Liturgia de 23 de novembro de 2023

QUINTA FEIRA – XXXIII SEMANA DO TEMPO COMUM

(verde – ofício do dia)

 

Antífona da entrada 

- Meus pensamentos são de paz e não de aflição, diz o Senhor. Vós me invocareis, e hei de escutar-vos, e vos trarei de vosso cativeiro, de onde estiveres (Jr 29,11.14).

 

Oração do dia 

- Senhor nosso Deus, fazei que a nossa alegria consista em vos servir de todo o coração, pois só teremos felicidade completa servindo a vós, o criador de todas as coisas. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

1ª Leitura: 1Mc 2,15-29

- Leitura do primeiro livro dos Macabeus: Naqueles dias, 15os delegados do rei Antíoco, encarregados de obrigar os judeus à apostasia, chegaram à cidade de Modin para organizar os sacrifícios. 16Muitos israelitas aproximaram-se deles, mas Matatias e seus filhos ficaram juntos, à parte. 17Tomando a palavra, os delegados do rei dirigiram-se a Matatias, dizendo: “Tu és um chefe de fama e prestígio na cidade, apoiado por filhos e irmãos. 18Sê o primeiro a aproximar-te e executa a ordem do rei, como fizeram todas as nações, os homens de Judá e os que ficaram em Jerusalém. Tu e teus filhos sereis contados entre os amigos do rei. E sereis honrados, tu e teus filhos, com prata e ouro e numerosos presentes”. 19Com voz forte, Matatias respondeu: “Ainda que todas as nações, incorporadas no império do rei, passem a obedecer-lhe, abandonando a religião de seus antepassados e submetendo-se aos decretos reais, 20eu, meus filhos e meus irmãos, continuaremos seguindo a aliança de nossos pais. 21Deus nos guarde de abandonar sua Lei e seus mandamentos. 22Não atenderemos às ordens do rei e não nos desviaremos de nossa religião nem para a direita nem para a esquerda”. 23Mal ele concluiu estas palavras, um judeu adiantou-se à vista de todos para oferecer um sacrifício no altar de Modin segundo a determinação do rei. 24Ao ver isso, Matatias inflamou-se de zelo e ficou profundamente indignado. Tomado de justa cólera, precipitou-se sobre o homem e matou-o sobre o altar. 25Matou também o delegado do rei, que queria obrigar a sacrificar e destruiu o altar. 26Ardia em zelo pela Lei, como Finéias havia feito com Zambri, filho de Salu. 27E Matatias saiu gritando em alta voz pela cidade: “Quem tiver amor pela Lei e quiser conservar a aliança venha e siga-me!” 28Então fugiram, ele e seus filhos, para as montanhas, abandonando tudo o que possuíam na cidade. 29Também muitos, seguidores da justiça e do direito, desceram para o deserto e ali se estabeleceram.

 

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 50,1-2.5-6.14-15 (R: 23b)

 

- A todos que procedem retamente, eu mostrarei a salvação que vem de Deus.
R: A todos que procedem retamente, eu mostrarei a salvação que vem de Deus.


- Falou o Senhor Deus, chamou a terra, do sol nascente ao sol poente a convocou. De Sião, beleza plena, Deus refulge.

R: A todos que procedem retamente, eu mostrarei a salvação que vem de Deus.


- “Reuni à minha frente os meus eleitos, que selaram a Aliança em sacrifícios!” Testemunha o próprio céu seu julgamento, porque Deus mesmo é juiz e vai julgar.

R: A todos que procedem retamente, eu mostrarei a salvação que vem de Deus.


- Imola a Deus um sacrifício de louvor e cumpre os votos que fizeste ao Altíssimo. “Invoca-me no dia da angústia, e então te livrarei e hás de louvar-me”.

R: A todos que procedem retamente, eu mostrarei a salvação que vem de Deus.

Aclamação ao santo Evangelho

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

- Oxalá ouvísseis hoje a sua voz: Não fecheis os corações como em Meriba! (1Jo 4,10).

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas: Lc 19,41-44

 

- O Senhor esteja convosco.

- Ele está no meio de nós.

 

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Lucas

- Glória a vós, Senhor!   

 

 

- Naquele tempo, 41quando Jesus se aproximou de Jerusalém e viu a cidade, começou a chorar. E disse: 42“Se tu também compreendesses hoje o que te pode trazer a paz! Agora, porém, isso está escondido aos teus olhos! 43Dias virão em que os inimigos farão trincheiras contra ti e te cercarão de todos os lados. 44Eles esmagarão a ti e a teus filhos. E não deixarão em ti pedra sobre pedra. Porque tu não reconheceste o tempo em que foste visitada”.

 

- Palavra da salvação.

- Glória a vós, Senhor!

 

 

Liturgia comentada

Chorou sobre ela... (Lc 19,41-44)

Qual é a nossa reação diante de um Deus-que-chora? Que sentimentos brotam em nós ao contemplar a cena das lágrimas de Jesus diante da cidade que ele tanto amava? Algo nos comove? Ou ainda permanecemos indiferentes à sua comoção?

 

Jerusalém – a Cidade da Paz, aquela cidade que inclui um shalom no interior de seu nome – abrigava o Templo, a “casa de meu Pai” (cf. Lc 2,49), conforme disse Jesus adolescente. Na visão judaica, era aquele o único lugar em todo planeta onde a presença de Deus se manifestava na Arca da Aliança, com seu triplo testemunho: as tábuas da Lei, a vara de Aarão e a amostra incorruptível do maná. O Monte Sião era o único espaço onde Deus podia ser adorado.

 

Em sua visão profética, no entanto, Jesus de Nazaré prevê a ruína da cidade que ele amava. Diante de seu olhar interior, o fogo vai destruindo os ricos ornatos do Templo, as grossas muralhas vão caindo por terra, os vasos sagrados são saqueados pela soldadesca romana. De fato, pouco depois de sua morte, no ano 70 d.C., as legiões de Tito, filho de Vespasiano, arrasariam Jerusalém, deixando de pé apenas um muro, onde hoje se lamentam os judeus ortodoxos.

 

Que engano teria cegado os olhos de Jerusalém? Por que a cidade não tomara consciência do tempo de sua visitação? Mistérios de Deus... A mesma cidade, que era alvo de um amor de predileção, conhecerá pouco depois o impacto do ódio destruidor. O tempo dela tinha passado...

 

Hoje, nós somos Jerusalém. O novo Israel, o Povo de Deus que é a Igreja, também recebe do Senhor um amor de predileção, que deve ser correspondido com um amor de juventude (cf. Jr 2,2). Enquanto correm os séculos e a areia escorre na ampulheta, temos tempo para amar e corresponder a Deus.

 

Mas o tempo vai passar. Exatamente por ser “tempo”, história, ele é finito e cederá lugar ao eterno. Enquanto há tempo, tudo é possível. Findo o tempo, congela-se a imagem da história, e nada mais pode ser mudado. Mergulhados no tempo, todos nós somos capazes de (co)rresponder ao Amor infinito que O Senhor derrama sobre nós.

 

Até quando teremos tempo? Quando virá o Senhor? Quando soará a trombeta que anuncia o fim da história?

 

Não o sabemos. Daí a urgência de amar. A premência de acolher o Visitante que se aproxima em seu advento sempre renovado. E se o acolhemos entre nós, mentes abertas, corações amantes, Jesus não precisará chorar outra vez...

 

Orai sem cessar: “Vem, Senhor Jesus!” (Ap 22,20)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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