SEXTA FEIRA - APRESENTAÇÃO DO SENHOR
(branco, glória, pref. próprio - ofício da festa)
Antífona da entrada
- Recebemos, Senhor, vossa misericórdia no meio de vosso templo. Como vosso, ó Deus, assim vosso louvor ressoa até os confins da terra; vossa destra está cheia de justiça (Sl 47,10s).
Coleta
- Deus eterno e todo-poderoso, humildemente vos suplicamos: assim como o vosso Filho único, revestido da natureza humana, foi hoje apresentado no templo, fazei que também nos possamos nos apresentar diante de vós os corações purificados. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus e conosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.
1ª Leitura: Ml 3,1-4
- Leitura da profecia de Malaquias: Assim diz o Senhor: 1Eis que envio meu anjo, e ele há de preparar o caminho para mim; logo chegará ao seu templo o Dominador, que tentais encontrar, e o anjo da aliança, que desejais. Ei-lo que vem, diz o Senhor dos exércitos; 2e quem poderá fazer-lhe frente, no dia de sua chegada? E quem poderá resistir-lhe, quando ele aparecer? Ele é como o fogo da forja e como a barrela dos lavadeiros; 3e estará a postos, como para fazer derreter e purificar a prata: assim ele purificará os filhos de Levi e os refinará como ouro e como prata, e eles poderão assim fazer oferendas justas ao Senhor. 4Será então aceitável ao Senhor a oblação de Judá e de Jerusalém, como nos primeiros tempos e nos anos antigos.
- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl: 24, 7.8.9.10 (R: 2b)
- O Rei da glória é o Senhor onipotente!
R: O rei da glória é o Senhor onipotente!
- “Ó portas, levantai vossos frontões! Elevai-vos bem mais alto, antigas portas, a fim de que o rei da glória possa entrar!”
R: O rei da glória é o Senhor onipotente!
- Dizei-nos: “Quem é este rei da glória?” “É o Senhor, o valoroso, o onipotente, o Senhor, o poderoso nas batalhas!”
R: O rei da glória é o Senhor onipotente!
- “Ó portas, levantai vossos frontões! Elevai-vos bem mais alto, antigas portas, a fim de que o rei da glória possa entrar!”
R: O rei da glória é o Senhor onipotente!
- Dizei-nos: “Quem é este rei da glória?” “O rei da glória é o Senhor onipotente, o rei da glória é o Senhor Deus do universo.”
R: O rei da glória é o Senhor onipotente!
Aclamação ao santo Evangelho.
Aleluia, aleluia, aleluia.
Aleluia, aleluia, aleluia.
- Sois a luz que brilhará para os gentios e para a glória de Israel, o vosso povo (Lc 2,32).
Aleluia, aleluia, aleluia.
Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas: Lc 2,22-40
- O Senhor esteja convosco.
- Ele está no meio de nós.
- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Lucas.
- Glória a vós, Senhor!
- 22Quando se completaram os dias para a purificação da mãe e do filho, conforme a lei de Moisés, Maria e José levaram Jesus a Jerusalém, a fim de apresentá-lo ao Senhor. 23Conforme está escrito na lei do Senhor: “Todo primogênito do sexo masculino será consagrado ao Senhor”. 24Foram também oferecer o sacrifício — um par de rolas ou dois pombinhos — como está ordenado na Lei do Senhor. 25Em Jerusalém, havia um homem chamado Simeão, o qual era justo e piedoso, e esperava a consolação do povo de Israel. O Espírito Santo estava com ele 26e lhe havia anunciado que não morreria antes de ver o Messias que vem do Senhor. 27Movido pelo Espírito, Simeão veio ao Templo. Quando os pais trouxeram o menino Jesus para cumprir o que a Lei ordenava, 28Simeão tomou o menino nos braços e bendisse a Deus: 29“Agora, Senhor, conforme a tua promessa, podes deixar teu servo partir em paz; 30porque meus olhos viram a tua salvação, 31que preparaste diante de todos os povos: 32luz para iluminar as nações e glória do teu povo Israel”. 33O pai e a mãe de Jesus estavam admirados com o que diziam a respeito dele. 34Simeão os abençoou e disse a Maria, a mãe de Jesus: “Este menino vai ser causa tanto de queda como de reerguimento para muitos em Israel. Ele será um sinal de contradição. 35Assim serão revelados os pensamentos de muitos corações. Quanto a ti, uma espada te traspassará a alma”. 36Havia também uma profetisa, chamada Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser. Era de idade muito avançada; quando jovem, tinha sido casada e vivera sete anos com o marido. 37Depois ficara viúva, e agora já estava com oitenta e quatro anos. Não saía do Templo, dia e noite servindo a Deus com jejuns e orações. 38Ana chegou nesse momento e pôs-se a louvar a Deus e a falar do menino a todos os que esperavam a libertação de Jerusalém. 39Depois de cumprirem tudo, conforme a Lei do Senhor, voltaram à Galileia, para Nazaré, sua cidade. 40O menino crescia e tornava-se forte, cheio de sabedoria; e a graça de Deus estava com ele.
