Liturgia de 01 de julho de 2023

SABADO – XII SEMANA DO TEMPO COMUM

(verde - ofício do dia)

 

Antífona da entrada

- O Senhor é a força do seu povo, fortaleza e salvação do seu ungido. Salvai, Senhor, vosso povo, abençoai vossa herança e governai para sempre os vossos servos.  (Sl 27.8)

 

Oração do dia

- Senhor, nosso Deus, dai-nos por toda a vida a graça de vos amar e temer, pois nunca cessais de conduzir os que firmais no vosso amor. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

1ª Leitura: Gn 18,1-15

- Leitura do livro do Gênesis: Naqueles dias, 1o Senhor apareceu a Abraão junto ao carvalho de Mambré, quando ele estava sentado à entrada da sua tenda, no maior calor do dia. 2Levantando os olhos, Abraão viu três homens de pé, perto dele. Assim que os viu, correu ao seu encontro e prostrou-se por terra. 3E disse: “Meu Senhor, se ganhei tua amizade, peço-te que não prossigas viagem, sem parar junto a mim, teu servo. 4Mandarei trazer um pouco de água para vos lavar os pés, e descansareis debaixo da árvore. 5Farei servir um pouco de pão para refazerdes vossas forças, antes de continuar a viagem. Pois foi para isso mesmo que vos aproximastes do vosso servo”. Eles responderam: “Faze como disseste”. 6Abraão entrou logo na tenda, onde estava Sara e lhe disse: “Toma depressa três medidas da mais fina farinha, amassa alguns pães e assa-os“. 7Depois, Abraão correu até o rebanho, pegou um bezerro dos mais tenros e melhores, e deu-o a um criado, para que o preparasse sem demora. 8A seguir, foi buscar coalhada, leite e o bezerro assado, e pôs tudo diante deles. Abraão, porém, permaneceu de pé, junto deles, debaixo da árvore, enquanto comiam. 9E eles lhe perguntaram: “Onde está Sara, tua mulher?” “Está na tenda”, respondeu ele. 10E um deles disse: “Voltarei, sem fal­ta, no ano que vem, por este tempo, e Sara, tua mulher, já terá um filho”. Ouvindo isto, Sara pôs-se a rir, da entrada da tenda, que estava atrás dele. 11Abraão e Sara já eram velhos, muito avançados em idade, e para ela já havia cessado o período regular das mulheres. 12Por isso, Sara se pôs a rir em seu íntimo, dizendo: “Acabada como estou, terei ainda tal prazer, sendo meu marido já velho?” 13E o Senhor disse a Abraão: “Por que riu Sara, dizendo consigo mesma: ‘Acaso ainda terei um filho, sendo tão velha?’ 14Existe alguma coisa impossível para o Senhor? No ano que vem, voltarei por este tempo, e Sara já terá um filho”. 15Sara protestou, dizendo: “Eu não ri”, pois estava com medo. Mas ele insistiu: “Sim, tu riste”.

 

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl (Lc 1,46-47.48-49.50.53.54-55) (R: 9a)

 

- O Senhor se lembrou de mostrar sua bondade.
R: O Senhor se lembrou de mostrar sua bondade.


- A minha alma engrandece o Senhor, e se alegrou o meu espírito em Deus, meu Salvador.

R: O Senhor se lembrou de mostrar sua bondade.

 

Pois, ele viu a pequenez de sua serva, eis que agora as gerações hão de chamar-me de bendita. O Poderoso fez por mim maravilhas e Santo é o seu nome.

R: O Senhor se lembrou de mostrar sua bondade.


- Seu amor, de geração em geração chega a todos que o respeitam. De bens saciou os famintos e despediu, sem nada, os ricos.

R: O Senhor se lembrou de mostrar sua bondade.


- Acolheu Israel, seu servidor, fiel ao seu amor, como havia prometido aos nossos pais, em favor de Abraão e de seus filhos, para sempre.

R: O Senhor se lembrou de mostrar sua bondade.

 

Aclamação ao santo Evangelho

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

- O Cristo tomou sobre si nossas dores, carregou em seu corpo nossas fraquezas (Mt 8,17).

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus: Mt 8,5-17

 

- O Senhor esteja convosco.

- Ele está no meio de nós.

 

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Mateus

- Glória a vós, Senhor!   

