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Liturgia de 01 de junho de 2018

SEXTA FEIRA - SÃO JUSTINO FILÓSOFO E MÁRTIR
(vermelho, préf. comum ou dos mátires - ofício da memória)

Antífona da entrada

- Os pagãos me contaram sua fábulas, mas nada valem perante a vossa lei. Diante dos reis falei de vossa aliança sem me envergonhar (Sl 118,85.46)

Oração do dia

- Ó Deus, que destes ao mártir são Justino um profundo conhecimento de Cristo pela loucura da cruz, concedei-nos, por sua intercessão, repelir os erros que nos cercam e permanecer firmes na fé. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

1ª Leitura: 1 Pd 4,7-13

- Leitura da Primeira Carta de São Pedro: Caríssimos, 7o fim de todas as coisas está próximo. Vivei com inteligência e vigiai, dados à oração. 8Sobretudo, cultivai o amor mútuo, com todo o ardor, porque o amor cobre uma multidão de pecados. 9Sede hospitaleiros uns com os outros, sem reclamações. 10Como bons administradores da multiforme graça de Deus, cada um ponha à disposição dos outros o dom que recebeu. 11Se alguém tem o dom de falar, proceda como com palavras de Deus. Se alguém tem o dom do serviço, exerça-o como capacidade proporcionada por Deus, a fim de que, em todas as coisas, Deus seja glorificado, em virtude de Jesus Cristo, a quem pertencem a glória e o poder, pelos séculos dos séculos. Amém. 12Caríssimos, não estranheis o fogo da provação que se alastra entre vós, como se algo de estranho vos estivesse acontecendo. 13Alegrai-vos por participar dos sofrimentos de Cristo, para que possais também exultar de alegria na revelação da sua glória.

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 96,10.11-12.13 (R: 13b)

- O Senhor vem julgar nossa terra.

R: O Senhor vem julgar nossa terra.


- Publicai entre as nações: “Reina o Senhor!” Ele firmou o universo inabalável, e os povos ele julga com justiça

R: O Senhor vem julgar nossa terra.


- O céu se rejubile e exulte a terra, aplauda o mar com o que vive em suas águas; os campos com seus frutos rejubilem e exultem as florestas e as matas

R: O Senhor vem julgar nossa terra.


- na presença do Senhor, pois ele vem, porque vem para julgar a terra inteira. Governará o mundo todo com justiça, e os povos julgará com lealdade.

R: O Senhor vem julgar nossa terra.

Aclamação ao santo Evangelho.

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

- Eu vos escolhi a fim de que deis, no meio do mundo, um fruto que dure (Jo 15,16)

Aleluia, aleluia, aleluia.

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Marcos: Mc 11,11-26


- O Senhor esteja convosco.

- Ele está no meio de nós.

 

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Marcos.

- Glória a vós, Senhor!

 - Tendo sido aclamado pela multidão, 11Jesus entrou, no Templo, em Jerusalém, e observou tudo. Mas, como já era tarde, saiu para Betânia com os doze. 12No dia seguinte, quando saíam de Betânia, Jesus teve fome. 13De longe, ele viu uma figueira coberta de folhas e foi até lá ver se encontrava algum fruto. Quando chegou perto, encontrou somente folhas, pois não era tempo de figos. 14Então Jesus disse à figueira: “Que ninguém mais coma de teus frutos”. E os discípulos escutaram o que ele disse. 15Chegaram a Jerusalém. Jesus entrou no Templo e começou a expulsar os que vendiam e os que compravam no Templo. Derrubou as mesas dos cambistas e as cadeiras dos vendedores de pombas. 16Ele não deixava ninguém carregar nada através do Templo. 17E ensinava o povo, dizendo: “Não está escrito: `Minha casa será chamada casa de oração para todos os povos’? No entanto, vós fizestes dela uma toca de ladrões”. 18Os sumos sacerdotes e os mestres da Lei ouviram isso e começaram a procurar uma maneira de o matar. Mas tinham medo de Jesus, porque a multidão estava maravilhada com o ensinamento dele. 19Ao entardecer, Jesus e os discípulos saíram da cidade. 20Na manhã seguinte, quando passavam, Jesus e os discípulos viram que a figueira tinha secado até a raiz. 21Pedro lembrou-se e disse a Jesus: “Olha, Mestre: a figueira que amaldiçoaste secou”. 22Jesus lhes disse: “Tende fé em Deus. 23Em verdade vos digo, se alguém disser a esta montanha: `Levanta-te e atira-te no mar`, e não duvidar no seu coração, mas acreditar que isso vai acontecer, assim acontecerá. 24Por isso vos digo, tudo o que pedirdes na oração, acreditai que já o recebestes, e assim será. 25Quando estiverdes rezando, perdoai tudo o que tiverdes contra alguém, 26para que vosso Pai que está nos céus também perdoe os vossos pecados”.

