Liturgia de 21 de novembro de 2023

TERÇA FEIRA - APRESENTAÇÃO DE NOSSA SENHORA
(branco, pref. de Maria - ofício da memória)

 

Antífona da entrada 

- O Senhor Deus vos abençoou, virgem Maria, mais que a todas as mulheres. Ele exaltou o vosso nome: que todos os povos cantem vosso louvor (Jt ,23.25).

 

Oração do dia 

- Ao celebrarmos, ó Deus, a gloriosa memória da Santa Virgem Maria, concedei-nos, por sua intercessão, participar da plenitude da vossa graça. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

Leitura: Zc 2,14-17

- Leitura da profecia de Zacarias: 14“Rejubila, alegra-te, cidade de Sião, eis que venho para habitar no meio de ti, diz o Senhor. 15Muitas nações se aproximarão do Senhor, naquele dia, e serão o seu povo. Habitarei no meio de ti, e saberás que o Senhor dos exércitos me enviou a ti. 16O Senhor entrará em posse de Judá, como sua porção na terra santa, e escolherá de novo Jerusalém. 17Emudeça todo mortal diante do Senhor, ele acaba de levantar-se de sua santa habitação”.

 

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

 

 

Salmo Responsorial: Sl (Lc) 1, 46-47.48-49.50-51.52-53.54-55 (R: 49)

 

- O Poderoso fez por mim maravilhas e santo é o seu nome.

R: O Poderoso fez por mim maravilhas e santo é o seu nome.

 

- A minha alma engrandece o Senhor, e se alegrou o meu espírito em Deus, meu salvador.

R: O Poderoso fez por mim maravilhas e santo é o seu nome.

 

- Pois ele viu a pequenez de sua serva, desde agora as gerações hão de chamar-me de bendita. O Poderoso fez por mim maravilhas e santo é o seu nome!

R: O Poderoso fez por mim maravilhas e santo é o seu nome.

 

- Seu amor, de geração em geração, chega a todos os que o respeitam. Demonstrou o poder de seu braço, dispersou os orgulhos.

R: O Poderoso fez por mim maravilhas e santo é o seu nome.

 

- Derrubou os poderosos de seus tronos e os humildes exaltou. De bens saciou os famintos e despediu, sem nada, os ricos.

R: O Poderoso fez por mim maravilhas e santo é o seu nome.

 

- Acolheu Israel, seu servidor, fiel ao seu amor, como havia prometido aos nossos pais em favor de Abraão e de seus filhos, para sempre.

R: O Poderoso fez por mim maravilhas e santo é o seu nome.

 

Aclamação ao santo Evangelho.

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

- Feliz quem ouve e observa a Palavra de Deus! (Lc 11,28)

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus: Mt 12,46-50


- O Senhor esteja convosco.

- Ele está no meio de nós.

 

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Mateus.

- Glória a vós, Senhor!

 

- Naquele tempo, 46enquanto Jesus estava falando às multidões, sua mãe e seus irmãos ficaram do lado de fora, procurando falar com ele. 47Alguém disse a Jesus: “Olha! Tua mãe e teus irmãos estão aí fora, e querem falar contigo”. 48Jesus perguntou àquele que tinha falado: Quem é minha mãe, e quem são meus irmãos?” 49E, estendendo a mão para os discípulos, Jesus disse: “Eis minha mãe e meus irmãos. 50Pois todo aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe”.

 

- Palavra da salvação.

- Glória a vós, Senhor!

 

 

Liturgia comentada

Minha mãe e meus irmãos... (Mt 12,46-50)

Como posso fazer parte da família de Jesus? Ora, é simples: basta viver como filho do Pai. Se eu obedeço a Deus – o Pai de Jesus - e faço sua vontade, vivo como filho e, em consequência, sou familiar de Jesus.

 

Se alguém pensou, eventualmente, em utilizar esta passagem do Evangelho para desmerecer a Mãe de Deus, deu-se mal: exatamente ela, Maria de Nazaré, é o modelo perfeito e acabado do fiel que faz a vontade do Pai. E ela obedeceu a essa mesma vontade divina de modo tão integral, que gerou o Filho na carne dos mortais. Ninguém mais chegou tão alto na obediência...

 

Mas o foco desta passagem é outro. Jesus nos ensina que os laços de sangue são menos importantes que a suave escravidão aos desígnios de Deus. Em outros termos, a obediência ao querer de Deus é um vínculo que supera sem medidas os laços de sangue. O resultado dessa constatação está inscrito na própria história da Igreja. Ao longo das gerações, século após século, uma incontável legião de fiéis abandonou casa e família, títulos de nobreza e garantias materiais para se dedicar à missão que o Senhor lhes apresentava. E o faziam com estranha alegria...

 

Pense em Francisco, o menestrel de Assis, que preferiu cortar relações com o pai e seus projetos financeiros para se entregar de corpo e alma ao chamado de Cristo. As antigas sedas e brocados deram lugar ao áspero burel cor de barro que atrairia numerosos seguidores em toda a Europa. A opção de Francisco culminou com a ira do pai humano, que o deserdou. Era esta a maneira de o “Poverello” deixar bem evidente sua filiação divina, sua pertença à família de Deus.

 

Sua amiga Clara, da família nobre dos Offreducci, poderia ter escolhido um marido da mais excelente linhagem de sua época. A exemplo de Francisco, Clara de Assis preferiu abrir mão da força política de seu clã, da admiração de seus contemporâneos e até de seus cabelos cor de ouro. Era a sua maneira de consagrar-se a Deus e manifestar claramente que a família do céu importava muito mais que a família da terra.

 

Voltando a Maria de Nazaré, a jovem estava prometida em casamento a José. Na Anunciação (cf. Lc 1,26ss), diante da proposta de Deus que Gabriel lhe apresentava, Maria disse “sim”, mesmo sabendo que a gravidez humanamente inexplicável a transformaria em ré, sujeita à morte por lapidação. Não encontro exemplo mais claro de uma escolha feita entre os laços de sangue e a vinculação plena à vontade de Deus.

 

Pensando bem, as escolhas que se apresentam a nós não mudaram muito desde os tempos de Maria e de Francisco...

 

Orai sem cessar: “Que eu cumpra tua vontade, meu Deus. É isto que desejo!” (Sl 40,9)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança

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