QUARTA FEIRA - SÃO JOÃO BOSCO, PRESBÍTERO E FUNDADOR. MEMÓRIA.
(branco, pref. comum ou dos pastores - ofício da memória)
Antífona da entrada
- Vossos sacerdotes, Senhor, se vistam de justiça e vossos santos exultem de alegria (Sl 131,9).
Coleta
- Ó Deus, que suscitastes o presbítero são João Bosco como pai dos jovens, fazei que, concedei que inflamados pelo mesmo fogo da caridade, possamos procurar a salvação de nossos irmãos e irmãs e colocar-nos inteiramente ao vosso serviço. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus e conosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.
1ª Leitura: 2Sm 24,2.9-17
- Leitura do segundo livro de Samuel: Naqueles dias, 2disse o rei Davi a Joab e aos chefes de seu exército que estavam com ele: “Percorrei todas as tribos de Israel, desde Dã até Bersabeia, e fazei o recenseamento do povo, de maneira que eu saiba o seu número”. 9Joab apresentou ao rei o resultado do recenseamento do povo: havia em Israel oitocentos mil homens de guerra, que manejavam a espada; e, em Judá, quinhentos mil homens. 10Mas, depois que o povo foi recenseado, Davi sentiu remorsos e disse ao Senhor: “Cometi um grande pecado, ao fazer o que fiz. Mas perdoa a iniquidade do teu servo, porque procedi como um grande insensato”. 11Pela manhã, quando Davi se levantou, a palavra do Senhor tinha sido dirigida ao profeta Gad, vidente de Davi, nestes termos: 12“Vai dizer a Davi: Assim fala o Senhor: dou-te a escolher três coisas: escolhe aquela que queres que eu te envie”. 13Gad foi ter com Davi e referiu-lhe estas palavras, dizendo: “Que preferes: três anos de fome na tua terra, três meses de derrotas diante dos inimigos que te perseguem, ou três dias de peste no país? Reflete, pois, e vê o que devo responder a quem me enviou”. 14Davi respondeu a Gad: “Estou em grande angústia. É melhor cair nas mãos do Senhor, cuja misericórdia é grande, do que cair nas mãos dos homens!” 15E Davi escolheu a peste. Era o tempo da colheita do trigo. O Senhor mandou, então, a peste a Israel, desde aquela manhã até o dia fixado, de modo que morreram setenta mil homens da população, desde Dã até Bersabeia. 16Quando o anjo estendeu a mão para exterminar Jerusalém, o Senhor arrependeu-se desse mal e disse ao anjo que exterminava o povo: “Basta! Retira agora a tua mão!” O anjo estava junto à eira de Areuna, o jebuseu. 17Quando Davi viu o anjo que afligia o povo, disse ao Senhor: “Fui eu que pequei, eu é que tenho a culpa. Mas estes, que são como ovelhas, que fizeram? Peço-te que a tua mão se volte contra mim e contra a minha família!”
- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 32,1-2.5.6.7 (R: 5c)
- Perdoai-me, Senhor, meu pecado!
R: Perdoai-me, Senhor, meu pecado!
- Feliz o homem que foi perdoado e cuja falta já foi encoberta! Feliz o homem a quem o Senhor não olha mais como sendo culpado, e em cuja alma não há falsidade!
R: Perdoai-me, Senhor, meu pecado!
- Eu confessei, afinal, meu pecado, e minha falta vos fiz conhecer. Disse: “Eu irei confessar meu pecado!” E perdoastes, Senhor, minha falta.
R: Perdoai-me, Senhor, meu pecado!
- Todo fiel pode, assim, invocar-vos, durante o tempo da angústia e aflição, porque, ainda que irrompam as águas, não poderão atingi-lo jamais.
R: Perdoai-me, Senhor, meu pecado!
- Sois para mim proteção e refúgio; na minha angústia me haveis de salvar, e envolvereis a minha alma no gozo da salvação que me vem só de vós.
