Liturgia de 11 de março de 2024

SEGUNDA FEIRA DA IV SEMANA DA QUARESMA
(roxo - ofício do dia)

 

Antífona

- Confio em vós, Senhor! Exultarei e me alegrarei em vossa misericórdia, pois olhastes minha pequenez (Sl 30,7).

 

Coleta

- Ó Deus, que renovais o mundo com admiráveis sacramentos, concedei à vossa Igreja caminhar segundo a vossa vontade, sem que jamais lhe faltem, neste mundo, os auxílios de que necessita. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus e conosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.

 

Leitura: Is 65,17-21

- Leitura do livro do profeta Isaías - Assim fala o Senhor: 17Eis que eu criarei novos céus e nova terra, coisas passadas serão esquecidas, não voltarão mais à memória. 18Ao contrário, haverá alegria e exultação sem fim em razão das coisas que eu vou criar; farei de Jerusalém a cidade da exultação e um povo cheio de alegria. 19Eu também exulto com Jerusalém e alegro-me com o meu povo; ali nunca mais se ouvirá a voz do pranto e o grito de dor. 20Ali não haverá crianças condenadas a poucos dias de vida nem anciãos que não completem seus dias. Será considerado jovem quem não alcançar a cem anos, passará por maldito. 21Construirão casas para nelas morar, plantarão vinhas para comer seus frutos.

 

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 30,2.4.5-6.11-12a e 13b (R: 2a)

 

- Eu vos exalto, ó Senhor, pois me livrastes!

R: Eu vos exalto, ó Senhor, pois me livrastes!

 

- Eu vos exalto, ó Senhor, pois me livrastes, e não deixastes rir de mim meus inimigos! Vós tirastes minha alma dos abismos e me salvastes, quando estava já morrendo!

R: Eu vos exalto, ó Senhor, pois me livrastes!

 

- Cantai salmos ao Senhor, povo fiel, dai-lhe graças e invocai seu santo nome! Pois sua ira dura apenas um momento, mas sua bondade permanece a vida inteira; se à tarde vem o pranto visitar-nos, de manhã vem saudar-nos a alegria.

R: Eu vos exalto, ó Senhor, pois me livrastes!

 

- Escutai-me, Senhor Deus, tende piedade! Sede, Senhor, o meu abrigo protetor! Transformastes o meu pranto em uma festa, Senhor meu Deus, eternamente hei de louvar-vos!

R: Eu vos exalto, ó Senhor, pois me livrastes!

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo João: Jo 4,43-54

 

Honra glória, poder e louvor a Jesus, nosso Deus e Senhor!

Honra glória, poder e louvor a Jesus, nosso Deus e Senhor!

 

Buscai o bem, não o mal, pois assim vivereis; então o Senhor, nosso Deus, convosco estará! (AM 5,14)

Honra glória, poder e louvor a Jesus, nosso Deus e Senhor!


- O Senhor esteja convosco.

- Ele está no meio de nós.

 

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo João.

- Glória a vós, Senhor!

 

- Naquele tempo, 43Jesus partiu da Samaria para Galileia. 44O próprio Jesus tinha declarado que um profeta não é honrado na sua própria terra. 45Quando então chegou à Galileia, os galileus receberam-no bem, porque tinham visto tudo o que Jesus tinha feito em Jerusalém, durante a festa. Pois também eles tinham ido à festa. 46Assim, Jesus voltou para Caná da Galileia, onde havia transformado água em vinho. Havia em Cafarnaum um funcionário do rei que tinha um filho doente. 47Ouviu dizer que Jesus tinha vindo da Judeia para a Galileia. Ele saiu ao seu encontro e pediu-lhe que fosse a Cafarnaum curar seu filho, que estava morrendo.48Jesus disse-lhe: “Se não virdes sinais e prodígios, não acreditais”. 49O funcionário do rei disse: “Senhor, desce, antes que meu filho morra!”50Jesus lhe disse: “Podes ir, teu filho está vivo”. O homem acreditou na palavra de Jesus e foi embora. 51Enquanto descia para Cafarnaum, seus empregados foram ao seu encontro, dizendo que o seu filho estava vivo.52O funcionário perguntou a que horas o menino tinha melhorado. Eles responderam: “A febre desapareceu, ontem, pela uma da tarde”. 53O pai verificou que tinha exatamente na mesma hora em que Jesus lhe havia dito: “Teu filho está vivo”. Então, ele abraçou a fé, juntamente com toda a sua família. 54Esse foi o segundo sinal de Jesus. Realizou-o quando voltou da Judeia para a Galileia.

 

- Palavra da salvação.

- Glória a vós, Senhor!

 

 

Liturgia comentada

Acreditou na palavra... (Jo 4,43-54)

 

“Só acredito naquilo que eu vejo!” Este é o princípio de muitos seguidores de Tomé, o apóstolo. Aparentemente racionalista, este mesmo princípio cai por terra quando alguém leva um choque elétrico e também... cai por terra, sem ter visto a corrente que o “aterrou” ... Não se vê, mas é real...

 

No Evangelho de hoje, temos o polo oposto: um alto funcionário da corte, cujo filho estava à morte, foi capaz de “dar crédito” a uma palavra de Jesus. Isto é crer: dar crédito àquele que fala. Apostar em sua promessa e, mesmo sem sinais visíveis ou tangíveis, mergulhar na esperança.

 

Na verdade, a expectativa do funcionário do rei pretendia que Jesus se deslocasse até sua casa e chegasse à presença do doente. Mas Jesus trocou a estrada por um atalho: sua simples Palavra.

 

Dom Claude Rault, que já conhecemos, também comenta o episódio, associando-o às Bodas de Caná e ao Prólogo do Evangelho de João:

 

“Uma ordem somente, e uma declaração: ‘Vai, teu filho vive...’ Jesus não precisa descer. Sua palavra basta. Ela já mudou a água em vinho (Jo 2): ‘Fazei tudo o que ele vos disser... Vai, teu filho vive...’ Nenhum sinal prévio, nada de visível. Nem mesmo um gesto. Uma palavra: ‘Vai, teu filho vive!’ E o homem acreditou na palavra que Jesus lhe dissera e pôs-se a caminho.

 

Eis uma palavra operante, uma palavra criadora que deixa a fé sem alternativa. O homem acreditou. E era isto que Jesus esperava dele. Uma fé que põe a caminho. Como a fé de Abraão. A fé é antes de tudo uma caminhada interior.

 

Ela é adesão a uma palavra que me é dita. É um SIM prévio, na confiança de que aquilo que me é dito assim será. ‘No começo era a palavra... tudo foi feito por ela, e sem ela nada foi feito’, nos diz o Prólogo do Evangelho.

 

O homem percebeu que existia um nexo entre a palavra de Jesus e a vida. ‘Nela estava a vida’. – ‘Vai, teu filho vive!’ A fé é trabalho. Não é beata passividade, espera... Podemos ver que esse homem trabalhou em profundidade. Ele se põe a caminho. Ele parte... A palavra lhe bastou porque ele sabe que uma palavra que vem daquele homem é uma palavra que faz o que ele diz.

 

Preciso de sinais para crer? É preciso pedir sinais? Se me são dados os sinais que eu peço, onde está o desafio da fé? ‘Se não virdes sinais e prodígios, vós não acreditareis?’ (Jo 4,48)”

 

Orai sem cessar: “Creio, Senhor, mas socorre minha falta de fé!” (Mc 9,24)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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