt 5,3)

- Felizes os humildes de espírito porque deles é o Reino dos Céus!

R: Felizes os humildes de espírito porque deles é o Reino dos Céus!

 

- Ouvi isto, povos todos do universo, muita atenção, ó habitantes deste mundo; poderosos e humildes, escutai-me, ricos e pobres, todos juntos, sede atentos!
R: Felizes os humildes de espírito porque deles é o Reino dos Céus!

 

- Por que temer os dias maus e infelizes, quando a malícia dos perversos me circunda? Por que temer os que confiam nas riquezas e se gloriam na abundância de seus bens?
R: Felizes os humildes de espírito porque deles é o Reino dos Céus!

 

- Ninguém se livra de sua morte por dinheiro nem a Deus pode pagar o seu resgate. A isenção da própria morte não tem preço; não há riqueza que a possa adquirir, nem dar ao homem uma vida sem limites e garantir-lhe uma existência imortal.
R: Felizes os humildes de espírito porque deles é o Reino dos Céus!

 

 Morrem os sábios e os ricos igualmente; morrem os loucos e também os insensatos, e deixam tudo o que possuem aos estranhos.
R: Felizes os humildes de espírito porque deles é o Reino dos Céus!

 

Aclamação ao santo Evangelho.

 Aleluia, aleluia, aleluia.

 Aleluia, aleluia, aleluia.

 

- Sou o caminho, a verdade e a vida, ninguém vem ao Pai, senão por mim

(Jo 14,6).

 Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Marcos: Mc 9,38-40


- O Senhor esteja convosco.

- Ele está no meio de nós.

 

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Marcos.

- Glória a vós, Senhor!

 

- Naquele tempo, 38João disse a Jesus: “Mestre, vimos um homem expulsar demônios em teu nome. Mas nós o proibimos, porque ele não nos segue”.
39Jesus disse: “Não o proibais, pois ninguém faz milagres em meu nome para depois falar mal de mim. 40Quem não é contra nós é a nosso favor”.

 

- Palavra da salvação.

- Glória a vós, Senhor!

 

 

 

Liturgia comentada

Está a nosso favor... (Mc 9,38-40)

Vivemos uma época de desencontros, divergências, polarização. Está na moda riscar o mapa e dividir o território em dois espaços: “o nosso” e “o deles”. Deixamos de lado os numerosos pontos em comum para acentuar as mínimas diferenças.

 

E esta destruidora ilusão de posse (no fundo, é isto: posse da razão, posse da verdade, posse do melhor processo...) chega a contaminar também a própria religião, a pastoral, a evangelização. Quem não reza pelo nosso manual “não é dos nossos”. Mais um pouquinho e nós vamos chamá-lo de herege e emitir anátemas!

 

Neste Evangelho, é o apóstolo João, um dos dois “filhos do trovão”, quem manifesta um acesso de ciúmes porque alguém “fora de seu círculo” estava usando o nome do Mestre em seus exorcismos. E Jesus precisa refrear suas faíscas, ensinando uma lição que não podemos desprezar: “Quem não é contra nós está a nosso favor”.

 

Jean Valette alerta para o risco de nos tornarmos uma Igreja farisaica: determinar rigorosamente as prerrogativas, traçar as fronteiras e, finalmente, sufocar o Espírito, pretendendo que sua atuação só poderia ser exercida através dos canais previstos.

 

Ora, o Espírito sopra onde quer (Jo 3,8), não pode ser controlado. Desconfio até mesmo da expressão “possuir o Espírito Santo”, pois, na verdade, é ele quem nos possui.

 

“Aqui – continua Jean Valette -, o que aparece de maneira desconcertante é a confiante humildade do Mestre. Certamente, o exorcista não se apresentou como seu discípulo. Mas Jesus olha para a pessoa e para aquilo que ela faz. A confiança de Jesus em Deus é absoluta: aqui está um homem que não me segue e que expulsa os demônios. E como Satã não pode expulsar Satã, é pela vontade e pela força de Deus que ele os expulsa”.

 

Então, é preciso reconhecer que Deus é livre para agir fora de nosso estreito círculo de perfeitos (bem, nem tão perfeitos...). Deus tem muitos servidores “do outro lado”. E nós fôssemos mais santos, pode ser que eles estivessem do “nosso lado”.

 

De qualquer modo, veremos no céu esses outros servidores. Claro, se nós chegarmos ao céu...

 

Orai sem cessar: “Tenho outras ovelhas que não são deste redil.” (Jo 10,16)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

This email address is being protected from spambots. You need JavaScript enabled to view it.