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Liturgia de 31 de maio de 2018

QUINTA FEIRA - CORPO E SANGUE DE CRISTO
(branco, glória, sequência facultativa, creio, pref. próprio - ofício da solenidade)

Antífona da entrada

- O Senhor alimentou seu povo com a flor do trigo e com o mel do rochedo o saciou (Sl 80,17).

Oração do dia

- Senhor Jesus Cristo, neste admirável sacramento, nos deixastes o memorial da vossa paixão. Dai-nos venerar com tão grande amor o mistério do vosso corpo e do vosso sangue, que possamos colher continuamente os frutos da vossa redenção. Vós, que sois Deus com o Pai, na unidade do Espírito Santo.

1ª Leitura: Ex 24, 3-8


- Leitura do livro Êxodo - Naqueles dias, 3Moisés veio e transmitiu ao povo todas as palavras do Senhor e todos os decretos. O povo respondeu em coro: “Faremos tudo o que o Senhor nos disse”. 4Então Moisés escreveu todas as palavras do Senhor. Levantando-se na manhã seguinte, ergueu ao pé da montanha um altar e doze marcos de pedra pelas doze tribos de Israel. 5Em seguida, mandou alguns jovens israelitas oferecer holocaustos e imolar novilhos como sacrifícios pacíficos ao Senhor. 6Moisés tomou metade do sangue e o pôs em vasilhas, e derramou a outra metade sobre o altar. 7Tomou depois o livro da aliança e o leu em voz alta ao povo, que respondeu: “Faremos tudo o que o Senhor disse e lhe obedece-remos”. 8Moisés, então, com o sangue separado, aspergiu o povo, dizendo: “Este é o sangue da aliança que o Senhor fez convosco, segundo todas estas palavras”.

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 116, 12-13.15.16bc-18 (R: 13)

- Elevo o cálice da minha salvação, invocando o nome santo do Senhor.

R: Elevo o cálice da minha salvação, invocando o nome santo do Senhor.

 

- Que poderei retribuir ao Senhor Deus por tudo aquilo que ele fez em favor? Elevo o cálice da minha salvação, invocando o nome santo do Senhor.

R: Elevo o cálice da minha salvação, invocando o nome santo do Senhor.

 

- É sentida por demais pelo Senhor a morte de seus santos, seus amigos. Eis que sou o vosso servo, ó Senhor, que nasceu de vossa serva; mas me quebrastes os grilhões da escravidão!

R: Elevo o cálice da minha salvação, invocando o nome santo do Senhor.

 

- Por isso oferto um sacrifício de louvor, invocando o nome santo do Senhor. Vou cumprir minhas promessas ao Senhor na presença de seu povo reunido.

R: Elevo o cálice da minha salvação, invocando o nome santo do Senhor.

2ª Leitura: Hb 9, 11-15


 - Leitura da carta aos Hebreus - Irmãos: 11Cristo veio como sumo sacerdote dos bens futuros. Através de uma tenda maior e mais perfeita, que não é obra de mãos humanas, isto é, que não faz parte desta criação, 12e não com o sangue de bodes e bezerros, mas com o seu próprio sangue, ele entrou no Santuário uma vez por todas, obtendo uma redenção eterna. 13De fato, se o sangue de bodes e touros, e a cinza de novilhas espalhada sobre os seres impuros os santifica e realiza a pureza ritual dos corpos, 14quanto mais o Sangue de Cristo purificará a nossa consciência das obras mortas, para servirmos ao Deus vivo, pois, em virtude do espírito eterno, Cristo se ofereceu a si mesmo a Deus como vítima sem mancha. 15Por isso, ele é mediador de uma nova aliança. Pela sua morte, ele reparou as transgressões cometidas no decorrer da primeira aliança. E, assim, aqueles que são chamados recebem a promessa da herança eterna.

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

Sequência (Forma breve)


- Eis o pão que os anjos comem transformado em pão do homem; só os filhos o consomem: não será lançado aos cães!

- Em sinais prefigurado, por Abraão foi imolado, no cordeiro aos pais foi dado, no deserto foi maná...

- Bom pastor, pão de verdade, piedade, ó Jesus, piedade, conservai-nos na unidade, extingui nossa orfandade, transportai-nos para o Pai!

- Aos mortais dando comida, dais também o pão da vida; que a família assim nutrida seja um dia reunida/ aos convivas lá do céu!

Aclamação ao santo Evangelho.