 

- Naquele tempo, 5quando Jesus entrou em Cafarnaum, um oficial romano aproximou-se dele, suplicando: 6“Senhor, o meu empregado está de cama, lá em casa, sofrendo terrivelmente com uma paralisia”.  7Jesus respondeu: “Vou curá-lo”. 8O oficial disse: Senhor, eu não sou digno de que entres em minha casa. Dize uma só palavra e o meu empregado ficará curado. 9Pois eu também sou subordinado e tenho soldados sob minhas ordens. E digo a um: ‘Vai!’, e ele vai; e a outro: ‘Vem!’, e ele vem; e digo a meu escravo: ‘Faze isto!’, e ele faz”.
10Quando ouviu isso, Jesus ficou admirado, e disse aos que o seguiam: “Em verdade, vos digo: nunca encontrei em Israel alguém que tivesse tanta fé. 11Eu vos digo: muitos virão do Oriente e do Ocidente, e se sentarão à mesa no Reino dos Céus, junto com Abraão, Isaac e Jacó, 12enquanto os herdeiros do Reino serão jogados para fora, nas trevas, onde haverá choro e ranger de dentes”.  13Então, Jesus disse ao oficial: “Vai! e seja feito como tu creste”. E, naquela mesma hora, o empregado ficou curado. 14Entrando Jesus na casa de Pedro, viu a sogra dele deitada e com febre. 15Tocou-lhe a mão, e a febre a deixou. Ela se levantou, e pôs-se a servi-lo. 16Quando caiu a tarde, levaram a Jesus muitas pessoas possuídas pelo demônio. Ele expulsou os espíritos, com sua palavra, e curou todos os doentes, 17para que se cumprisse o que foi dito pelo profeta Isaías: “Ele tomou as nossas dores e carregou as nossas enfermidades”.

 

- Palavra da salvação.

- Glória a vós, Senhor!

 

 

Liturgia comentada

Ele assumiu as nossas dores... (Mt 8,5-17)

No Evangelho de hoje, temos uma nítida demonstração da “filantropia” de Deus – seu amor pela humanidade – que se encarnou na pessoa de Jesus Cristo. Deve servir para nós como uma vacina diante das teses pessimistas que afirmam que o Criador se ausentou da Criação e nos abandonou a nós mesmos.

 

Após duas curas pontuais - o servo do centurião e a sogra de Pedro -, São Mateus encaixa os dois fatos em uma antiga profecia de Isaías: “Ele assumiu as nossas dores e carregou as nossas enfermidades”. Um escravo e uma anciã mereceram as atenções de Jesus, que lhes devolveu a saúde. Deus está conosco.

 

Existe uma espécie de tropismo entre a miséria e a misericórdia, entre o homem que sofre e o Crucificado do Calvário. Quanto mais baixo cai a pessoa humana, tanto mais se aproxima dela o Redentor dos homens. É na experiência da fragilidade que nós fazemos contato com o amor que escorre da cruz.

 

Quem se importaria com um escravo doente? Quem toma pela mão uma velha febril? O Evangelho mostra Jesus, que desce ao nosso encontro e cuida de nossas mazelas. É o mesmo que vem libertar os possessos e restabelecer os enfermos (cf. v. 16). Não admira que a sociedade dos ricos e poderosos, dedicados à acumulação e ao lucro, experimente tamanho mal-estar diante do Evangelho pregado de Jesus. São palavras dirigidas aos fracos, aos vencidos, aos ejetados do sistema, àqueles que não “contam” nos relatórios do FMI.

 

A rejeição experimentada por Jesus de Nazaré, em seu tempo, é inseparável de sua figura incômoda, tão diferente do Messias esperado, aquele “Duce” imaginário que viria quebrar o domínio romano e devolver a Israel os seus dias de glória. Ele veio pequeno e frágil, desconhecido e obscuro, misturado aos “anawim”, os pobres de Deus.

 

Por tudo isto, temo pelas comunidades e movimentos que exaltam um Cristo vencedor, general a ser seguido, de cujo poder seríamos chamados a participar. Ao mesmo tempo, vejo que o povo simples ainda se apega mais à imagem do Crucificado, pois é com este que os pobres se identificam.

 

É um grande mistério o sofrimento humano. Multidões que passam fome. Migrantes escorraçados de sua pátria. Minorias espezinhadas pelos grupos dominantes. No entanto, entre tantas alternativas possíveis, o Salvador escolheu salvar-nos pela via da cruz. Logo aquilo que procuramos evitar – o sofrimento e a dor – foi o caminho que o Filho de Deus assumiu em nosso favor.

 

Orai sem cessar: “O Senhor é compassivo com todas as criaturas!” (Sl 145,9)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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