Liturgia de 04 de novembro de 2023

SABADO – SÃO CARLOS BORROMEU – BISPO E AMIGO DOS POBRES

(branco, pref. comum ou dos pastores – ofício da memória)

 

Antífona da entrada 

- O Senhor firmou com ele uma aliança de paz, fazendo-o chefe do seu povo e sacerdote para sempre (Eclo 45,30).

 

Oração do dia 

- Ó Deus, conservai no vosso povo o espírito que animava São Carlos Borromeu, para que a vossa Igreja, continuamente renovada e sempre fiel ao Evangelho, possa mostrar ao mundo a verdadeira face do Cristo. Por nosso senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

1ª Leitura: Rm 11,1-2a.11-12.25-29 

- Leitura da carta de são Paulo aos Romanos: Irmãos, 1eu pergunto: Será que Deus rejeitou o seu povo? — de modo algum. Pois também eu sou israelita, da descendência de Abraão, da tribo de Benjamim... 2aDeus não rejeitou o seu povo, que ele desde sempre considerou. 11Eu pergunto: Acaso eles tropeçaram para cair? — Não, de modo algum. De fato, o passo em falso que eles deram serviu para a salvação dos pagãos, e a salvação dos pagãos, por sua vez, deve servir para despertar ciúme neles. 12Ora, se o passo em falso deles foi riqueza para o mundo e o pequeno número de crentes dentre eles foi riqueza para os pagãos, que riqueza não será a adesão de todos eles ao Evangelho! 25Irmãos, para não serdes presunçosos por causa da vossa sabedoria, é importante que conheçais o mistério, a saber: o endurecimento de uma parte de Israel é para durar até que a totalidade dos pagãos tenha entrado na salvação. 26E então todo o Israel será salvo, como está escrito: “De Sião virá o libertador; ele tirará as impiedades do meio de Jacó. 27Essa será a realização da minha aliança com eles, quando eu tirar os seus pecados”. 28De fato, com relação ao evangelho, eles são inimigos para benefício vosso, mas com relação à escolha divina, eles são amados, por causa dos patriarcas. 29Pois os dons e a vocação de Deus são irrevogáveis.

 

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 94,12-13a.14-15.17-18 (R: 14a)

 

- O Senhor não rejeita o seu povo!
R: O Senhor não rejeita o seu povo!


- É feliz, ó Senhor, quem formais e educais nos caminhos da Lei, para dar-lhe um alívio na angústia.

R: O Senhor não rejeita o seu povo!


- O Senhor não rejeita o seu povo e não pode esquecer sua herança: voltarão a juízo as sentenças; quem é reto andará na justiça.

R: O Senhor não rejeita o seu povo!


- Se o Senhor não me desse uma ajuda, no silêncio da morte estaria! Quando eu penso: “Estou quase caindo!” Vosso amor me sustenta, Senhor!

R: O Senhor não rejeita o seu povo!


Aclamação ao santo Evangelho

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

- Tomai meu jugo sobre vós e aprendei de mim, que sou de coração humilde e manso! (Mt 11,29).

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas: Lc 14,1.7-11

 

- O Senhor esteja convosco.

- Ele está no meio de nós.

 

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Lucas

- Glória a vós, Senhor!   

 

 

- 1Aconteceu que, num dia de sábado, Jesus foi comer na casa de um dos chefes dos fariseus. E eles o observavam. 7Jesus notou como os convidados escolhiam os primeiros lugares. Então contou-lhes uma parábola: 8” Quando fores convidado para uma festa de casamento, não ocupes o primeiro lugar. Pode ser que tenha sido convidado alguém mais importante do que tu, 9e o dono da casa, que convidou os dois, venha te dizer: ‘Dá o lugar a ele’. Então ficarás envergonhado e irás ocupar o último lugar. 10Mas, quando fores convidado, toma o último lugar. Assim, quando chegar quem te convidou, te dirá: ‘Amigo, vem mais para cima’. E isto vai ser uma honra para ti diante de todos os convidados. 11Porque quem se eleva será humilhado e quem se humilha será elevado”.

 

- Palavra da salvação.

- Glória a vós, Senhor!

  

 

Liturgia comentada

Toma o último lugar... (Lc 14,1.7-11)

A sociedade tem classes: escravos, servos da gleba, proletários e burgueses, nobres e reis. Na Índia, existem até castas incomunicáveis, rigidamente estratificadas: brâmanes, xátrias, vaicias, sudras e, no nível mais baixo, os párias. Mesmo na Igreja, há uma hierarquia: cardeais, bispos, sacerdotes, leigos. Não é assim no Reino do céu...

 

No Reino de Deus, o último lugar já está ocupado: Jesus Cristo tomou posse dele. Sendo Deus, fez-se homem, ao se encarnar. Sendo homem, fez-se servo, lavando os pés dos apóstolos. Desceu ainda mais e se fez escravo, morrendo na cruz (tormento que não podia ser aplicado a um cidadão romano, pois sua dignidade o proibia). Sem se deter, Cristo desce ainda mais: ao túmulo. Prossegue seu movimento para baixo e “desce à mansão dos mortos”. E como se fosse pouco, desce sobre o altar, todos os dias, sob a aparência de pão: isto é, matéria, abaixo da pessoa humana...

 

Esta é a kênosis, o despojamento voluntário que o Servo sofredor abraçou para nos salvar. Nada foi baixo demais, humilde demais para ele. Determinado a nos salvar, foi até o fim (cf. Jo 13,1). Por isso mesmo, Jesus deve ter sofrido com a atitude de seus discípulos, que discutiam aqui e ali a respeito de quem seria o maior no Reino (aqui, entendido como um reinado temporal, quando Israel iria recuperar a glória e o poder dos tempos de Salomão).

 

No Evangelho de hoje, temos a figura de um banquete – exatamente a imagem recorrente na Bíblia para designar a Ceia do Cordeiro, isto é, o “céu”. Na época, os banquetes da Palestina eram servidos em mesas em forma de “U”. O anfitrião e seus convidados mais nobres eram colocados na curva do “U” e, lógico, eram os primeiros a serem servidos. Na “ponta da mesa” ficavam os menos cotados, que ficavam com as sobras...

 

E Jesus nos dá uma pista para ir ao céu: ocupar o último lugar! Parece absurdo? Com a morte vem a inversão, como na parábola de Lázaro, o mendigo, e do rico Epulão (cf. Lc 16,25). Os fracos se fazem fortes, os pobres ficam ricos, os humilhados ocupam os primeiros lugares. Quem foi privado das regalias deste mundo acabará compensado no outro. “Os últimos serão os primeiros.” (Mt 20,16.) “Quem se humilha será exaltado.” (Lc 14,11.) E será muito bom ouvir do próprio Mestre, nosso anfitrião: “Amigo, chega-te mais para cima!”

 

Que posição nós temos procurado?

 

Orai sem cessar: “Derrubou do trono os poderosos, exaltou os humildes...” (Lc 1, 52)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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