Liturgia de 31 de maio de 2023

QUARTA FEIRA VISITAÇÃO DE NOSSA SENHORA

(branco, glória, pref. de Maria- ofício da festa)

 

Antífona da entrada 

- Vinde e escutai todos os que temeis a Deus, e eu vos direi tudo o que o Senhor fez por mim (Sl 65,16).

 

Oração do dia 

- Ó Deus todo-poderoso, que inspirastes a Virgem Maria sua visita a Isabel, levando no seio o vosso Filho, fazei-nos dóceis ao Espírito Santo, para cantar com ela o vosso louvor. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

1ª Leitura: Sf 3,14-18

- Leitura da profecia de Sofonias: 14Canta de alegria, cidade de Sião; rejubila, povo de Israel! Alegra-te e exulta de todo o coração, cidade de Jerusalém! 15O Senhor revogou a sentença contra ti, afastou teus inimigos; o rei de Israel é o Senhor, ele está no meio de ti, nunca mais temerás o mal. 16Naquele dia, se dirá a Jerusalém: “Não temas, Sião, não te deixes levar pelo desânimo! 17O Senhor, teu Deus, está no meio de ti, o valente guerreiro que te salva; ele exultará de alegria por ti, movido pelo amor; exultará por ti, entre louvores, 18como nos dias de festa. Afastarei de ti a desgraça, para que nunca mais te cause humilhação”.

 

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

 

 

Salmo Responsorial: Sl (Is 12,2-3.4bcd.5-6 R: 6b)

 

- O santo de Israel é grande entre vós.
R: O santo de Israel é grande entre vós.


- Eis o Deus, meu salvador, eu confio e nada temo; o Senhor é minha força, meu louvor e salvação. Com alegria bebereis do manancial da salvação.

R: O santo de Israel é grande entre vós.


- E direis naquele dia: “Dai louvores ao Senhor, invocai seu santo nome, anunciai suas maravilhas, entre os povos proclamai que seu nome é o mais sublime.

R: O santo de Israel é grande entre vós.


- Louvai cantando ao nosso Deus, que fez prodígios e portentos, publicai em toda a terra suas grandes maravilhas! Exultai cantando alegres, habitantes de Sião, porque é grande em vosso meio o Deus santo de Israel!”

R: O Santo de Israel é grande entre vós.

 

Aclamação ao Evangelho 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

- És feliz porque crestes, Maria, pois em ti a Palavra de Deus vai cumprir-se, conforme ele disse (Lc 1,45)

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas: Lc 1,39-56

 

- O Senhor esteja convosco.

- Ele está no meio de nós.

 

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Lucas

- Glória a vós, Senhor!  

 

- 39Naqueles dias, Maria partiu para a região montanhosa, dirigindo-se, apressadamente, a uma cidade da Judeia. 40Entrou na casa de Zacarias e cumprimentou Isabel. 41Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança pulou no seu ventre e Isabel ficou cheia do Espírito Santo. 42Com um grande grito exclamou: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto de teu ventre!” 43Como posso merecer que a mãe do meu Senhor me venha visitar? 44Logo que a tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança pulou de alegria no meu ventre. 45Bem-aventurada aquela que acreditou, porque será cumprido o que o Senhor lhe prometeu”. 46Maria disse: “A minha alma engrandece o Senhor, 47e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador, 48porque olhou para a humildade de sua serva. Doravante todas as gerações me chamarão bem-aventurada, 49porque o Todo-poderoso fez grandes coisas em meu favor. O seu nome é santo, 50e sua misericórdia se estende, de geração em geração, a todos os que o temem. 51Ele mostrou a força de seu braço: dispersou os soberbos de coração. 52Derrubou do trono os poderosos e elevou os humildes. 53Encheu de bens os famintos, e despediu os ricos de mãos vazias. 54Socorreu Israel, seu servo, lembrando-se de sua misericórdia, 55conforme prometera aos nossos pais, em favor de Abraão e de sua descendência, para sempre”. 56Maria ficou três meses com Isabel; depois voltou para casa.

 

- Palavra da salvação.

- Glória a vós, Senhor!

  

 

Liturgia comentada

Tu que creste... (Lc 1,39-56)

Entre a Anunciação - quando anjo Gabriel visita a Virgem de Nazaré - e a Natividade – com a visita do Messias Salvador à humanidade -, o Evangelho de Lucas situa esta Visitação que o Evangelho de hoje nos reapresenta. De um lado, Isabel, representante da Primeira Aliança; do outro, Maria, a primeira mulher da Nova Aliança, já portadora do Messias em seu ventre sagrado.

 

Quando ouvira as palavras do Mensageiro divino, ao responder com seu “faça-se em mim”, Maria realizava o mais pleno ato de fé: a fé no impossível, acentuado pelo anjo: “Pois nada é impossível para Deus” (Lc 1,37). E Gabriel anexava um “sinal” às suas palavras: a gravidez tardia da estéril Isabel, outro impossível aos olhos humanos.

 

Quando Maria sai “às pressas”, rumo aos altos da Judeia, o “serviço” que ela poderia prestar à parenta idosa não era de modo algum o motor principal de sua viagem. Acima de tudo, Maria ia conferir o sinal que lhe fora dado. Um ato de fé complementar ao primeiro ato, mas simultaneamente a manifestação de notável bom senso, que não fica navegando entre as nuvens, mas tem os pés no chão da realidade.

 

Uma placa na estrada só tem sentido se de fato existe o lugar por ela apontado. E é ali, na casa de Zacarias, que o sentido se manifesta com meridiana clareza. Isabel é iluminada pelo Espírito de modo a identificar na jovem visitante aquela que Deus escolhera para ser a Mãe do Salvador. O próprio filho de Isabel, ainda na vida pré-natal, se agita na alegria gerada pela aproximação daquele que João Batista iria apontar como o Cordeiro de Deus.

 

Esta cena da visitação é conhecida pelos cristãos do Oriente como “Aspasmós”, isto é, o “abraço”. O Antigo Testamento abraça o Novo. A esperança nas promessas abraça o seu cumprimento. A aurora abraça o novo dia, ainda que o Sol nascente (cf. Lc 1,78) superasse ao infinito todas as nebulosas expectativas do passado.

 

Repleta do Espírito, Isabel proclama: “Bem-aventurada tu, que creste, pois se hão cumprir as coisas que te foram ditas da parte do Senhor”. O segredo do Rei, que Maria não iria revelar nem mesmo a José, é sussurrado pelo Espírito ao coração de Isabel. E assim Maria de Nazaré tem a confirmação de que não apostara em alguma ilusão, mas caminhava em terreno firme. O único terreno firme em nosso planeta: o território da fé.

 

A festa litúrgica da Visitação deve ser para nós um convite a apostar na fé. Acima dos impossíveis e além das evidências, nós recebemos uma Palavra que nos interpela: é pegar ou largar...

 

Orai sem cessar: “Terei confiança no Senhor!” (Is 8,17)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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