QUINTA FEIRA - TEMPO DO NATAL
(branco, pref. do Natal - ofício do dia)
Antífona da entrada
- No princípio e antes dos séculos o Verbo era Deus e dignou-se nascer para salvar o mundo (I Jo 1,1).
Coleta
- Ó Deus, pelo nascimento de vosso Filho unigênito, iniciastes maravilhosamente a redenção do vosso povo. Concedei a vossos servos e servas uma fé tão firme, que nos deixemos conduzir por ele e cheguemos à glória prometida. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus e conosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.
1ª Leitura: 1Jo 3,7-10
- Leitura da primeira carta de são João: 7 Filhinhos, que ninguém vos desencaminhe. O que pratica a justiça é justo, assim como ele é justo. 8 Aquele que comete o pecado é do diabo, porque o diabo é pecador desde o princípio. Para isto é que o Filho de Deus se manifestou: para destruir as obras do diabo. 9 Todo aquele que nasceu de Deus não comete pecado, porque a semente de Deus fica nele; ele não pode pecar, pois nasceu de Deus. 10 Nisto se revela quem é filho de Deus e quem é filho do diabo: todo o que não pratica a justiça não é de Deus, nem aquele que não ama seu irmão.
- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 98,1.7-9 (R: 3a)
- Os confins do universo contemplaram a salvação do nosso Deus.
R: Os confins do universo contemplaram a salvação do nosso Deus.
- Cantai ao Senhor Deus um canto novo, porque ele fez prodígios! Sua mão e seu braço forte e santo alcançaram-lhe a vitória.
R: Os confins do universo contemplaram a salvação do nosso Deus.
- Aplauda o mar com todo ser que nele vive, o mundo inteiro e toda gente! As montanhas e os rios batam palmas e exultem de alegria!
R: Os confins do universo contemplaram a salvação do nosso Deus.
- Na presença do Senhor, pois ele vem, vem julgar a terra inteira. Julgará o universo com justiça e as nações com equidade.
R: Os confins do universo contemplaram a salvação do nosso Deus.
Aclamação ao santo Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Aleluia, aleluia, aleluia.
- Depois de ter falado, no passado, aos nossos pais pelos profetas muitas vezes, em nossos dias Deus falou-nos por seu Filho (Hb 1,1).
Aleluia, aleluia, aleluia.
Evangelho de Jesus Cristo, segundo João: Jo 1,35-42
- O Senhor esteja convosco.
- Ele está no meio de nós.
- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo João.
- Glória a vós, Senhor!
- Naquele tempo, 35João estava de novo com dois de seus discípulos 36e, vendo Jesus passar, disse: “Eis o Cordeiro de Deus!” 37Ouvindo essas palavras, os dois discípulos seguiram Jesus. 38Voltando-se para eles e vendo que o estavam seguindo, Jesus perguntou: “Que estais procurando?” Eles disseram: “Rabi (que quer dizer: Mestre), onde moras?” 39Jesus respondeu: “Vinde ver”. Foram, pois, ver onde ele morava e, nesse dia, permaneceram com ele. Era por volta das quatro da tarde. 40André, irmão de Simão Pedro, era um dos dois que ouviram as palavras de João e seguiram Jesus. 41Ele foi logo encontrar seu irmão Simão e lhe disse: “Encontramos o Messias (que quer dizer: Cristo)”. 42Então André conduziu Simão a Jesus. Jesus olhou bem para ele e disse: “Tu és Simão, filho de João; tu serás chamado Cefas” (que quer dizer: Pedra).
- Palavra da salvação.
- Glória a vós, Senhor!
Liturgia comentada
Que procurais? (Jo 1,35-42)
Pelas sendas tortuosas da história, o ser humano já foi definido como “homo viator”. Um homem a caminho, peregrino, sempre à procura. Não necessariamente um “judeu errante”, sem rumo nem direção, condenado a não encontrar. Bem ao contrário, segundo as palavras expressas do próprio Jesus, “aquele que procura acha” (cf. Mt 7,8).
Hoje, Jesus nos faz a pergunta essencial: “Que procurais?” É como se dissesse: “Que é que dá sentido a nossa vida?” Andamos atrás de quê? Por qual motivação gastamos nossa vida e nosso tempo? Que é que merece nosso esforço, cansaço e dedicação? Enfim, existe algo que valha a pena?
João e André, até então discípulos de João, respondem com outra pergunta: “Mestre, onde moras?” Uma pergunta cristocêntrica. Toda ela centrada na pessoa do Messias. Por isso mesmo, uma pergunta essencial.
Eles não perguntam como obter saúde, como ajuntar dinheiro, como ter segurança. Não perguntam qual o caminho da felicidade, como se livrar da depressão, como esmagar os seus adversários. Afinal, bons alunos de João Batista, já devem estar iniciados nas coisas do Espírito. Basta-lhes encontrar o “lugar” das bem-aventuranças – o próprio Cristo.
E Jesus responde com um convite: “Vinde ver!” Sim, com a Encarnação do Verbo de Deus, o Invisível se fez visível. O transcendente se fez imanente. O Eterno invadiu nossa história. E “bem-aventurados os olhos que veem” (cf. Mt 13,16) o Cristo, agora sem véus diante dos olhos humanos. O convite de Jesus deixa claro que é na intimidade do Senhor que iremos descobrir os seus mistérios. Trata-se de caminhar com ele, viver a vida ao seu lado, absorver seus gestos e palavras.
Certas religiões fazem promessas mágicas. Nos templos pagãos, o sacerdote vendia palavras secretas que, repetidas à exaustão, obteriam favores da divindade. As seitas garantem que Deus gosta de dinheiro e favorece com fartura os doadores mais extremados. Os gnósticos reservaram a poucos iniciados o conhecimento de Deus.
Agora, vem Jesus e nos convida à intimidade, uma con-vivência com Ele. Nada mais simples. Ser discípulo é “estar com o Mestre”, viver a vida na presença do Senhor. Nada de espetaculoso, nada de excepcional, mas ao alcance de qualquer homem ou mulher, em qualquer tempo e lugar. Iremos com Jesus?
Orai sem cessar: “Como são amáveis as vossas moradas, Senhor!” (Sl 84,2)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
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