R: Perdoai-me, Senhor, meu pecado!
Aclamação ao santo Evangelho.
Aleluia, aleluia, aleluia.
Aleluia, aleluia, aleluia.
- Minhas ovelhas escutam minha voz; eu as conheço e elas me seguem
(Jo 10,27).
Aleluia, aleluia, aleluia.
Evangelho de Jesus Cristo, segundo Marcos: Mc 6,1-6.
- O Senhor esteja convosco.
- Ele está no meio de nós.
- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Marcos.
- Glória a vós, Senhor!
- Naquele tempo, 1Jesus foi a Nazaré, sua terra, e seus discípulos o acompanharam. 2Quando chegou o sábado, começou a ensinar na sinagoga. Muitos que o escutavam ficavam admirados e diziam: “De onde recebeu ele tudo isto? Como conseguiu tanta sabedoria? E esses grandes milagres que são realizados por suas mãos? 3Este homem não é o filho do carpinteiro, filho de Maria e irmão de Tiago, de Joset, de Judas e de Simão? Suas irmãs não moram aqui conosco?” E ficaram escandalizados por causa dele. 4Jesus lhes dizia: “Um profeta só não é estimado em sua pátria, entre seus parentes e familiares”. 5E ali não pôde fazer milagre algum. Apenas curou alguns doentes, impondo-lhes as mãos. 6E admirou-se com a falta de fé deles. Jesus percorria os povoados das redondezas, ensinando.
- Palavra da salvação.
- Glória a vós, Senhor!
Liturgia comentada
Não é este o carpinteiro? (Mc 6,1-6)
Estamos diante de um caso de preconceito. Na Palestina daqueles tempos, o múnus de pregador cabia aos rabis, profissionais da palavra de Deus, devidamente formados para o ofício. Eram eles homens - nunca mulheres! – que recebiam do povo o máximo respeito e reverência. Afinal, representavam a legítima tradição mosaica, mantida século após século na reunião semanal da sinagoga.
Eis que surge, ninguém sabe de onde, um novo pregador. Ele prega diferente dos demais. Não fica citando a opinião de outros mestres, mas fala com autoridade pessoal. Não teme sequer fazer umas correções à Lei tradicional: “Vocês ouviram dos antigos... Eu, porém, vos digo...”
E da palavra ele passa à ação: cura cegos e surdos, faz andar os coxos, ressuscita os mortos. E, como se não fosse muito, ousa perdoar pecados. Daí o espanto geral: “Que sabedoria é essa? De onde lhe vem o poder?” E se escudam atrás dos muros do preconceito: “Afinal, não é ele tão somente o filho do carpinteiro?”
Faber, diz São Jerônimo. Carpinteiro. O ofício do pai, José. Aliás, naqueles tempos, os filhos davam prosseguimento ao ofício paterno. A profissão fazia parte da herança. E os judeus estão diante de uma ruptura incompreensível: um trabalhador braçal manifesta uma sabedoria das coisas do Espírito que nada pode explicar. Logo, deve ser um impostor...
Não sabemos o que devemos mais admirar: se um Deus que se encarna e assume a vida de um trabalhador braçal, ou a ação do Espírito Santo que pode transformar em mestre um homem do povo... Não sabemos o que devemos mais reprovar: a grosseria de um preconceito que cega ou a má vontade em acolher os imprevistos de Deus...
Também hoje Deus continua a fazer com que nossos olhos fiquem piscando diante do incompreensível: o santo que se oferece para substituir um condenado à morte, a freira que abandona seu convento para cuidar dos mendigos, o profissional da saúde que arisca sua vida para cuidar de doenças contagiosas...
E também hoje somos desafiados a olhar para Jesus e tomar uma decisão que compromete toda a nossa vida. Acolher ou... rejeitar...
Orai sem cessar: “Senhor, eu te seguirei aonde fores!” (Lc 9,57)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
This email address is being protected from spambots. You need JavaScript enabled to view it.