Liturgia de 04 de outubro de 2023

QUARTA FEIRA – SÃO FRANCISCO DE ASSIS – RELIGIOSO E FUNDADOR

(branco, pref. comum ou dos santos – ofício da memória)

 

Antífona da entrada 

- Francisco de Assis, homem de Deus, deixou sua casa e sua herança e se fez pobre e desvalido. O Senhor, porém, o acolheu com amor.

 

Oração do dia 

- Ó Deus, que fizestes são Francisco de Assis assemelhar-se ao Cristo por uma vida de humildade e pobreza, concedei que trilhando o mesmo caminho, sigamos fielmente o vosso Filho, unindo-nos convosco na perfeita alegria. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

1ª Leitura: Ne 2,1-8 

- Leitura do livro de Neemias: 1Era o mês de Nisã, no vigésimo ano do rei Artaxerxes. Como o vinho estivesse diante do rei, eu peguei no vinho e ofereci-o ao rei. Como em sua presença eu nunca podia estar triste, 2o rei disse-me: “Por que estás com a fisionomia triste? Não estás doente. Isso só pode ser tristeza do coração”. Fiquei muito apreensivo e disse ao rei: 3“Que o rei viva para sempre! Como o meu rosto poderia não estar triste, quando está em ruínas a cidade onde estão os túmulos de meus pais e suas portas foram consumidas pelo fogo?” 4E o rei disse-me: “Que desejas?” Então, fazendo uma oração ao Deus do céu, 5eu disse ao rei: “Se for do agrado do rei e se o teu servo achar graça diante de ti, deixa-me ir para a Judeia, à cidade onde se encontram os túmulos de meus pais, a fim de que possa reconstruí-la”. 6O rei, junto de quem a rainha se sentara, perguntou-me: “Quanto tempo vai durar a tua viagem e quando estarás de volta?” Eu indiquei-lhe a data do regresso e ele autorizou-me a partir. 7Eu disse ainda ao rei: “Se parecer bem ao rei, sejam-me dadas cartas para os governadores de além do rio, para que me deixem passar, até que chegue à Judeia. 8E também outra carta para Asaf, guarda da floresta do rei, para que me forneça madeira de construção para as portas da cidadela do templo, para as muralhas da cidade, e para a casa em que vou morar”. E o rei concedeu-me tudo, pois a bondosa mão de Deus me protegia.

 

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 137,1-2.3-4.5-6 (R: 6a)

 

- Que se prenda a minha língua ao céu da boca, se de ti Jerusalém, eu me esquecer!
R: Que se prenda a minha língua ao céu da boca, se de ti Jerusalém, eu me esquecer!


- Junto aos rios da Babilônia nos sentávamos chorando, com saudades de Sião. Nos salgueiros por ali penduramos nossas harpas.

R: Que se prenda a minha língua ao céu da boca, se de ti Jerusalém, eu me esquecer!


- Pois foi lá que os opressores nos pediram nossos cânticos; nossos guardas exigiam alegria na tristeza: “Cantai hoje para nós algum canto de Sião”

R: Que se prenda a minha língua ao céu da boca, se de ti Jerusalém, eu me esquecer!


- Como havemos de cantar os cantares do Senhor numa terra estrangeira? Se de ti, Jerusalém, algum dia eu me esquecer, que resseque a minha mão.

R: Que se prenda a minha língua ao céu da boca, se de ti Jerusalém, eu me esquecer!


- Que se cole a minha língua e se prenda ao céu da boca, se de ti não me lembrar! Se não for Jerusalém minha grande alegria!

R: Que se prenda a minha língua ao céu da boca, se de ti Jerusalém, eu me esquecer!



Aclamação ao santo Evangelho

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

- Em tudo considero como perda e como lixo a fim de eu ganhar Cristo e ser achado nele!  (Fl 3,8s).

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas: Lc 9,57-62

 

- O Senhor esteja convosco.

- Ele está no meio de nós.

 

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Lucas

- Glória a vós, Senhor!   

 

 

- Naquele tempo, 57enquanto Jesus e seus discípulos caminhavam, alguém na estrada disse a Jesus: “Eu te seguirei para onde quer que fores”. 58Jesus lhe respondeu: “As raposas têm tocas e os pássaros têm ninhos; mas o Filho do Homem não tem onde repousar a cabeça”. 59Jesus disse a outro: “Segue-me”. Este respondeu: “Deixa-me primeiro ir enterrar meu pai”. 60Jesus respondeu: “Deixa que os mortos enterrem os seus mortos; mas tu, vai anunciar o Reino de Deus”. 61Um outro ainda lhe disse: “Eu te seguirei, Senhor, mas deixa-me primeiro despedir-me dos meus familiares”. 62Jesus, porém, respondeu-lhe: “Quem põe a mão no arado e olha para trás não está apto para o Reino de Deus”.

 

- Palavra da salvação.

- Glória a vós, Senhor! 

 

 

Liturgia comentada

Quem olha para trás... (Lc 9,57-62)

Nós somos humanos. No entusiasmo do primeiro amor, prontamente assumimos o compromisso de evangelizar. A pulsação que vibra em nós, queremos que outros a experimentem em sua vida.

 

Mas continuamos humanos. Logo advêm as barreiras, as dificuldades, duras incompreensões. Então, somos tentados a desanimar e abandonar tudo. Assim, a imagem empregada por Jesus neste Evangelho define bem a situação: pôr a mão no arado e... olhar para trás...

 

Quando nós lemos a vida dos santos, descobrimos com surpresa que todos eles passaram por essa encruzilhada. E não era para menos. São João Bosco sente o chamado para ampliar a ação de sua Congregação salesiana para outros países, mas enfrenta a oposição direta de seu bispo. Só lhe resta obedecer. São José de Calasanz é caluniado gravemente por dois de seus sacerdotes. Roma manda fechar a sua Obra. O Santo obedece e morre. Só após sua morte as Escolas Pias seriam reabertas e se espalhariam pelo mundo. São Francisco de Assis vê sua Ordem dominada pelos “doutores” e é praticamente aposentado nas montanhas geladas.

 

Certamente, todos eles foram perseverantes e não abandonaram o seu arado. Mas sabemos que sofrimentos íntimos precisaram enfrentar! É assim que acontece quando os casais enfrentam as dificuldades do casamento e são tentados a romper seu juramento. Acontece, ainda, com os estudantes que se sentem incapazes de atender às exigências dos professores. Acontece igualmente com os educadores e os profissionais da saúde que trabalham sem as mínimas condições materiais. Acontece, enfim, com os doentes crônicos ou já em fase terminal, normalmente rondados pelos terríveis fantasmas do desespero.

 

A todos eles, no meio de seus sofrimentos, Jesus Cristo está dizendo: “Não olhe para trás! Você não está sozinho! Abrace firme a sua cruz e sinta a minha presença do seu lado... Estaremos juntos até o fim...”

 

O Papa João Paulo II foi até o fim. Quando sugeriram que ele deixasse a Cátedra de Pedro, devido aos graves problemas de saúde, ele disse: “O Papa não pede demissão.” E o apóstolo Paulo escreveu: “Consciente de não ter ainda conquistado a meta, só procuro isto: prescindindo do passado e atirando-me ao que resta para a frente, persigo o alvo, rumo ao prêmio celeste, ao qual Deus nos chama, em Jesus Cristo.” (Fl 3, 13-14.)

 

Orai sem cessar: “O Senhor não há de abandonar a sua herança.” (Sl 94,14)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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