Liturgia de 13 de agosto de 2022

SABADO – XIX SEMANA DO TEMPO COMUM

(verde – ofício do dia)

 

Antífona da entrada 

- Considerai, Senhor, vossa aliança, e não abandoneis para sempre o vosso povo. Lembrai-vos, Senhor, defendei vossa causa e não desprezeis o clamor de quem vos busca (Sl 73,20.19.22).

 

Oração do dia 

- Deus eterno e todo-poderoso, a quem ousamos chamar de Pai, dai-nos cada vez mais um coração de filhos, para alcançarmos um dia a herança prometida. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

1ª Leitura: Ex 18,1-10.13b.30-32 

- Leitura da profecia de Eze­quiel: 1A palavra do Senhor foi-me dirigida nestes termos: 2“Que provérbio é esse que andais repetindo em Israel: ‘Os pais comeram uvas verdes, e os dentes dos filhos ficaram embotados? ’ 3Juro por minha vida — oráculo do Senhor Deus —, já não haverá quem repita esse provérbio em Israel. 4Todas as vidas me pertencem. Tanto a vida do pai como a vida do filho são minhas. Aquele que pecar é que deve morrer. 5Se um homem é justo e pratica o direito e a justiça, 6não participa de refeições rituais sobre os montes, não levanta os olhos para os ídolos da casa de Israel, não desonra a mulher do próximo, nem se aproxima da mulher menstruada; 7se não oprime ninguém, devolve o penhor devido, não pratica roubos, dá alimento ao faminto e cobre de vestes o que está nu; 8se não empresta com usura, nem cobra juros, afasta sua mão da injustiça, e julga imparcialmente entre homem e mulher; 9se vive conforme as minhas leis e guarda os meus preceitos, praticando-os fielmente, tal homem é justo e, com certeza, viverá — oráculo do Senhor Deus. 10Mas, se tiver um filho violento e assassino, que pratica uma dessas ações, 13porque fez todas essas coisas abomináveis, com certeza, morrerá; ele é responsável pela sua própria morte. 30Pois bem, vou julgar cada um de vós, ó casa de Israel, segundo a sua conduta — oráculo do Senhor Deus. Arrependei-vos, convertei-vos de todas as vossas transgressões, a fim de não terdes ocasião de cair em pecado. 31Afastai-vos de todos os pecados que praticais. Criai para vós um coração novo e um espírito novo. Por que haveis de morrer, ó casa de Israel? 32Pois eu não sinto prazer na morte de ninguém — oráculo do Senhor Deus. Convertei-vos e vivereis! ”

 

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 51,12-15.18-19 (R: 12a)

 

- Ó Senhor, criai em mim um coração que seja puro!
R: Ó Senhor, criai em mim um coração que seja puro!


- Criai em mim, um coração que seja puro, dai-me de novo um espírito decidido. Ó Senhor, não me afasteis de vossa face, nem retireis de mim o vosso Santo Espírito!

R: Ó Senhor, criai em mim um coração que seja puro!


- Dai-me de novo a alegria de ser salvo e confirmai-me com espírito generoso! Ensinarei vosso caminho aos pecadores, e para vós se voltarão os transviados.

R: Ó Senhor, criai em mim um coração que seja puro!


- Pois não são de vosso agrado os sacrifícios, e, se oferto um holocausto, o rejeitais. Meu sacrifício é minha alma penitente, não desprezeis um coração arrependido!

R: Ó Senhor, criai em mim um coração que seja puro!

 

Aclamação ao santo Evangelho

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

- Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, pois revelastes os mistérios do teu reino aos pequeninos, escondendo-os aos doutores (Mt 11,25).

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus: Mt 19,13-15

 

- O Senhor esteja convosco.

- Ele está no meio de nós.

 

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Mateus

- Glória a vós, Senhor!   

 

- Naquele tempo, 13levaram crianças a Jesus, para que impusesse as mãos sobre elas e fizesse uma oração. Os discípulos, porém, as repreendiam. 14Então Jesus disse: “Deixai vir a mim as criançinhas, porque delas é o Reino dos Céus”. 15E depois de impor as mãos sobre elas, Jesus partiu dali.

 

- Palavra da salvação.

- Glória a vós, Senhor!

 

 

Não as impeçais! (Mt 19,13-15)

A cena é banal, à primeira vista: um rápido instantâneo do cotidiano gravado em apenas três versículos. As mães levam seus pequenos até Jesus para receberem sua bênção. Os discípulos tentam enxotar as crianças. E o Mestre reage com um imperativo: “Não as impeçais!”

 

Bem intencionados, os discípulos? Talvez. O Mestre podia estar cansado. Aliás, estava de saída (cf. v. 15). Mesmo assim, a “bronca” permanece. Jesus quer as crianças junto de si. Ele ama os pequeninos.

 

Sim, todos sabem: criança faz barulho, criança dá trabalho, criança “enche” ... Não é à toa que os casais fazem tudo para “evitá-las”. Não é estranho? Há uma lista de coisas a serem evitadas: evitar doenças, evitar acidentes, evitar... filhos?!

 

Pois Jesus ama as crianças. Ele está dizendo que não se deve impedir que elas se aproximem dele. E a advertência vale para os pais, os educadores e os poderosos que traçam as políticas do ensino. O regime soviético fez de tudo para desviar as crianças do caminho da fé. Chegaram a retirar água benta das pequenas pias que ficavam na entrada das igrejas e, com o microscópio, mostravam aos pequenos a presença de bactérias. As mesmas que se encontram em todo tipo de água. O objetivo era afastá-las da religião, mesmo à custa de trapaças!

 

Eis o ensinamento de João Paulo II, na Encíclica Familiaris Consortio:

 

“Na família, comunidade de pessoas, deve reservar-se uma especial atenção à criança, desenvolvendo uma estima profunda pela sua dignidade pessoal, como também grande respeito e generoso serviço pelos seus direitos. Isto vale para cada criança, mas adquire uma urgência singular quanto mais for a criança pequena e desprovida, doente, sofredora ou diminuída.

 

Solicitando e vivendo um cuidado terno e forte por toda criança que vem a este mundo, a Igreja cumpre uma sua missão fundamental: revelar e repetir na história o exemplo e o mandamento de Cristo, que quis pôr a criança em destaque no Reino de Deus: ‘Deixai vir a mim os pequeninos e não os impeçais, pois deles é o reino de Deus’. (Mt 19,14)

 

O acolhimento, o amor, a estima, o serviço múltiplo e unitário – material, afetivo, educativo, espiritual – a cada criança que vem a este mundo deverão constituir sempre uma nota distintiva irrenunciável dos cristãos, em particular das famílias cristãs.” (FC, 26)

 

A História registra que, em todas as épocas, nenhuma instituição dedicou mais esforços materiais e pessoais à criança do que a Igreja de Jesus. Numerosas congregações foram criadas exatamente para acompanhar as crianças, dando a estas a formação humana, moral e espiritual que as próprias famílias não estavam em condição de lhes proporcionar.

 

E uma das raras maldições de Jesus foi dirigida para quem escandaliza “um destes pequeninos” (cf. Mc 9,42).

 

Orai sem cessar: “Quem for pequenino, venha a mim!” (Pr 9,4)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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