SEGUNDA FEIRA – XXIII SEMANA DO TEMPO COMUM
(verde, ofício do dia)
Antífona da entrada
- Vós sois justo, Senhor, e justa é a vossa sentença; tratai o vosso servo segundo a vossa misericórdia (Sl 118,137.124).
Oração do dia
- Ó Deus, Pai de bondade, que nos redimistes e adotastes como filhos e filhas, concedei aos que crêem em Cristo a verdadeira liberdade e a herança eterna. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
1ª Leitura: Cl 1,24-2,3
- Leitura da carta de são Paulo aos Colossenses: Irmãos, 1,24alegro-me de tudo o que já sofri por vós e procuro completar na minha própria carne o que falta das tribulações de Cristo, em solidariedade com o seu corpo, isto é, a Igreja. 25A ela eu sirvo, exercendo o cargo que Deus me confiou de vos transmitir a palavra de Deus em sua plenitude: 26o mistério escondido por séculos e gerações, mas agora revelado aos seus santos. 27A estes Deus quis manifestar como é rico e glorioso entre as nações este mistério: a presença de Cristo em vós, a esperança da glória. 28Nós o anunciamos, admoestando a todos e ensinando a todos, com toda sabedoria, para a todos tornar perfeitos em sua união com Cristo. 29Para isso eu me esforço com todo o empenho, sustentado pela sua força que em mim opera. 2,1Quero pois que saibais que luta difícil sustento por vós, pelos fiéis de Laodiceia e por tantos outros, que não me conhecem pessoalmente, 2para que sejam consolados e se mantenham unidos na caridade, para que eles cheguem a entender profunda e plenamente o mistério de Deus Pai e de Cristo Jesus, 3no qual estão encerrados todos os tesouros da sabedoria e da ciência.
- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 62,6-7.9 (R: 8a)
- A minha glória e salvação estão em Deus.
R: A minha glória e salvação estão em Deus.
- Só em Deus a minha alma tem repouso, porque dele é que me vem a salvação! Só ele é meu rochedo e salvação, a fortaleza, onde encontro segurança!
R: A minha glória e salvação estão em Deus.
- Povo todo, esperai sempre no Senhor, e abri diante dele o coração: nosso Deus é um refúgio para nós.
R: A minha glória e salvação estão em Deus.
Aclamação ao santo Evangelho.
Aleluia, aleluia, aleluia.
Aleluia, aleluia, aleluia.
- Minhas ovelhas escutam minha voz, e eu as conheço e elas me seguem
(Jo 10,27).
Aleluia, aleluia, aleluia.
Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas: Lc 6,6-11
- O Senhor esteja convosco.
- Ele está no meio de nós.
- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Lucas
- Glória a vós, Senhor!
- Aconteceu num dia de sábado que 6Jesus entrou na sinagoga, e começou a ensinar. Aí havia um homem cuja mão direita era seca. 7Os mestres da Lei e os fariseus o observavam, para ver se Jesus iria curá-lo em dia de sábado, e assim encontrarem motivo para acusá-lo. 8Jesus, porém, conhecendo seus pensamentos, disse ao homem da mão seca: “Levanta-te, e fica aqui no meio”. Ele se levantou, e ficou de pé. 9Disse-lhes Jesus: “Eu vos pergunto: O que é permitido fazer no sábado: o bem ou o mal, salvar uma vida ou deixar que se perca?” 10Então Jesus olhou para todos os que estavam ao seu redor, e disse ao homem: “Estende a tua mão”. O homem assim o fez e sua mão ficou curada. 11Eles ficaram com muita raiva, e começaram a discutir entre si sobre o que poderiam fazer contra Jesus.
- Palavra da salvação.
- Glória a vós, Senhor!
Liturgia comentada
Estende a mão! (Lc 6,6-11)
A mão é inseparável da ação. Muitas vezes, a Bíblia pede que Deus erga seu braço, levante sua mão, isto é, entre em ação. Braços cruzados, mãos encolhidas, ao contrário, conotam a inatividade, a inércia de quem não se compromete e não quer tomar parte na ação. No episódio deste Evangelho. Antes de curar o “homem de mão seca”, um deficiente físico, Jesus o convida a participar de sua própria cura: a mão estendida é o gesto de quem participa da ação. No mínimo, concorda com ela.
Comentando esta passagem, S. Ambrósio de Milão fala da importância de sair da inércia, do pequeno mundo de nossos interesses, e estender a mão ao próximo: “Estende-a muitas vezes, a favorecer ao teu próximo; defende de toda injúria aquele que vês sofrer sob o peso da calúnia, estende também tua mão ao pobre que te pede; estende-a também ao Senhor, pedindo-lhe o perdão dos teus pecados: é assim que tu deves estender a mão, é assim que se cura”.
O cristianismo é uma religião “social”: o encontro com Jesus Cristo leva a um estilo de vida centrífugo, quando saímos de nós mesmos na direção do outro. Após conviver com Cristo, o discípulo é enviado às aldeias e cidades, praças e encruzilhadas, para anunciar que o Reino está próximo. Sua missão não se extingue na pregação: “Curai os doentes, ressuscitai os mortos, purificai os leprosos, expulsai os demônios. Recebestes de graça, de graça dai!” (Mt 10,8.)
Logo na abertura da Gaudium et Spes, a Constituição dogmática sobre a Igreja no mundo de hoje, o Concílio Vaticano II ensinava: “As alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias do homem de hoje, sobretudo dos pobres e de todos aqueles que sofrem, são também as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos discípulos de Cristo; e não há realidade humana que não encontre eco no seu coração”. (GS, 1.)
É uma distorção grave imaginar que a mensagem cristã seja algo desencarnado, uma trilha para o céu, que nada tem a ver com as realidades terrestres. Ao contrário, nosso “céu” é moldado com o barro nosso de cada dia. Se assim não fosse, o próprio Filho de Deus não se teria encarnado, trabalhado com as mãos, convivendo asperamente com nossa humana realidade.
Quando chegou sua hora, também ele estendeu suas mãos. Deixou-se prender. Deixou-se crucificar. E nós? Estenderemos nossa mão?
Orai sem cessar: “Vós me tomastes pela mão...” (Sl 73,23)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
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