 

- Palavra da salvação.

- Glória a vós, Senhor!

 

 

Liturgia comentada
Sentiu fome... (Mc 11,11-26)

Mais uma vez, os santos Evangelhos nos mostram com simplicidade, mas com realismo, o lado plenamente humano de Jesus. E prontamente cai por terra a heresia dos docetistas, segundo os quais a humanidade de Jesus Cristo seria mera “aparência”.

Na carne dos mortais, nascido de Mulher, o Filho de Deus tem fome. À beira do poço de Jacó (Jo 4,6-7), vamos encontrá-lo cansado e com sede. Se morre o amigo Lázaro (Jo 11,35), o homem Jesus chora sem nenhum recato na dor de todos os humanos. Por fim, em sua agonia (Lc 22), ele sua sangue sob a pressão da angústia. Cravado na cruz, ele brada: “Tenho sede!” (Jo 19,28.)

Apesar disso, quando nós apontamos Jesus como nosso modelo de vida cristã a ser imitado, sempre surge alguém para contrapor: “Mas ele era Deus!” E esse “defeito” – sua divindade - deveria descartá-lo como nosso exemplo de vida. Sim, de fato Jesus era Deus, mas voluntariamente despojado de seus atributos divinos, igual a nós em tudo, exceto no pecado (Hb 4,15).

Gratos que somos ao Senhor, que se fez vítima de propiciação para nos salvar, nós vemos crescer ainda mais a nossa confiança quando nos lembramos de sua humanidade. Não se trata de um deus pagão, nas nuvens etéreas do Olimpo, indiferente à nossa condição humana, o Filho encarnado que se mostra nos Evangelhos. Como se lê na Carta aos Hebreus, “não temos nele um pontífice incapaz de se compadecer de nossas fraquezas. Ao contrário, passou pelas mesmas provações que nós, com exceção do pecado”.

Foi assim que o Forte se fez todo fraco. O Infinito se fez pequeno. O Eterno entregou-se às circunstâncias da passagem do tempo. O Criador do trigo passou fome de pão. O inventor da água passou sede...

Se aqui e ali, episodicamente, Jesus Cristo demonstrava sua divindade com (raros!) gestos de poder, como quando serenou a tempestade ou multiplicou os pães, no seu dia-a-dia ele se submeteu por inteiro às vicissitudes do comum dos mortais. E nada o demonstra mais claramente que a contemplação dos ícones do Oriente, por exemplo o Menino a mamar na Virgem Mãe. É o ícone da “Virgem da Humildade” (ou Galaktotrophousa, a que alimenta com leite), manifestando sem reservas toda a fragilidade e a dependência escolhida pelo Filho de Deus.

Depois disso, impactados pela humanidade de Jesus Cristo, como reclamar de nosso trabalho e do esforço que a existência cobra de nós? Humano e despojado, Jesus caminha conosco todos os dias de nossa vida...

Orai sem cessar:Tenho sede de Deus!” (Sl 42,3)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
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