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

- Eu sou o pão vivo descido do céu; quem deste pão come, sempre há de viver! (Jo 6,51).

Aleluia, aleluia, aleluia.

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Marcos: Mc 14, 12-16.22-26


 - O Senhor esteja convosco.

- Ele está no meio de nós.

 

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Marcos.

- Glória a vós, Senhor!

-12No primeiro dia dos Ázimos, quando se imolava o cordeiro pascal, os discípulos disseram a Jesus: “Onde queres que façamos os preparativos para comeres a Páscoa? ” 13Jesus enviou então dois dos seus discípulos e lhes disse: “Ide à cidade. Um homem carregando um jarro de água virá ao vosso encontro. Segui-o 14e dizei ao dono da casa em que ele entrar: ‘O Mestre manda dizer: onde está a sala em que vou comer a Páscoa com os meus discípulos? ’ 15Então ele vos mostrará, no andar de cima, uma grande sala, arrumada com almofadas. Aí fareis os preparativos para nós! ” 16Os discípulos saíram e foram à cidade. Encontraram tudo como Jesus havia dito, e prepararam a Páscoa. 22Enquanto comiam, Jesus tomou o pão e, tendo pronunciado a bênção, partiu-o e entregou-lhes, dizendo: “Tomai, isto é o meu corpo”. 23Em seguida, tomou o cálice, deu graças, entregou-lhes, e todos beberam dele. 24Jesus lhes disse: “Isto é o meu sangue, o sangue da aliança, que é derramado em favor de muitos. 25Em verdade vos digo, não beberei mais do fruto da videira, até o dia em que beberei o vinho novo no Reino de Deus”. 26Depois de ter cantado o hino, foram para o monte das Oliveiras.

- Palavra da salvação.

- Glória a vós, Senhor!

 

 

Liturgia comentada
O Sangue da Aliança... (Mc 14,12-16.22-26)

Quando se aproximava um poderoso exército invasor, o perigo iminente levava as tribos nômades do deserto a se aliarem, em uma atitude de defesa. Os dois chefes de clã partiam um cavalo ou um boi em duas metades e passavam entre as partes sangrentas, como a dizer: “Se eu não cumprir minha parte na aliança, podes fazer comigo o que fizemos com este animal”.

No Gênesis, um ritual semelhante é celebrado entre Deus a Abraão, selando a aliança entre Deus e seu povo (cf. Gn 15,9-17). Em outras celebrações arcaicas, o sangue de um animal era aspergido sobre a assembleia reunida, como rito de purificação; a melhor carne era queimada em sacrifício e o restante era distribuído ao povo que, assim, entrava em comunhão com a divindade.

As duas partes envolvidas no ritual tornavam-se “aliados de sangue”. Era como se formassem um só povo, pois passavam a ser mutuamente comprometidas com todas as dificuldades e desafios que afetassem uma das partes.

No Evangelho de hoje - escolhido para a liturgia do Corpo e do Sangue do Senhor - no meio de uma celebração que, a princípio, parecia apenas uma ceia pascal judaica, Jesus surpreende os discípulos ao “quebrar o cerimonial” e dizer as palavras da primeira consagração eucarística da história: “Isto é meu Corpo... Este é o cálice do meu Sangue...” Um Corpo “dado”, um Sangue “derramado”...

Na verdade, só no dia seguinte – a Sexta-feira Santa – Jesus seria sacrificado no Calvário, como vítima de salvação. No entanto, já na véspera, na quinta-feira, Ele antecipa de modo sacramental (isto é, por meio dos sinais do pão e do vinho) aquilo que seria evento histórico no dia seguinte.

E as palavras do Senhor deixam claro que ele tem consciência de estar dando formato definitivo à Aliança entre Deus e os homens, tantas vezes tentada no passado: Com Noé (Gn 9,8ss), com Abraão (Gn 17), com Davi (2Sm 7,11c-16). Desta vez, não há vítimas animais, mas o sangue que deve correr é o próprio Sangue do Cordeiro.

Hoje, em cada Eucaristia, a Igreja atualiza (isto é, traz do passado para o presente, de modo real e eficaz) aquele mesmo sacrifício de Jesus, repetindo seus gestos e palavras. O próprio Jesus pedira: “Fazei isto em memória de mim”. (Lc 22,19) E o fiel sabe que está, mais uma vez, presente à montanha do Calvário...

Orai sem cessar:Ao Cordeiro, louvor, honra, glória e poder!” (Ap 5,13)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
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