L Liturgia

Liturgia de 18 de abril de 2018

QUARTA FEIRA – III SEMANA DA PÁSCOA
(Branco, ofício do dia)

Antífona da entrada

 

- Que o vosso louvor transborde de minha boca; meus lábios exultarão de alegria, aleluia!  (Sl 70,8.23).

Oração do dia

 

- Permanecei, ó Pai, com vossa família e, na vossa bondade, fazei que participem eternamente da ressurreição do vosso Filho aqueles a quem destes a graça da fé. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

1ª Leitura: At 8,1-8

 

- Leitura dos Atos dos Apóstolos: 1bNaquele dia, começou uma grande perseguição contra a Igreja de Jerusalém. E todos, com exceção dos apóstolos, se dispersaram pelas regiões da Judeia e da Samaria. 2Algumas pessoas piedosas sepultaram Estevão e observaram grande luto por causa dele. 3Saulo, porém, devastava a Igreja: entrava nas casas e arrastava para fora homens e mulheres, para atirá-los na prisão. 4Entretanto, aqueles que se tinham dispersado iam por toda a parte, pregando a Palavra. 5Filipe desceu a uma cidade da Samaria e anunciou-lhes o Cristo. 6As multidões seguiam com atenção as coisas que Filipe dizia. E todos unânimes o escutavam, pois viam os milagres que ele fazia. 7De muitos possessos saíam os espíritos maus, dando grandes gritos. Numerosos paralíticos e aleijados também foram curados. 8Era grande a alegria naquela cidade.

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 66,1-3a.4-5.6-7a (R: 1)

 

- Aclamai o Senhor Deus, ó terra inteira.

R: Aclamai o Senhor Deus, ó terra inteira.


- Aclamai o Senhor Deus, ó terra inteira, cantai salmos a seu nome glorioso, dai a Deus a mais sublime louvação! Dizei a Deus: “Como são grandes vossas obras”!

R: Aclamai o Senhor Deus, ó terra inteira.


- Toda a terra vos adore com respeito e proclame o louvor de vosso nome!” Vinde ver todas as obras do Senhor: seus prodígios estupendos entre os homens”!

R: Aclamai o Senhor Deus, ó terra inteira.


- O mar ele mudou em terra firme, e passaram pelo rio a pé enxuto. Exultemos de alegria no Senhor! Ele domina para sempre com poder!

R: Aclamai o Senhor Deus, ó terra inteira.

 

Aclamação ao santo Evangelho

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

- Quem vê o Filho e nele crê, este tem a vida eterna, e eu o farei ressuscitar no ultimo dia, diz Jesus (Jo 6,40).

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo João: Jo 6,35-40

 

- O Senhor esteja convosco.

- Ele está no meio de nós.

 

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo João

- Glória a vós, Senhor!  

 

- Naquele tempo, disse Jesus à multidão: 35“Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim não terá mais fome e quem crê em mim nunca mais terá sede. 36Eu, porém, vos disse que vós me vistes, mas não acreditais. 37Todos os que o Pai me confia virão a mim, e quando vierem, não os afastarei.  38Pois eu desci do céu não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou. 39E esta é a vontade daquele que me enviou: que eu não perca nenhum daqueles que ele me deu, mas os ressuscite no último dia. 40Pois esta é a vontade do meu Pai: que toda pessoa que vê o Filho e nele crê tenha a vida eterna. E eu o ressuscitarei no último dia”.

- Palavra da salvação.

- Glória a vós, Senhor!  

  

Liturgia comentada
Vós vedes e não credes... (Jo 6,35-40)

Ver e crer – dois verbos que costumam andar juntos. Após a ressurreição de Jesus, um de seus discípulos chegou a afirmar: “Se eu não vir a marca dos pregos em sua mão, não acreditarei!” (Jo 20,25b.) Diante do casulo vazio formado pelas bandagens endurecidas que tinham envolvido o corpo de Jesus, o próprio evangelista descreve sua reação: “Viu e creu”. (Jo 20,8.)

Exatamente este é o motivo da queixa de Jesus frente à multidão: “Vós me vistes, mas não credes”. Os sinais visíveis deveriam ter estimulado o ato de fé, mas não basta assumir a atitude de frio espectador. Louis Bouyer comenta esta passagem:

“Destas primeiras palavras, nós extraímos uma constatação: os homens veem o Filho e não creem. Ora, a vontade do Pai é que todo aquele que, vendo o Filho, nele crê, tenha a Vida eterna. Talvez tenhamos insistido demais sobre o papel dado por São João à ideia de ‘ver’ o Filho. Sem cair no mesmo exagero, não devemos ignorar a insistência com que ele volta a este ponto.”

O verbo grego empregado por São João [théoraô] não designa um olhar distraído, ocasional, mas carrega o sentido mais forte de “contemplar”, o que exige, talvez, um esforço de penetração por parte do espectador. Esta “intenção” poderia estar embutida naquele repto que Filipe fizera a Natanael: “Vem e vê!” (Jo 1,46)

A 1ª Carta de João se refere a este olhar “penetrante” em direção a Jesus: “Aquele que vimos [eorákamen] com nossos próprios olhos...” (1Jo 1,1) Trata-se de um encontro que envolve os sentidos humanos – “nossos ouvidos ouviram... nossas mãos apalparam...” -, de modo que a razão seja auxiliada e reforçada pelo aparato sensorial, como se, de algum modo, o próprio Deus “forçasse” o encontro com o Salvador.

“E parece – continua Bouyer – que, graças a esse encontro com o Filho, cuja encarnação nos dá sua possibilidade, nossa contemplação do Filho realça o vínculo que existe entre Ele e nós no pensamento do Pai, vínculo manifestado pela fé que nasce, então, em nós. Se nós tivéssemos tão somente esta passagem, sem os detalhamentos oferecidos em seguida, ela bastaria para mostrar que a adesão a Cristo não é apenas um ato do homem. O ato de fé realizado pelo homem é o efeito produzido nele por um ato do Pai. Porque o Pai tinha dado o crente ao Filho que ele ‘enviou” é que o crente veio, viu e creu.”

Daí a oração de Paulo, pedindo que Deus “ilumine os olhos do coração” dos efésios (cf. Ef 1,18). Sem esse olhar iluminado, não chegamos à fé no Salvador.

Orai sem cessar: “Tudo isto eu vi quando apliquei meu coração...” (Ecl 8,9)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
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