Liturgia de 09 de junho de 2022

QUINTA FEIRA – BEATO JOSÉ DE ANCHIETA PRESBÍTERO E MISSIONÁRIO

(branco, pref. comum ou dos pastores – Ofício da memória)

 

Antífona da entrada 

- Estes são homens santos que se tornaram amigos de Deus, gloriosos arautos de sua mensagem.

 

Oração do dia 

- Derramai, Senhor, sobre nós a vossa graça, a fim de que, a exemplo do bem-aventurado José de Anchieta, apóstolo do Brasil, sirvamos fielmente o Evangelho, tornando-nos tudo para todos, e nos esforcemos em ganhar para vós nossos irmãos no amor de Cristo. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

1ª Leitura: 1 Rs 18,41-46

- Leitura do primeiro livro dos Reis: Naqueles dias, 41Elias disse a Acab: “Sobe, come e bebe, porque já ouço o ruído de muita chuva”. 42Enquanto Acab subia para comer e beber, Elias subiu ao cume do Carmelo, prostrou-se por terra e pôs o rosto entre os joelhos. 43E disse ao seu servo: “Sobe e observa na direção do mar”. Ele subiu, observou e disse: “Não há nada”. Elias disse-lhe de novo: “Volta sete vezes”. 44À sétima vez o servo disse: “Eis que sobe do mar uma nuvem, pequena como a mão de um homem”. Então Elias disse-lhe: “Vai dizer a Acab que prepare o carro e desça, para que a chuva não o detenha”. 45Nesse meio tempo, o céu cobriu-se de nuvens escuras, soprou o vento e a chuva caiu torrencialmente. Acab subiu para o seu carro e partiu para Jezrael. 46A mão do Senhor esteve sobre Elias; e ele, cingindo os rins, correu adiante de Acab até a entrada de Jezrael.

 

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

 

 

Salmo Responsorial: Sl 65,10abcd,10e-11,12-13 (R: 2a)

 

- Ó Senhor, que o povo vos louve em Sião!
R: Ó Senhor, que o povo vos louve em Sião!


- Visitais a nossa terra com as chuvas, e transborda de fartura. Rios de Deus que vêm do céu derramam águas, e preparais o nosso trigo.

R: Ó Senhor, que o povo vos louve em Sião!


- É assim que preparais a nossa terra: vós a regais e aplainais, os seus sulcos com a chuva amoleceis e abençoais as sementeiras.

R: Ó Senhor, que o povo vos louve em Sião!


- O ano todo coroais com vossos dons, os vossos passos são fecundos; transborda a fartura onde passais. Brotam pastos no deserto, as colinas se enfeitam de alegria.

R: Ó Senhor, que o povo vos louve em Sião!

Aclamação ao santo Evangelho

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

- Eu vos dou novo preceito: que uns aos outros vos ameis, como eu vos tenho amado! (Jo 13,14)

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus: Mt 5,20-26

 

- O Senhor esteja convosco.

- Ele está no meio de nós.

 

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Mateus.

- Glória a vós, Senhor!  

 

- Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 20“Se a vossa justiça não for maior que a justiça dos mestres da Lei e dos fariseus, vós não entrareis no Reino dos Céus. 21Vós ouvistes o que foi dito aos antigos: ‘Não matarás! Quem matar será condenado pelo tribunal’.  22Eu, porém, vos digo: todo aquele que se encoleriza com seu irmão será réu em juízo; quem disser ao seu irmão: ‘patife!’ será condenado pelo tribunal; quem chamar o irmão de ‘tolo’ será condenado ao fogo do inferno. 23Portanto, quando tu estiveres levando a tua oferta para o altar, e ali te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, 24deixa a tua oferta ali diante do altar, e vai primeiro reconciliar-te com o teu irmão. Só então vai apresentar a tua oferta. 25Procura reconciliar-te com teu adversário, enquanto caminha contigo para o tribunal. Senão o adversário te entregará ao juiz, o juiz te entregará ao oficial de justiça, e tu serás jogado na prisão. 26Em verdade eu te digo: dali não sairás, enquanto não pagares o último centavo”.

 

- Palavra da salvação.

- Glória a vós, Senhor!

 

  

Liturgia comentada

Depois, vem... (Mt 5,20-26)

Sim, depois. Não antes. Não enquanto alimentas ódio e ressentimento no coração. O rancor contaminaria a oferta que levas ao altar. Procura o teu irmão, reconcilia-te e depois estarás em condição de prestar culto ao Senhor.

 

Aqui, estamos diante de algo novo em relação à Primeira Aliança. Nesta, a reconciliação do povo com seu Deus se fazia por meio de vítimas e oferendas levadas ao altar. O sangue das vítimas era aspergido sobe a assembleia em ritual de purificação. Parte da carne – a melhor e mais gorda – era queimada para Deus em holocausto. Outra parte era oferecida ao povo em refeição. Comer parte da vítima consagrada ao Senhor significava estar em comunhão com ele.

 

Agora, em clima de Nova Aliança, vem Jesus e chama nossa atenção para um aspecto ligado à coerência da fé e do culto divino. Podemos assim resumir a questão: como pretendes estar em comunhão com Deus enquanto estás em conflito com teu irmão, que pretende, igualmente, estar em comunhão com o mesmo Deus? Deus estaria assim fraturado e dividido? Teremos quistos de ódio no coração de Deus?

 

Ou ainda: pretender o amor de Deus enquanto alimentas alguma modalidade de ódio (silêncios, reservas, antipatias, formação de partidos, rancores e ressentimentos...) não é uma incoerência? Ou esqueces que Deus ama também ao irmão a quem aborreces?

 

O ensinamento de Jesus nos desperta para a exigência de perdão, sem o qual nossa oferenda é apenas um gesto ritual vazio de conteúdo existencial, já que nossa vida desmente o rito que celebramos. Como diria o poeta, há distância entre intenção e gesto... E Deus, que lê os corações, certamente não acolherá a oferenda posta sobre a pedra do altar.

 

Sim, temos vítimas melhores que os bois e novilhos da Primeira Aliança. Não seria o caso de sacrificar a Deus o nosso orgulho? Os repentes de soberba? A ilusão que fazemos sobre nossa própria imagem? A avaliação inflacionada das ofensas que julgamos ter recebido de nosso irmão? Estas vítimas, com certeza o Senhor há de acolher com alegria, com muito mais prazer do que acolheria o sangue dos outros...

 

Não que o amor ao próximo fique acima do amor a Deus. Mas a falta de um desses amores viria a desmentir a existência do outro. Filiação e fraternidade se abraçam.

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Orai sem cessar: “Vai, eu te envio a teus irmãos!” (Gn 37,13)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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