Liturgia de 19 de março de 2022

SABADO – SÃO JOSÉ ESPOSO DE MARIA E PADROEIRO DA IGREJA

(branco, glória, creio, prefácio próprio e ofício da solenidade)

 

Antífona da entrada 

- Eis o servo fiel e prudente, a quem o Senhor confiou a sua casa (Lc 12,42).

 

Oração do dia 

- Deus todo-poderoso, pelas preces de São José, a quem confiastes as primícias da Igreja, concedei que ela possa levar à plenitude os mistérios da salvação. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

1ª Leitura: 2Sm 7,4-5a.12-14a.16 

- Leitura do segundo livro de Samuel: Naqueles dias, 4a Palavra do Senhor foi dirigida a Natã nestes termos: 5a“Vai dizer ao meu servo Davi: ‘Assim fala o Senhor: 12Quando chegar o fim dos teus dias e repousares com teus pais, então, suscitarei, depois de ti, um filho teu, e confirmarei a sua realeza. 13Será ele que construirá uma casa para o meu nome, e eu firmarei para sempre o seu trono real. 14aEu serei para ele um pai e ele será para mim um filho. 16Tua casa e teu reino serão estáveis para sempre diante de mim, e teu trono será firme para sempre’”.

 

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

 

 

Salmo Responsorial: Sl 89,2-5.27.29 (R: 37)

 

- Eis que a sua descendência durará eternamente.
R: Eis que a sua descendência durará eternamente.


- Ó Senhor, eu cantarei eternamente o vosso amor, de geração em geração eu cantarei vossa verdade! Porque dissestes: “O amor é garantido para sempre!” E a vossa lealdade é tão firme como os céus.

R: Eis que a sua descendência durará eternamente.


- “Eu firmei uma Aliança com meu servo, meu eleito, e eu fiz um juramento a Davi, meu servidor. Para sempre, no teu trono, firmarei tua linhagem, de geração em geração garantirei o teu reinado!”

R: Eis que a sua descendência durará eternamente.


- Ele, então, me invocará: “Ó Senhor, vós sois meu Pai, sois meu Deus, sois meu Rochedo onde encontro a salvação!” Guardarei eternamente para ele a minha graça e com ele firmarei minha Aliança indissolúvel.

R: Eis que a sua descendência durará eternamente.

 

2ª Leitura: Rm 4,13.16-18.22

 

- Leitura da carta de são Paulo aos Romanos: Irmãos, 13não foi por causa da Lei, mas por causa da justiça que vem da fé que Deus prometeu o mundo como herança a Abraão ou à sua descendência. 16É em virtude da fé que alguém se torna herdeiro. Logo, a condição de herdeiro é uma graça, um dom gratuito, e a promessa de Deus continua valendo para toda a descendência de Abraão, tanto para a descendência que se apega à Lei, quanto para a que se apóia somente na fé de Abraão, que é o pai de todos nós. 17Pois está escrito: “Eu fiz de ti pai de muitos povos”. Ele é pai diante de Deus, porque creu em Deus que vivifica os mortos e faz existir o que antes não existia. 18Contra toda a humana esperança, ele firmou-se na esperança e na fé. Assim, tornou-se pai de muitos povos, conforme lhe fora dito: “Assim será a tua prosperidade”. 22Esta sua atitude de fé lhe foi creditada como justiça.

 

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus: Mt 1,16.18-21.24a

 

Louvor e glória a ti, Senhor, Cristo Palavra de Deus!

Louvor e glória a ti, Senhor, Cristo Palavra de Deus!

 

- Felizes os que habitam vossa casa, para sempre eles hão de louvar!  (Sl 83,5) 

Louvor e glória a ti, Senhor, Cristo Palavra de Deus!

 

- O Senhor esteja convosco.

- Ele está no meio de nós.

 

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Mateus

- Glória a vós, Senhor!  

