Liturgia de 18 de maio de 2022

QUARTA FEIRA DA V SEMANA DA PÁSCOA

(branco, ofício do dia)

 

Antífona da entrada 

- Que o vosso louvor transborde minha boca; meus lábios exultarão, cantando de alegria, aleluia!  (Sl 70,8.23).

 

Oração do dia 

- Ó Deus, que amais e restituís a inocência, orientai para vós os nossos corações, para que jamais se afastem da luz da verdade os que tirastes das trevas da descrença. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

1ª Leitura: At 15,1-6 

- Leitura dos Atos dos Apóstolos: 1Naqueles dias, chegaram alguns da Judeia e ensinavam aos irmãos de Antioquia, dizendo: “Vós não podereis salvar-vos, se não fordes circuncidados, como ordena a Lei de Moisés”. 2Isto provocou muita confusão, e houve uma grande discussão de Paulo e Barnabé com eles. Finalmente, decidiram que Paulo, Barnabé e alguns outros fossem a Jerusalém, para tratar dessa questão com os apóstolos e os anciãos. 3Depois de terem sido acompanhados pela Comunidade, Paulo e Barnabé atravessaram a Fenícia e a Samaria. Contaram sobre a conversão dos pagãos, causando grande alegria entre todos os irmãos. 4Chegando a Jerusalém, foram recebidos pelos apóstolos e os anciãos, e narraram as maravilhas que Deus tinha realizado por meio deles. 5Alguns dos que tinham pertencido ao partido dos fariseus e que haviam abraçado a fé levantaram-se e disseram que era preciso circuncidar os pagãos e obrigá-los a observar a Lei de Moisés. 6Então, os apóstolos e os anciãos reuniram-se para tratar desse assunto.

 

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

 

 

Salmo Responsorial: Sl 122,1-2.3-4a.4b-5 (R: 1)

 

- Que alegria, quando me disseram: Vamos à casa do Senhor!
R: Que alegria, quando me disseram: Vamos à casa do Senhor!


- Que alegria, quando ouvi que me disseram: “Vamos à casa do Senhor!” E agora nossos pés já se detêm, Jerusalém, em tuas portas.

R: Que alegria, quando me disseram: Vamos à casa do Senhor!


- Jerusalém, cidade bem edificada num conjunto harmonioso; para lá sobem as tribos de Israel, as tribos do Senhor.

R: Que alegria, quando me disseram: Vamos à casa do Senhor!


- Para louvar, segundo a lei de Israel, o nome do Senhor. A sede da justiça lá está e o trono de Davi.

R: Que alegria, quando me disseram: Vamos à casa do Senhor!

 

Aclamação ao santo Evangelho.

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

- Ficai em mim e eu em vós ficarei, diz Jesus; quem em mim permanece há de dar muito fruto (Jo 15,4).

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo João: Jo 15,1-8

 

- O Senhor esteja convosco.

- Ele está no meio de nós.

 

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo João

- Glória a vós, Senhor!  

 

- Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: 1“Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o agricultor. 2Todo ramo que em mim não dá fruto ele o corta; e todo ramo que dá fruto, ele o limpa, para que dê mais fruto ainda. 3Vós já estais limpos por causa da palavra que eu vos falei. 4Permanecei em mim e eu permanecerei em vós. Como o ramo não pode dar fruto por si mesmo, se não permanecer na videira, assim também vós não podereis dar fruto, se não permanecerdes em mim. 5Eu sou a videira e vós os ramos. Aquele que permanece em mim e eu nele, esse produz muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer. 6Quem não permanecer em mim, será lançado fora como um ramo e secará. Tais ramos são recolhidos, lançados no fogo e queimados. 7Se permanecerdes em mim e minhas palavras permanecerem em vós, pedi o que quiserdes e vos será dado. 8Nisto meu Pai é glorificado: que deis muito fruto e vos torneis meus discípulos.

 

- Palavra da salvação.

- Glória a vós, Senhor!

  

 

 

Liturgia comentada

Permanecei em mim! (Jo 15,1-8)

Jamais esgotaremos a riqueza dos simbolismos que Jesus nos apresenta nesta expressiva alegoria da Videira. Músculos e prata, a videira resistente extrai do solo os nutrientes que irá transformar em energia e doçura, cores e fragrâncias. Sob os raios do sol, produzirá as tonalidades do Bordeaux e os sabores do Valpolicella. Reunida a família, o vinho estreitará os corações, regendo os cânticos festivos e difundindo a alegria renovada. Mas para tudo isso, a uva precisa ser esmagada...

 

Jesus Cristo crucificado é a uva que se deixou esmagar. Sim, o vinho não foi escolhido por acaso como sinal sacramental. Ao lado do trigo generoso, também os cachos de uva devem ser colhidos, amputados do tronco, levados ao lagar e ali pisados sem piedade.

 

Contemplar o Cristo Crucificado significa ter diante dos olhos a imagem daquele que foi calcado pelos homens. Seu sangue pisado é nossa bebida salutar. Sangue todo derramado, distribuído até a última gota, quando a lança aguda do centurião romano rasgou o lado de Jesus, “e imediatamente saiu sangue e água” (Jo 19,34).

 

Na Eucaristia, uma vez alimentados pelo Corpo e Sangue de Cristo, passa a correr em nossas veias o Sangue derramado. Por este sacramento de vida, entramos em íntima comunhão com o Doador universal. Nas palavras ousadas de São Cirilo de Jerusalém, tornamo-nos com Jesus Cristo concorpóreos (sýssomos) e consanguíneos (sýnaimos). De certo modo, nós somos cristificados com ele. Com ele e com sua missão salvadora...

 

Daí em diante, como poderíamos negar-nos a ser pisados em benefício dos outros? Como negaríamos nosso esforço e trabalho, suor e cansaço, para ajudar a caminhada de nossos irmãos? Como iríamos, ainda, alimentar projetos de acumulação e glória, comodidade e lazer? Como nos limitaríamos a viver nossa própria vidinha, quando a própria vida de Cristo corre em nossas veias? Quando a cruz do Calvário nos é oferecida?

 

Sim, permanecer em Jesus não sai barato. O preço desse amor sem medidas é a cruz partilhada. Desde o áspero Calvário, Simão de Cirene inaugurava tal modo de participação no amor e na cruz. Por isso mesmo, talvez, tão poucos escutem o seu convite...

 

Orai sem cessar: “Quem poderá nos separar do amor de Cristo?” (Rm 8,35)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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