DOMINGO DA IV SEMANA DA PÁSCOA
(branco, glória, creio - IV semana do saltério)
Antífona
- A terra está repleta da misericórdia do Senhor; por sua palavra os céus foram firmados, aleluia! (Sl 32,5)
Coleta
- Deus eterno e todo-poderoso, conduzi-nos à comunhão das alegrias celestes, para que a fragilidade do rebanho chegue aonde a precedeu a fortaleza do Pastor, Jesus Cristo. Ele, que é Deus e conosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.
1ª Leitura: At 4,8-12
- Leitura dos atos dos Apóstolos - Naqueles dias, 8Pedro, cheio do Espírito Santo, disse: “Chefes do povo e anciãos: 9hoje estamos sendo interrogados por termos feito o bem a um enfermo e pelo modo como foi curado. 10Ficai, pois, sabendo todos vós e todo o povo de Israel: é pelo nome de Jesus Cristo, de Nazaré, — aquele que vós crucificastes e que Deus ressuscitou dos mortos — que este homem está curado, diante de vós. 11Jesus é a pedra que vós, os construtores, desprezastes, e que se tornou a pedra angular. 12Em nenhum outro há salvação, pois não existe debaixo do céu outro nome dado aos homens, pelo qual possamos ser salvos”.
- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.
Salmo Responsorial: 118,1.8.9.21-23.26.28cd.29 (R: 22)
- A pedra que os pedreiros rejeitaram tornou-se agora a pedra angular.
R: A pedra que os pedreiros rejeitaram tornou-se agora a pedra angular.
- Dai graças ao Senhor, porque ele é bom! “Eterna é a sua misericórdia!” É melhor buscar refúgio no Senhor, do que pôr no ser humano a esperança; é melhor buscar refúgio no Senhor, do que contar com os poderosos deste mundo!
R: A pedra que os pedreiros rejeitaram tornou-se agora a pedra angular.
- Dou-vos graças, ó Senhor, porque me ouvistes e vos tornastes para mim o salvador! A pedra que os pedreiros rejeitaram tornou-se agora a pedra angular. Pelo Senhor é que foi feito tudo isso; que maravilhas ele fez a nossos olhos!
R: A pedra que os pedreiros rejeitaram tornou-se agora a pedra angular.
- Bendito seja, em nome do Senhor, aquele que em seus átrios vai entrando! Vós sois meu Deus, eu vos bendigo e agradeço! Vós sois meu Deus, eu vos exalto com louvores! Dai graças ao Senhor, porque ele é bom! “Eterna é a sua misericórdia!”
R: A pedra que os pedreiros rejeitaram tornou-se agora a pedra angular.
2ª Leitura: 1 Jo 3,1-2
- Leitura da primeira carta de são João - Caríssimos: 1Vede que grande presente de amor o Pai nos deu: de sermos chamados filhos de Deus! E nós o somos! Se o mundo não nos conhece, é porque não conheceu o Pai. 2Caríssimos, desde já somos filhos de Deus, mas nem sequer se manifestou o que seremos! Sabemos que, quando Jesus se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque o veremos tal como ele é.
- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.
Aclamação ao santo Evangelho.
Aleluia, aleluia, aleluia.
Aleluia, aleluia, aleluia.
- Eu sou o bom pastor, diz o Senhor; Eu conheço minhas ovelhas e elas me conhecem a mim (jo 10,14).
Aleluia, aleluia, aleluia.
Evangelho de Jesus Cristo, segundo João: Jo 10,11-18
- O Senhor esteja convosco.
- Ele está no meio de nós.
- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo João.
- Glória a vós, Senhor!
- Naquele tempo, disse Jesus: 11“Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a vida por suas ovelhas. 12O mercenário, que não é pastor e não é dono das ovelhas, vê o lobo chegar, abandona as ovelhas e foge, e o lobo as ataca e dispersa. 13Pois ele é apenas um mercenário que não se importa com as ovelhas. 14Eu sou o bom pastor. Conheço as minhas ovelhas, e elas me conhecem, 15assim como o Pai me conhece e eu conheço o Pai. Eu dou minha vida pelas ovelhas. 16Tenho ainda outras ovelhas que não são deste redil: também a elas devo conduzir; elas escutarão a minha voz, e haverá um só rebanho e um só pastor. 17É por isso que meu Pai me ama, porque dou a minha vida, para depois recebê-la novamente. 18Ninguém tira a minha vida, eu a dou por mim mesmo; tenho poder de entregá-la e tenho poder de recebê-la novamente; essa é a ordem que recebi de meu Pai”.
- Palavra da salvação.
- Glória a vós, Senhor!
Liturgia comentada
Dou minha vida... (Jo 10,11-18)
No dia 3 de maio de 1998, o Papa João Paulo II ordenava 30 novos sacerdotes para a Diocese de Roma. Era o Domingo do Bom Pastor. Eis uma parte de sua homilia, apontando aos ordinandos o modelo do Pastor Jesus:
“O Bom Pastor! Esta figura bíblica tem origem na observação e na experiência. Durante longo tempo, Israel foi um povo de pastores e a tradição da época dos patriarcas e das gerações sucessivas encontra correspondência nos textos do Antigo Testamento. O pastor, aquele que vigilante guarda o rebanho e o conduz às pastagens férteis, tornou-se a imagem do homem que guia e está à frente de uma nação, sempre solícito por aquilo que lhe diz respeito. Assim no Antigo Testamento é representado o pastor de Israel.
Na Sua pregação, Jesus liga-se a esta imagem, mas introduz um elemento inteiramente novo: pastor é aquele que dá a vida pelas suas ovelhas (cf. Jo 10,11-18). Ele atribui esta característica ao bom pastor, distinguindo-o de quem, ao contrário, é mercenário e, portanto, não cuida do próprio rebanho. Antes, apresenta-Se a Si mesmo como o protótipo do bom pastor, capaz de dar a vida pelo seu rebanho. O Pai enviou-O ao mundo para que fosse o pastor não só de Israel, mas da humanidade inteira.
É de modo especial na Eucaristia que se torna sacramentalmente presente a obra do Bom Pastor, o qual, depois de ter anunciado a «boa nova» do Reino, ofereceu em sacrifício a própria vida pelas ovelhas. A Eucaristia é, de fato, o sacramento da morte e ressurreição do Senhor, do Seu supremo ato redentor. É o sacramento em que o Bom Pastor torna constantemente presente o Seu amor oblativo por todos os homens.”
Nas palavras do Papa, fica bem evidente o princípio de que todo pastoreio envolve uma cota de sacrifício e doação de si mesmo. Trata-se de orientar toda a vida para o bem de seu rebanho. É o caso dos pais que fazem de sua vida um permanente sacrifício pelo bem dos filhos. É o caso dos professores que vivem em função de seus alunos. Ou dos médicos que arriscam a vida por seus pacientes.
Ao contrário, os cônjuges que se negam ao sacrifício terão dificuldade em se manterem fiel às promessas do matrimônio. Igualmente não terão disposição para gerar filhos e educá-los no bem.
Em cada Eucaristia, os fiéis são colocados novamente diante da Vítima do Calvário, que dá a vida por seu rebanho. Inspirados neste exemplo, serão capazes de elevar adiante a sua missão e a cota de sofrimento que ela envolve necessariamente.
Orai sem cessar: “Nós devemos dar a vida pelos irmãos.” (1Jo 3,16)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança