SABADO – XXXIV SEMANA DO TEMPO COMUM
(verde – ofício do dia)
Antífona da entrada
- É a paz que o Senhor vai falar a seu povo e a seus fiéis, e aos que a ele se converterem (Sl 84,9).
Coleta
- Levantai, Senhor, nos vos pedimos o ânimo dos vossos fieis, para que, fazendo frutificar com solicitude a obra da salvação, recebam maiores auxílios de vossa paternal bondade. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, qu7e é Deus e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.
1ª Leitura: Dn 7,15-27
- Leitura da profecia de Daniel: 15“Fiquei chocado em meu íntimo: eu, Daniel, fiquei aterrorizado com estas coisas, e as visões da imaginação me deixaram perturbado. 16Aproximei-me de um dos presentes e pedi-lhe que me desse explicações sobre o significado de tudo aquilo. Respondeu-me, fazendo-me conhecer a interpretação das coisas: 17‘Estes quatro possantes animais são quatro reinos que surgirão na terra; 18mas os que receberão o reino são os santos do Altíssimo; eles ficarão de posse do reino por todos os séculos, eternamente’. 19Depois, quis ser mais bem informado a respeito do quarto animal, que era bastante diferente dos outros e o mais terrível de todos, com seus dentes de ferro e garras de bronze, sempre devorando e triturando, e calcando aos pés o que restava; 20e ainda a respeito dos dez chifres que tinha na cabeça, e sobre o outro que nascera e fizera cair outros três, sobre o chifre que tinha olhos e boca, e que fazia ouvir uma fala forte, e era maior que os outros. 21Eu continuava a olhar, e eis que este chifre combatia contra os santos e vencia, 22até que veio o Ancião de muitos dias e fez justiça aos santos do Altíssimo, e chegou o tempo para os santos entrarem na posse do reino.
23Respondeu-me assim: ‘O quarto animal é um quarto reino que surgirá na terra, e que será maior do que todos os outros reinos; há de devorar a terra inteira, espezinhá-la e esmagá-la. 24Quanto aos dez chifres do reino, serão dez reis; um outro surgirá depois deles, e este será mais poderoso do que seus antecessores, e abaterá os três reis, 25e articulará insolências contra o Altíssimo e perseguirá seus santos e se julgará em condições de mudar os tempos e a lei; os santos serão entregues ao seu arbítrio por um tempo, por tempos e por um meio-tempo; 26o tribunal se estabelecerá, e ao chifre será tirado o poder, até ser destruído e desaparecer para sempre; 27e então, que seja dado o reino, o poder e a grandeza dos reinos que existem sob o céu ao povo dos santos do Altíssimo, cujo reino é um reino eterno, e a quem todos os reis servirão e prestarão obediência”.
- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl (Dn) 3,82.83.84.85.86.87 (R: 59b)
- Louvai-o e exaltai-o, pelos séculos sem fim!
R: Louvai-o e exaltai-o, pelos séculos sem fim!
- Filhos dos homens, bendizei o Senhor! Filhos de Israel, bendizei o Senhor!
R: Louvai-o e exaltai-o, pelos séculos sem fim!
- Sacerdotes do Senhor, bendizei o Senhor! Servos do Senhor, bendizei o Senhor!
R: Louvai-o e exaltai-o, pelos séculos sem fim!
- Almas dos justos, bendizei o Senhor! Santos e humildes, bendizei o Senhor!
R: Louvai-o e exaltai-o, pelos séculos sem fim!
Aclamação ao santo Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Aleluia, aleluia, aleluia.
- Vigiai e orai para ficardes de pé ante o Filho do homem!
(Lc 21,36).
Aleluia, aleluia, aleluia.
Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas: Lc 21,34-36
- O Senhor esteja convosco.
- Ele está no meio de nós.
- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Lucas
- Glória a vós, Senhor!
- Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: 34“Tomai cuidado para que vossos corações não fiquem insensíveis por causa da gula, da embriaguez e das preocupações da vida, e esse dia não caia de repente sobre vós; 35pois esse dia cairá como uma armadilha sobre todos os habitantes de toda a terra.
36Portanto, ficai atentos e orai a todo momento, a fim de terdes força para escapar a tudo o que deve acontecer e para ficardes de pé diante do Filho do Homem”.
- Palavra da salvação.
- Glória a vós, Senhor!
Liturgia comentada
Como uma armadilha... (Lc 21,34-36)
Há muito tempo, alguém me falou sobre o autor de um livro que apontava a corrida como método para ter saúde, mas o próprio autor teve um infarto quando corria e veio a morrer. Imprevistos desta vida...
Ora, nada mais comum que os imprevistos em nossa história – alguns dignos de celebração, como a notícia de uma gravidez, outros molhados de lágrimas salgadas, como um naufrágio. É neste quadro que se insere a insegurança de nossa vida.
No Evangelho de hoje, Jesus nos faz um alerta: como não é possível prever o dia de sua Vinda, para julgar vivos e mortos, devemos viver na vigília, preparados para a “crise” final. Naturalmente, não devemos encarar isto como uma ameaça, mas uma advertência amistosa feita por alguém que nos ama e nos quer salvos.
Nas cartas do apóstolo Paulo, são frequentes as “chamadas” de idêntico conteúdo. “Vós mesmos sabeis que o dia do Senhor vem como um ladrão, durante a noite. Quando todo mundo estiver dizendo ‘paz e segurança!’, então, de repente cairá sobre eles a ruína, como as dores sobre a mulher grávida.” (1Ts 5,2-3.)
A palavra grega utilizada por São Lucas é “págis”, uma rede de pesca, uma tarrafa que cai inopinadamente sobre o peixe distraído. E são exatamente essas “distrações” que nos deixam despreparados para o grande Dia. Nas palavras de Jesus, “excessos, embriaguez e cuidados da vida”.
Em nosso tempo, é bastante comum que as pessoas busquem por segurança: poupanças, aposentadoria, planos de saúde, bons salários e apoio político. Uma dessas crises políticas ou econômicas que pontilham o noticiário é suficiente para mostrar o engano de nossas seguranças. O ricaço cerca-se de grades, cerca elétrica, porteiro eletrônico e uma guarita na esquina. E talvez seja o guarda da guarita quem irá assaltá-lo...
Parece cada vez mais raro o tipo de cristão que sabe ordenar os valores em sua vida, hierarquizando o espiritual acima do material. Estes “estranhos” apostam mais na Providência do que na Previdência, chegando a dar a impressão de serem irresponsáveis.
No entanto, esta atitude lhes servirá de vacina, impedindo que se tornem operários invejosos, comerciantes cobiçosos, donas de casa mesquinhas, pastores avarentos, capitalistas medrosos; tendo apenas em Deus a sua segurança, certamente serão alegres e felizes. Seus ombros não carregarão aquele fardo que, neste Evangelho, Jesus chama de “corações pesados.
Orai sem cessar: “Minha alma aguarda o Senhor!” (Sl 130,6)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
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