Liturgia de 28 de março de 2022

SEGUNDA FEIRA DA IV SEMANA DA QUARESMA

(roxo, ofício do dia)

 

Antífona da entrada 

- Confio em vós, ó Deus. Alegro-me e exulto em vosso amor, pois olhastes, Senhor, minha miséria!  (Sl 30,7).

 

Oração do dia 

- Ó Deus, que renovais o mundo com admiráveis sacramentos, fazei a vossa Igreja caminhar segundo vossa vontade, sem que jamais lhe faltem neste mundo os auxílios de que necessita. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

1ª Leitura: Is 65, 17-21

 - Leitura do livro do profeta Isaías: Assim fala o Senhor: 17Eis que eu criarei novos céus e nova terra, coisas passadas serão esquecidas, não voltarão mais à memória. 18Ao contrário, haverá alegria e exultação sem fim em razão das coisas que eu vou criar; farei de Jerusalém a cidade da exultação e um povo cheio de alegria. 19Eu também exulto com Jerusalém e alegro-me com o meu povo; ali nunca mais se ouvirá a voz do pranto e o grito de dor. 20Ali não haverá crianças condenadas a poucos dias de vida nem anciãos que não completem seus dias. Será considerado jovem quem morrer aos cem anos; e quem não alcançar cem anos, passará por maldito. 21Construirão casas para nelas morar, plantarão vinhas para comer seus frutos.

 

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 30,2.4.5-6.11-12a.13b (R: 2a)

 

- Eu vos exalto, ó Senhor, pois me livrastes!
R: Eu vos exalto, ó Senhor, pois me livrastes!


- Eu vos exalto, ó Senhor, pois me livrastes, e não deixastes rir de mim meus inimigos! Vós tirastes minha alma dos abismos e me salvastes, quando estava já morrendo!

R: Eu vos exalto, ó Senhor, pois me livrastes!


- Cantai salmos ao Senhor, povo fiel, dai-lhe graças e invocai seu santo nome! Pois sua ira dura apenas um momento, mas sua bondade permanece a vida inteira; se à tarde vem o pranto visitar-nos, de manhã vem saudar-nos a alegria.

R: Eu vos exalto, ó Senhor, pois me livrastes!


- Escutai-me, Senhor Deus, tende piedade! Sede, Senhor, o meu abrigo protetor! Transformastes o meu pranto em uma festa, Senhor meu Deus, eternamente hei de louvar-vos!

R: Eu vos exalto, ó Senhor, pois me livrastes!

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo João: Jo 4,43-54

 

Honra e glória, poder e louvor a Jesus, nosso Deus e Senhor!

Honra e glória, poder e louvor a Jesus, nosso Deus e Senhor!

 

- Buscai o bem, e não o mal, pois assim vivereis; então o Senhor, nosso Deus, convosco estará (Am 5,14)

Honra e glória, poder e louvor a Jesus, nosso Deus e Senhor!

 

- O Senhor esteja convosco.

- Ele está no meio de nós.

 

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo João

- Glória a vós, Senhor!

 

- Naquele tempo, 43Jesus partiu da Samaria para a Galileia. 44O próprio Jesus tinha declarado, que um profeta não é honrado na sua própria terra. 45Quando então chegou à Galileia, os galileus receberam-no bem, porque tinham visto tudo o que Jesus havia feito em Jerusalém, durante a festa. Pois também eles tinham ido à festa. 46Assim, Jesus voltou para Caná da Galileia, onde havia transformado água em vinho. Havia em Cafarnaum um funcionário do rei que tinha um filho doente. 47Ouviu dizer que Jesus tinha vindo da Judeia para a Galileia. Ele saiu ao seu encontro e pediu-lhe que fosse a Cafarnaum curar seu filho, que estava morrendo. 48Jesus disse-lhe: “Se não virdes sinais e prodígios, não acreditais”. 49O funcionário do rei disse: “Senhor, desce, antes que meu filho morra!” 50Jesus lhe disse: “Podes ir, teu filho está vivo”. O homem acreditou na palavra de Jesus e foi embora. 51Enquanto descia para Cafarnaum, seus empregados foram ao seu encontro, dizendo que o seu filho estava vivo. 52O funcionário perguntou a que horas o menino tinha melhorado. Eles responderam: “A febre desapareceu, ontem, pela uma da tarde”. 53O pai verificou que tinha sido exatamente na mesma hora em que Jesus lhe havia dito: “Teu filho está vivo”. Então, ele abraçou a fé, juntamente com toda a sua família. 54Esse foi o segundo sinal de Jesus. Realizou-o quando voltou da Judeia para a Galileia.

- Palavra da salvação.

- Glória a vós, Senhor!

 

 

  

Liturgia comentada

O homem acreditou... (Jo 4,43-54)

Neste Evangelho, que deve chamar nossa atenção? O divino poder de Jesus, capaz de curar um doente a quilômetros de distância? Ou a fé humana de um homem movido pelo amor paterno?

 

O homem em questão era alguém da corte de Herodes, um “funcionário real” [basilikós, no original grego], que certamente acompanhava os boatos e as fofocas palacianas, nas quais o nome de Jesus era moeda corrente. Eis que seu filho adoece gravemente. O cortesão decide apelar para um poder acima das hierarquias humanas e se desloca pessoalmente de Cafarnaum até Caná da Galileia.

 

Logo em Caná, onde 600 litros de água foram mudados em vinho bom? (Cf. Jo 2) E aquele que mudava a água também podia mudar os corpos? O funcionário real acreditava que sim... E diante de sua insistência com o Mestre, ele ouve como resposta: “Vai embora, teu filho vive”.

 

Dom Claude Rault, bispo da diocese do Saara africano, comenta a passagem: “O que é crer? Esta é a pergunta que podemos fazer-nos ao final do sinal realizado, o segundo de Jesus, neste Evangelho. Por uma segunda vez, nos é dito que o homem acreditou. E desta vez com toda a sua família (Jo 4,53).

Parece que o evangelista quis dizer-nos, de início, que crer é acolher a Palavra de Jesus, acolher a Jesus naquilo que ele diz. Simplesmente. Não é por acaso que ele colocou o Prólogo como pórtico de entrada para todo o seu Evangelho.

 

Acolher a Palavra. Não como uma palavra entre as outras. Mas como encarnada, viva e atuante em minha vida. Como um fermento portador de vida. A todos aqueles que o receberam, ele deu o poder de se tornarem filhos de Deus... E o Verbo se fez carne e habitou entre nós (Jo 1,12.14). Ora, mesmo encarnada, a Palavra de Jesus não é somente uma palavra humana. Ela não é somente um vocábulo. A Palavra de Jesus é o próprio Jesus. Crendo na palavra de Jesus, o homem acreditou no próprio Jesus, Verbo feito carne. Crer, essencialmente, é acolher Jesus em minha vida como pessoa, como uma pessoa que me vem de Deus. Como o próprio Deus que vem a meu encontro.”

 

Temos várias palavras da mesma família, com a mesma raiz: crer / crédito / descrédito / crença / acreditar. Quem acredita dá crédito. Quem não acredita, manifesta descrédito. O pai deste Evangelho deu crédito à Palavra de Jesus. Tenho a certeza de que ele jamais se esquecerá daquela “palavra”. E nós? Damos crédito ao Filho de Deus?

 

Orai sem cessar: “Eu sei em quem acreditei...” (2Tm 1,12)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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