Liturgia de 28 de janeiro de 2023

SABADO - SANTO TOMÁS DE AQUINO - PRESBÍTERO E DOUTOR

(branco, glória, prefácio dos pastores - ofício da memória)

 

Antífona da entrada 

- Os sábios refulgirão como o esplendor do firmamento; e os que ensinaram a muitos a justiça brilharão como estrelas para sempre (Dn 12,3).

 

Oração do dia 

- Ó Deus, que tornastes santo Tomás de Aquino um modelo admirável pela procura da santidade e amor à ciência sagrada, dai-nos compreender seus ensinamentos e seguir seus exemplos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

1ª Leitura: Hb 11,1-2.8-19 

- Leitura da carta aos Hebreus: Irmãos, 1A fé é um modo de já possuir o que ainda se espera, a convicção acerca de realidades que não se vêem. 2Foi a fé que valeu aos antepassados um bom testemunho. 8Foi pela fé que Abraão obedeceu à ordem de partir para uma terra que devia receber como herança, e partiu, sem saber para onde ia. 9Foi pela fé que ele residiu como estrangeiro na terra prometida, morando em tendas com Isaac e Jacó, os co-herdeiros da mesma promessa. 10Pois esperava a cidade alicerçada que tem Deus mesmo por arquiteto e construtor. 11Foi pela fé também que Sara, embora estéril e já de idade avançada, se tornou capaz de ter filhos, porque considerou fidedigno o autor da promessa. 12É por isso também que de um só homem, já marcado pela morte, nasceu a multidão “comparável às estrelas do céu e inumerável como a areia das praias do mar”. 13Todos estes morreram na fé. Não receberam a realização da promessa, mas a puderam ver e saudar de longe e se declararam estrangeiros e migrantes nesta terra. 14Os que falam assim demonstram que estão buscando uma pátria, 15e se se lembrassem daquela que deixaram, até teriam tempo de voltar para lá. 16Mas agora, eles desejam uma pátria melhor, isto é, a pátria celeste. Por isto, Deus não se envergonha deles, ao ser chamado o seu Deus. Pois preparou mesmo uma cidade para eles. 17Foi pela fé que Abraão, posto à prova, ofereceu Isaac; ele, o depositário da promessa, sacrificava o seu filho único, 18do qual havia sido dito: “É em Isaac que uma descendência levará o teu nome”. 19Ele estava convencido de que Deus tem poder até de ressuscitar os mortos, e assim recuperou o filho - o que é também um símbolo.

 

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

 

 

Salmo Responsorial: Sl (Lc)1,69-70.71-72.73-75 (R: 68)

- Bendito seja o Senhor Deus de Israel, porque a seu povo visitou e libertou!
R: Bendito seja o Senhor Deus de Israel, porque a seu povo visitou e libertou!


- Fez surgir um poderoso Salvador na casa de Davi, seu servidor, como falara pela boca de seus santos, os profetas desde os tempos mais antigos.

R: Bendito seja o Senhor Deus de Israel, porque a seu povo visitou e libertou!


- Para salvar-nos do poder dos inimigos e da mão de todos quantos nos odeiam. Assim mostrou misericórdia a nossos pais, recordando a sua santa Aliança

R: Bendito seja o Senhor Deus de Israel, porque a seu povo visitou e libertou!


- E o juramento a Abraão, o nosso pai, de conceder-nos que, libertos do inimigo, a ele nós sirvamos sem temor em santidade e em justiça diante dele, enquanto perdurarem nossos dias.

R: Bendito seja o Senhor Deus de Israel, porque a seu povo visitou e libertou!



Aclamação ao santo Evangelho

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

- Deus o mundo tanto amou, que lhe deu seu próprio Filho, para que todo que nele crer encontre vida eterna (Jo 3,16).

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Marcos: Mc 4,35-41

 

- O Senhor esteja convosco.

- Ele está no meio de nós.

 

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Marcos

- Glória a vós, Senhor!  


-
35Naquele dia, ao cair da tarde, Jesus disse a seus discípulos: “Vamos para a outra margem!” 36Eles despediram a multidão e levaram Jesus consigo, assim como estava na barca. Havia ainda outras barcas com ele. 37Começou a soprar uma ventania muito forte e as ondas se lançavam dentro da barca, de modo que a barca já começava a se encher. 38Jesus estava na parte de trás, dormindo sobre um travesseiro. Os discípulos o acordaram e disseram: “Mestre, estamos perecendo e tu não te importas?” 39Ele se levantou e ordenou ao vento e ao mar: “Silêncio! Cala-te!” O vento cessou e houve uma grande calmaria. 40Então Jesus perguntou aos discípulos: “Por que estais com medo? Ainda não tendes fé?” 41Eles sentiram um grande medo e diziam uns aos outros: “Quem é este, a quem até o vento e o mar obedecem? ”

 

- Palavra da salvação.

- Glória a vós, Senhor! 

 

  

Cala-te! (Mc 4,35-41)

Liturgia comentada

Desde o início de sua existência, o homem percebe que está envolvido por forças terríveis que o superam. A violência dos tornados, a inundação vertiginosa, a lava dos vulcões, o fragor dos terremotos – tudo inspira no ser humano um sentimento de fraqueza, de insegurança, de invalidez. Até mesmo a contemplação de uma noite estrelada, serena e calma, pode deixar o homem abismado diante do “silêncio eterno desses espaços infinitos”, como escreveu o filósofo francês.

 

Isto é bom para nós. Recorda-nos que não somos deuses. Somos apenas criaturas. Mesmo os mais fortes, decantados como heróis e semideuses, possuem o seu “tendão de Aquiles”, aquele ponto fraco que os torna igualmente vulneráveis diante dos imprevistos do caminho.

 

Foi a experiência dos discípulos no meio de uma tempestade que retorcia as águas do Lago de Genesaré. A velha barca se mostrava incontrolável. A água a invadia, o desastre era iminente. Jesus? Dormia na popa, a cabeça apoiada na almofada usada pelos remadores. Dormia mesmo? Poderia mergulhar no sono quando tudo ameaçava mergulhar no fundo do abismo? Ou – prefiro acreditar nisso... – Jesus fingia dormir para testar a confiança de seu pequeno rebanho?

 

Até que eles já não suportam mais e, vencidos pelo medo, sacodem o Mestre, interpelando-o: “Não te importas que pereçamos?” Seria isto uma súplica? Ou uma acusação? Sabiam os discípulos que seu Mestre podia interferir no curso natural das coisas? Ou era puro desespero? Então, Jesus pronuncia um imperativo aos elementos desgovernados: “Cala-te! Emudece!” Faz-se grande bonança. E a advertência aos discípulos: “Por que tanto medo? Não tendes fé?”

 

Muitos comentaristas viram nesta passagem um ícone da “navegação” da Igreja ao longo dos séculos. Viriam sempre tempestades, ventos contrários, a impressão de desastre iminente. Mas aquele que dorme na popa – o Cristo Senhor – acabaria por intervir, mais cedo ou mais tarde, para serenar as revoluções exteriores e as agitações internas.

 

A barca de Pedro acaba de dobrar o limite de mais um milênio. Neste percurso, soçobraram civilizações e impérios, foram ao fundo culturas e organizações transnacionais. Mas a barca segue adiante, entre esperanças e temores, movida pelo vento do Espírito.

Só que o Senhor não dorme, como neste Evangelho... Ele está no leme, firme no timão. Já é tempo de deixar o medo e confiar em nosso Guia...

 

Orai sem cessar:Senhor, vós sois abrigo contra a tempestade!” (Is 25, 4) 

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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