SABADO – I SEMANA DO TEMPO COMUM
(verde - ofício do dia)
Antífona da entrada
- Vi um homem sentado num trono excelso; a multidão dos anjos o adora, cantando a uma só voz: Eis aquele cujo nome e império permanecem eternamente.
Coleta
- Senhor, atendei com bondade paterna, as preces do vosso povo suplicante, dai-lhe luz para ver o que deve ser feito e coragem para realizar o que viu. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus e convosco vive e reina na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.
1ª Leitura: 1Sm 9,1-4.17-19; 10,1a
- Leitura do primeiro livro de Samuel: 9,1Havia um homem de Benjamin, chamado Cis, filho de Abiel, filho de Seror, filho de Becorat, filho de Afia, um benjaminita, homem forte e valente. 2Ele tinha um filho chamado Saul, de boa apresentação. Entre os filhos de Israel não havia outro melhor do que ele: dos ombros para cima sobressaía a todo o povo. 3Ora, aconteceu que se perderam umas jumentas de Cis, pai de Saul. E Cis disse a seu filho Saul: “Toma contigo um dos criados, põe-te a caminho e vai procurar as jumentas”. Eles atravessaram a montanha de Efraim 4e a região de Salisa, mas não as encontraram. Passaram também pela região de Salim, sem encontrar nada; e, ainda pela terra de Benjamin, sem resultado algum.17Quando Samuel avistou Saul, o Senhor lhe disse: “Este é o homem de quem te falei. Ele reinará sobre o meu povo”. 18Saul aproximou-se de Samuel, na soleira da porta, e disse-lhe: “Peço-te que me informes onde é a casa do vidente”. 19Samuel respondeu a Saul: “Sou eu mesmo o vidente. Sobe na minha frente ao santuário da colina. Hoje comereis comigo, e amanhã de manhã te deixarei partir, depois de ter revelado tudo o que tens no coração”. 10,1aNa manhã seguinte, Samuel tomou um pequeno frasco de azeite, derramou-o sobre a cabeça de Saul e beijou-o dizendo: “Com isto o Senhor te ungiu como chefe do seu povo, Israel. Tu governarás o povo do Senhor e o livrarás das mãos de seus inimigos, que estão ao seu redor”.
- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 21,2a-3.4-5.6-7 (R: 2a)
- Ó Senhor, em vossa força o rei se alegra!
R: Ó Senhor, em vossa força o rei se alegra!
- Senhor, em vossa força o rei se alegra; quanto exulta de alegria em vosso auxílio! O que sonhou seu coração lhe concedestes; não recusastes os pedidos de seus lábios.
R: Ó Senhor, em vossa força o rei se alegra!
- Com bênção generosa o preparastes; de ouro puro coroastes sua fronte. A vida ele pediu e vós lhe destes, longos dias, vida longa pelos séculos.
R: Ó Senhor, em vossa força o rei se alegra!
- É grande a sua glória em vosso auxílio; de esplendor e majestade o revestistes. Transformastes o seu nome numa bênção, e o cobristes de alegria em vossa face.
R: Ó Senhor, em vossa força o rei se alegra!
Aclamação ao santo Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Aleluia, aleluia, aleluia.
- O Espírito do Senhor repousa sobre mim e enviou-me a anunciar aos pobres o evangelho (Lc 4,18).
Aleluia, aleluia, aleluia.
Evangelho de Jesus Cristo, segundo Marcos: Mc 2,13-17
- O Senhor esteja convosco.
- Ele está no meio de nós.
- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Marcos.
- Glória a vós, Senhor!
- Naquele tempo, 13Jesus saiu de novo para a beira mar. Toda a multidão ia a seu encontro, e Jesus os ensinava. 14Enquanto passava, Jesus viu Levi, o filho de Alfeu, sentado na coletoria de impostos, e disse-lhe: “Segue-me!” Levi se levantou e o seguiu. 15E aconteceu que, estando à mesa na casa de Levi, muitos cobradores de impostos e pecadores também estavam à mesa com Jesus e seus discípulos. Com efeito, eram muitos os que o seguiam. 16Alguns doutores da Lei, que eram fariseus, viram que Jesus comia com pecadores e cobradores de impostos. Então eles perguntaram aos discípulos: “Por que ele come com cobradores de impostos e pecadores?” 17Tendo ouvido, Jesus respondeu-lhes: “Não são as pessoas sadias que precisam de médico, mas as doentes. Eu não vim para chamar justos, mas sim pecadores”.
- Palavra da salvação.
- Glória a vós, Senhor!
Liturgia comentada
Por que ele come com os pecadores? (Mc 2,13-17)
É curioso como as “pessoas honestas” se sentem mal quando os pecadores são alvo de atenções e cuidados. Afinal, “eles” não merecem. Assim pensavam os fariseus do tempo de Jesus. São Pedro Crisólogo [ca. 380-450 d.C.] comenta a passagem:
“Deus é acusado de se debruçar sobre o homem, de se aproximar do pecador, de ter fome de sua conversão e sede de sua volta, de tomar o alimento da misericórdia e a taça da bondade. Mas o Cristo, meus irmãos, veio a esta refeição, a Vida veio entre estes convivas para que, condenados à morte, eles vivam com a Vida.
A Ressurreição se deitou para que aqueles que jaziam se ergam de seus túmulos; a Bondade se abaixou para elevar os pecadores até o perdão; Deus veio ao homem para que o homem chegue a Deus; o Juiz veio à refeição dos culpados para arrancar a humanidade da sentença de condenação; o Médico veio a casa dos doentes para os restabelecer, comendo com eles; o bom Pastor inclinou o ombro para carregar a ovelha perdida até o redil da salvação.
“Por que ele come com os publicanos e os pecadores?” Mas quem é pecador, senão aquele que recusa ver-se como tal? Deixar de se reconhecer como pecador não é enfiar-se em seu pecado e, para dizer a verdade, identificar-se com ele? E quem é injusto, senão aquele que se considera justo? Entretanto, fariseu, tu leste a palavra do Salmo: “Nenhum vivente está justificado diante de ti”. (Sl 143,2)
Por todo o tempo que estamos neste corpo mortal, a fragilidade domina em nós; mesmo se triunfamos dos pecados de ação, não podemos vencer os do pensamento nem evitar toda injustiça; e mesmo que tenhamos a força de escapar disso materialmente, e se somos capazes de vencer toda falta consciente, como poderíamos abolir as faltas por negligência e os pecados de ignorância?
Então, fariseu, confessa o teu pecado, e poderás vir para a mesa de Cristo; o Cristo se fará teu Pão, esse Pão que será partido para o perdão de teus pecados; Cristo se tornará a Taça para ti, essa Taça que será derramada para a remissão de tuas faltas.”
Então, Jesus Cristo vem comer com os pecadores? Que bom! Assim não passaremos fome... Assim, nós, pecadores, não beberemos sozinhos a taça da amargura...
Orai sem cessar: “Preparas uma mesa para mim...” (Sl 23,5)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
This email address is being protected from spambots. You need JavaScript enabled to view it.