Liturgia de 20 de julho de 2022

QUARTA FEIRA – XVI SEMANA DO TEMPO COMUM

(verde – Ofício do dia)

 

Antífona da entrada

- É Deus quem me ajuda, é o senhor que defende a minha vida. Senhor, de todo coração hei de vos oferecer o sacrifício e dar graças ao vosso nome, porque sois bom. (Sl 53,6.8).

 

Oração do dia

- Ó Deus, sede generoso com vossos filhos e filhas e multiplicai em nós os dons da vossa graça, para que, repletos de fé, esperança e caridade, guardemos fielmente os vossos mandamentos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

1ª Leitura: Jr 1,1.4-10

- Leitura do livro do profeta Jeremias: 1Palavras de Jeremias, filho de Helcias, um dos sacerdotes de Anatot, da tribo de Benjamim. 4Foi-me dirigida a palavra do Senhor, dizendo: 5“Antes de formar-te no ventre materno, eu te conheci; antes de saíres do seio de tua mãe, eu te consagrei e te fiz profeta das nações”. 6Disse eu: “Ah! Senhor Deus, eu não sei falar, sou muito novo”. 7Disse-me o Senhor: “Não digas que és muito novo; a todos a quem eu te enviar, irás, e tudo que eu te mandar dizer, dirás. 8Não tenhas medo deles, pois estou contigo para defender-te”, diz o Senhor. 9O Senhor estendeu a mão, tocou-me a boca e disse-me: “Eis que ponho minhas palavras em tua boca. 10Eu te constituí hoje sobre povos e reinos com poder para extirpar e destruir, devastar e derrubar, construir e plantar”.

 

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 71,1-4a.5-6ab.15ab.17 (R: 15)

 

- Minha boca anunciará vossa justiça.
R: Minha boca anunciará vossa justiça.


- Eu procuro meu refúgio em vós, Senhor: que eu não seja envergonhado para sempre! Porque sois justo, defendei-me e libertai-me! Escutai a minha voz, vinde salvar-me!

R: Minha boca anunciará vossa justiça.


- Sede uma rocha protetora para mim, um abrigo bem seguro que me salve! Porque sois a minha força e meu amparo, o meu refúgio, proteção e segurança! Libertai-me, ó meu Deus, das mãos do ímpio.

R: Minha boca anunciará vossa justiça.


- Porque sois, ó Senhor Deus, minha esperança, em vós confio desde a minha juventude! Sois meu apoio desde antes que eu nascesse, desde o seio maternal, o meu amparo.

R: Minha boca anunciará vossa justiça.


- Minha boca anunciará todos os dias vossa justiça e vossas graças incontáveis. Vós me ensinastes desde a minha juventude, e até hoje canto as vossas maravilhas.

R: Minha boca anunciará vossa justiça.

 

Aclamação ao santo Evangelho

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

- A semente é de Deus a Palavra, o Cristo é semeador; todo aquele que o encontra, vida eterna encontrou.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus: Mt 13,1-9

 

- O Senhor esteja convosco.

- Ele está no meio de nós.

 

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Mateus

- Glória a vós, Senhor!   

 

- 1Naquele dia, Jesus saiu de casa e foi sentar-se às margens do mar da Galileia. 2Uma grande multidão reuniu-se em volta dele. Por isso Jesus entrou numa barca e sentou-se, enquanto a multidão ficava de pé, na praia. 3E disse-lhes muitas coisas em parábolas: “O semeador saiu para semear. 4Enquanto semeava, algumas sementes caíram à beira do caminho, e os pássaros vieram e as comeram. 5Outras sementes caíram em terreno pedregoso, onde não havia muita terra. As sementes logo brotaram, porque a terra não era profunda. 6Mas, quando o sol apareceu, as plantas ficaram queimadas e secaram, porque não tinham raiz. 7Outras sementes caíram no meio dos espinhos. Os espinhos cresceram e sufocaram as plantas. 8Outras sementes, porém, caíram em terra boa, e produziram à base de cem, de sessenta e de trinta frutos por semente. 9Quem tem ouvidos, ouça! ”

 

- Palavra da salvação.

- Glória a vós, Senhor!

 

 

Liturgia comentada

E os espinhos a sufocaram... (Mt 13,1-9)

O trabalho do semeador nem sempre encontra terra boa para acolher sua semente. É a vida! Solo pedregoso, aves famintas, espinheiros, tudo nos leva a ver como autêntico milagre o sucesso da plantação.

 

Louis Gillet, mais conhecido por seu pseudônimo literário – “um monge da Igreja do Oriente” – nos dá sua tradução pessoal desses “espinhos”:

 

“Os espinhos representam uma espécie de fracasso na história dos seres vivos. Nós sabemos que a pedra ou a areia jamais serão organismos. Permanecerão estéreis em relação à vida. Mas o espinho começa com uma folha. Depois ela endurece, torna-se aguda, madeira inútil e perigosa. De órgão vivo que tinha sido, desviou-se, degenerada. Doravante ela é infecunda, afiada, hostil.

 

O espinho simboliza espiritualmente o fracasso de uma vocação divina. Ele marca o ‘sufocamento’ da semente de que nos fala o Evangelho. Uma alma inicialmente aberta às coisas de Deus pode tornar-se parcial ou totalmente esclerosada em relação a essas coisas. Ocorre, muitas vezes, que são os melhores dons naturais de uma pessoa que uma inversão ou perversão ulterior volta contra Deus. Até mesmo aquela em quem a graça fez brotar folhas, flores e frutos, pode também trazer espinhos. Quais são os meus espinhos? De que aptidões divinas elas se tornaram a contrapartida?

 

Senhor, houve um dia em que espinhos trançados foram postos em tua cabeça como uma coroa de zombaria. Sem que os carrascos e o povo soubessem disso, aqueless espinhos representavam os pecados dos homens. Os meus futuros pecados estavam lá. Foste tu que os carregaste. Foi tua cabeça que nossos pecados ensanguentaram.

 

Senhor, levanto meus olhos para esses espinhos de que tua fronte está cercada. Eu os olho com arrependimento, mas com confiança. E eis que, neste mesmo instante, os espinhos deixam de me perfurar. Eu vejo o Semeador que continua a semear no meio dos mesmos espinhos. E sobre sua coroa dolorosa, entre os espinhos entrelaçados, creio ver aparecendo, como tímidos rebentos, anunciadores de uma nova esperança.”

 

É isto que situa o cristão e o pagão em polos opostos: para o pagão, o mal é uma realidade insuperável, o criminoso é uma pessoa irrecuperável; já para o cristão, por apostar na Graça divina e crer na salvação que Cristo deixa ao nosso alcance, até os espinhos podem mudar-se em flor, podem dar frutos de amor...

 

Orai sem cessar: “Não haverá mais espinhos de amargura para a casa de Israel...” (Ez 28,24)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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