- Palavra da salvação.
- Glória a vós, Senhor!
Liturgia comentada
Esperava a consolação de Israel... (Lc 22,22-40)
Em 2 de fevereiro de 2021, o Papa Francisco refletia durante a homilia:
“Simeão esperava – escreve São Lucas – a consolação de Israel (2,25). Subindo ao templo quando Maria e José levaram lá Jesus, ele acolhe nos seus braços o Messias. E, naquele Menino, reconhece a luz que veio para iluminar as nações; esta identificação é feita por um homem já idoso que esperou com paciência o cumprimento das promessas do Senhor. Esperou com paciência.
Vejamos de perto a paciência deste ancião. Durante toda a vida, esteve à espera exercitando a paciência do coração. Aprendera, na oração, que geralmente Deus não recorre a acontecimentos extraordinários, mas realiza a sua obra na aparente monotonia do dia a dia, no ritmo por vezes extenuante das atividades, nas pequenas coisas que realizamos com humilde tenacidade procurando cumprir a sua vontade. Caminhando com paciência, Simeão não se deixou quebrantar com o passar do tempo.
É um homem já carregado de anos, mas a chama do seu coração ainda está acesa; por vezes, na sua longa vida, ter-se-á sentido entorpecido, descorçoado, mas não perdeu a esperança; com paciência, guarda a promessa – guarda a promessa –, mas sem se deixar consumir de amargura pelo tempo passado nem por aquela melancolia resignada que surge quando se chega ao crepúsculo da vida. Nele, a expectativa do esperado traduziu-se na paciência quotidiana de quem, apesar de tudo, permaneceu vigilante até que, finalmente, os seus «olhos viram a Salvação» (Lc 2,30).
Pergunto-me: onde terá Simeão aprendido esta paciência? Recebeu-a da oração e da vida do seu povo, que sempre reconheceu, no Senhor, o «Deus misericordioso e clemente, vagaroso na ira, cheio de bondade e de fidelidade» (Ex 34,6); reconheceu o Pai que mesmo em presença da recusa e da infidelidade não se cansa; antes, a sua «paciência – como diz Neemias – suportou-os durante muitos anos» (cf. 9,30), para conceder sempre a possibilidade da conversão.
Assim, a paciência de Simeão é espelho da paciência de Deus. A partir da oração e da história de seu povo, Simeão aprendeu que Deus é paciente. [...]Esta é a razão da nossa esperança: Deus espera por nós, sem nunca Se cansar. Quando nos afastamos, vem procurar-nos; quando caímos por terra, levanta-nos; quando regressamos a Ele depois de vagar perdidos, espera-nos de braços abertos. O seu amor não se mede com os pesos dos nossos cálculos humanos, mas sempre nos infunde a coragem de recomeçar. Ensina-nos a resiliência, a coragem de recomeçar. Sempre, todos os dias. Depois das quedas, recomeçar sempre...”
Orai sem cessar: “Esperei com paciência no Senhor, e ele se inclinou para mim!” (Sl 40,1)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
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