 

- 16Jacó gerou José, o esposo de Maria, da qual nasceu Jesus, que é chamado o Cristo. 18A origem de Jesus Cristo foi assim: Maria, sua mãe, estava prometida em casamento a José, e, antes de viverem juntos, ela ficou grávida pela ação do Espírito Santo. 19José, seu marido, era justo e, não querendo denunciá-la, resolveu abandonar Maria em segredo. 20Enquanto José pensava nisso, eis que o anjo do Senhor apareceu-lhe, em sonho, e lhe disse: “José, Filho de Davi, não tenhas medo de receber Maria como tua esposa, porque ela concebeu pela ação do Espírito Santo.  21Ela dará à luz um filho, e tu lhe darás o nome de Jesus, pois ele vai salvar o seu povo dos seus pecados”. 24aQuando acordou, José fez conforme o anjo do Senhor havia mandado.

 

- Palavra da salvação.

- Glória a vós, Senhor!  

 

 

 

Liturgia comentada

Não tenhas receio... (Mt 1,16.18-21.24a)

Este Evangelho, que alguns chamam de “Anunciação a José”, foi escolhido para a liturgia da solenidade de “São José, esposo da Bem-aventurada Virgem Maria”. O título da celebração deixa claro que a honra e a missão de José de Nazaré são inseparáveis da encarnação do Verbo de Deus em Maria, Virgem e Mãe. Se Deus escolheu uma mulher para ser a Mãe do Filho encarnado, sua Providência também quis precisar de um pai para guardar, alimentar e educar seu Filho.

 

Toda missão assusta. A primeira reação pode ser de fuga. Por isso mesmo, o anjo precisa dizer a José: “Não tenhas receio”. Aliás, este mesmo “receio” (para não usar a palavra “medo”) explica a súbita e crescente redução da natalidade no mundo ocidental. Seria medo da vida?

 

Na Carta apostólica “Patris Corde” [8/12/2020] com que o Papa Francisco abriu o Ano de São José, ele citava Paulo VI, associando paternidade e serviço, paternidade e sacrifício. Eis o texto: “São Paulo VI faz notar que a sua paternidade se exprimiu, concretamente, ‘em ter feito da sua vida um serviço, um sacrifício, ao mistério da encarnação e à conjunta missão redentora; em ter usado da autoridade legal que detinha sobre a Sagrada Família para lhe fazer dom total de si mesmo, da sua vida, do seu trabalho; em ter convertido a sua vocação humana ao amor doméstico na oblação sobre-humana de si mesmo, do seu coração e de todas as capacidades no amor colocado ao serviço do Messias nascido na sua casa’”.

 

É claro que nossa fraqueza nos assusta. E o inimigo se vale disso para nos afastar de uma vida de paternidade. Assim como a José, Deus nos lembra que podemos contar com sua graça, não estaremos sozinhos. O Papa acrescenta: “A vontade de Deus, a sua história e o seu projeto passam também através da angústia de José. Assim ele ensina-nos que ter fé em Deus inclui também acreditar que Ele pode intervir inclusive através dos nossos medos, das nossas fragilidades, da nossa fraqueza. E ensina-nos que, no meio das tempestades da vida, não devemos ter medo de deixar a Deus o timão da nossa barca. Por vezes queremos controlar tudo, mas o olhar d’Ele vê sempre mais longe”.

 

Francisco insistiu corajosamente na paternidade comi uma missão salvífica:

 

“Vê-se, a partir de todas estas vicissitudes, que ‘José foi chamado por Deus para servir diretamente a Pessoa e a missão de Jesus, mediante o exercício da sua paternidade: desse modo, precisamente, ele coopera no grande mistério da Redenção, quando chega a plenitude dos tempos, e é verdadeiramente ministro da salvação’”.

 

Orai sem cessar: “O Senhor abençoou teus filhos em teu seio!” (Sl 147,13)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

This email address is being protected from spambots. You need JavaScript enabled to view it.