Liturgia de 06 de setembro de 2022

TERÇA FEIRA – XXIII SEMANA DO TEMPO COMUM

(verde, ofício do dia)

 

Antífona da entrada

- Vós sois justo, Senhor, e justa é a vossa sentença; tratai o vosso servo segundo a vossa misericórdia (Sl 118,137.124).

 

Oração do dia 

- Ó Deus, Pai de bondade, que nos redimistes e adotastes como filhos e filhas, concedei aos que crêem em Cristo a verdadeira liberdade e a herança eterna. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

1ª Leitura: 1Cor 6,1-11 

- Leitura da primeira carta de são Paulo aos Coríntios: Irmãos, 1quando um de vós tem uma questão com um outro, como se atreve a entrar na justiça perante os injustos, em vez de recorrer aos santos? 2Será que ignorais que os santos julgarão o mundo? Ora, se o mundo está sujeito a vosso julgamento, seríeis acaso indignos de deliberar e julgar sobre questões tão insignificantes?  3Ignorais que julgaremos os anjos? Quanto mais, coisas desta vida! 4No entanto, se tendes dessas questões a resolver, re­cor­rereis a juízes que a Igreja não pode recomendar. 5Digo isso, para confusão vossa! Será, então, que aí entre vós não se encontra ninguém sensato e prudente que possa ser juiz entre irmãos? 6Ao invés disso, irmão contra irmão vai a juízo, e isso perante infiéis! 7Aliás, já é uma grande falta haver processos entre vós. 8Por que não suportais, antes, a injustiça? Por que não tolerais, antes, ser prejudicados? Pelo contrário, vós é que cometeis injustiças e fraudes, e isso contra irmãos! 9Porventura ignorais que pessoas injustas não terão parte no reino de Deus? Não vos iludais: nem imorais, nem idólatras, nem adúlteros, nem efe­minados, nem pederastas, 10nem ladrões, nem avarentos, nem beberrões, nem insolentes, nem salteadores terão parte no reino de Deus. 11E vós, isto é, alguns de vós, éreis isso! Mas fostes lavados, fostes santificados, fostes justificados pelo nome do Senhor Jesus Cristo e pelo Espírito de nosso Deus.

 

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 149,1-2.3-4.5-6a.9b (R: 4a)

 

- O Senhor ama seu povo de verdade.
R: O Senhor ama seu povo de verdade.


- Cantai ao Senhor Deus um canto novo, e o seu louvor na assembleia dos fiéis! Alegre-se Israel em quem o fez, e Sião se rejubile no seu Rei!

R: O Senhor ama seu povo de verdade.


- Com danças glorifiquem o seu nome, toquem harpa e tambor em sua honra! Porque, de fato, o Senhor ama seu povo e coroa com vitória os seus humildes.

R: O Senhor ama seu povo de verdade.


- Exultem os fiéis por sua glória, e cantando se levantem de seus leitos, com louvores do Senhor em sua boca. Eis a glória para todos os seus santos.

R: O Senhor ama seu povo de verdade.



Aclamação ao santo Evangelho.

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

- Eu vos escolhi a fim de que deis, no meio do mundo, um fruto que dure

(Jo 15,16).

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas: Lc 6,12-19

 

- O Senhor esteja convosco.

- Ele está no meio de nós.

 

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Lucas

- Glória a vós, Senhor!   

 

 

- 12Naqueles dias, Jesus foi à montanha para rezar. E passou a noite toda em oração a Deus. 13Ao amanhecer, chamou seus discípulos e escolheu doze dentre eles, aos quais deu o nome de apóstolos: 14Simão, a quem impôs o nome de Pedro, e seu irmão André; Tiago e João; Filipe e Bartolomeu;  15Mateus e Tomé; Tiago, filho de Alfeu, e Simão, chamado Zelota; 16Judas, filho de Tiago, e Judas Is­cariotes, aquele que se tornou traidor.17Jesus desceu da montanha com eles e parou num lugar plano. Ali estavam muitos dos seus discípulos e grande multidão de gente de toda a Judeia e de Jerusalém, do litoral de Tiro e Sidônia. 18Vieram para ouvir Jesus e ser curados de suas doenças. E aqueles que estavam atormentados por espíritos maus também foram curados. 19A multidão toda procurava tocar em Jesus, porque uma força saía dele, e curava a todos.

 

- Palavra da salvação.

- Glória a vós, Senhor!

 

  

Liturgia comentada

Deu-lhes o nome de apóstolos... (Lc 6,12-19)

Jesus passara a noite inteira em oração. Leia-se: um encontro íntimo entre o Filho e o Pai. Aliás, oração é exatamente isto: conversa filial, escuta paternal.

 

Quando amanhece o dia, depois de ter ouvido o Pai, o Filho pode separar Doze da multidão que o seguia, com a missão específica de serem “enviados”. A palavra apóstolo vem do grego, onde o verbo “apostéllo” significa “enviar”. Nos Evangelhos, a primeira vez que esta palavra aparece é em relação ao próprio Jesus, o “enviado” do Pai (cf. Lc 4,18).

 

Fica bem evidente, nesta escolha, que os apóstolos serão extensões da missão do próprio Jesus: “Como o Pai me enviou, assim também eu envio a vós”. (Jo 20,21b) E esta frase foi pronunciada pelo Senhor logo após ter soprado sobre eles, dizendo: “Recebei o Espírito Santo!”

 

Assim, os apóstolos sabem que não são donos da missão. Eles saem sem nenhum projeto pessoal, nenhuma outra intenção que não corresponda aos desígnios do Pai, manifestados pelo Filho. E mais: sabem que é o dom do Espírito que lhes permitirá cumprir o tríplice imperativo: ide... ensinai... batizai... (cf. Mt 28,19)

 

Não se pode vir a ser um apóstolo sem um chamado expresso de Deus, comenta Helmut Gollwitzer. “O apostolado é uma criação de Deus. Além disso, nota-se que o número doze é decisivo, e pensaremos nas doze tribos de Israel. Aquele que via Jesus em companhia dos Doze via assim representada, de modo visível, a pretensão de Jesus de ser o Messias de Israel”.

 

O apóstolo é enviado a pregar, anunciar e ensinar: ele é portador da Boa Nova. Testemunhas da ressurreição do Senhor, eles sabem em quem depositaram a sua confiança (cf. 2Tm 1,12). “Jesus não se contenta em reunir à sua volta um grupo de fiéis zelosos, sem os dotar, ao mesmo tempo, de vínculos sólidos. Aqui está a IGREJA, isto é, o grupo que assume forma, ordena-se, liga-se a um ministério determinado e a uma autoridade concreta – autoridade única, fundamental, intransmissível, conferida aos doze apóstolos chamados nominalmente.”

 

Há teólogos afirmando que Jesus nunca pensou em uma “igreja”. Esta seria uma invenção dos homens. Não é o que vemos nos Evangelhos, desde a vocação dos Doze até, especialmente, na vinda do Espírito Santo e no testemunho dos apóstolos após a ressurreição do Senhor. “Quem vos ouve, a mim ouve” (Lc 10,16) – decreta o Senhor. Desde então, será impensável separar o Corpo de seus membros, separar Jesus de seus enviados.

 

Orai sem cessar: “E disso todos nós somos testemunhas!” (At 2,32)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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