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Liturgia de 08 de junho de 2018

SEXTA FEIRA - SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS
(branco, glória, creio, préfacio próprio - ofício da solenidade)

 

Antífona da entrada

- Eis os pensamentos do seu coração, que permanecem ao longo das gerações: libertar da morte todos os homens e conservar-lhes a vida em tempo de penúria (Sl 32,11.19)

Oração do dia

- Concedei, ó Deus todo-poderoso, que, alegrando-nos pela solenidade do Coração do vosso Filho, meditemos as maravilhas de seu amor e possamos receber, desta fonte de vida, uma torrente de graças. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

1ª Leitura: Os 11, 1.3-4;8-9


- Leitura da profecia de Oseias - Assim diz o Senhor: 1“Quando Israel era criança, eu já o amava, e desde o Egito chamei meu filho. 3Ensinei Efraim a dar os primeiros passos, tomei-o em meus braços, mas eles não reconheceram que eu cuidava deles. 4Eu os atraía com laços de humanidade, com laços de amor; era para eles como quem leva uma criança ao colo, e rebaixava-me a dar-lhes de comer. 8Meu coração comove-se no íntimo e arde de compaixão. 9Não darei largas à minha ira, não voltarei a destruir Efraim, eu sou Deus, e não homem; o santo no meio de vós, e não me servirei do terror”.

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl (IS) 12,2-3.4bc.5-6 (R: 3)

- Com alegria bebereis do manancial da salvação.

R: Com alegria bebereis do manancial da salvação.

 

- Eis o Deus, meu Salvador, eu confio e nada temo; o Senhor é minha força, meu louvor e salvação.

R: Com alegria bebereis do manancial sa salvação.

 

- Com alegria bebereis do manancial da salvação. E direis naquele dia: “Dai louvores ao Senhor, invocai seu santo nome, anunciai suas maravilhas, entre os povos proclamai que seu nome é o mais sublime”.

R: Com alegria bebereis do manancial da salvação.

 

- Louvai cantando ao nosso Deus, que fez prodígios e portentos, publicai em toda a terra suas grandes maravilhas! Exultai cantando alegres, habitantes de Sião, porque é grande em vosso meio o Deus Santo de Israel!”

R: Com alegria bebereis do manancial da salvação.

2ª Leitura: Ef 3, 8-12.14-19

- Leitura da carta de São Paulo aos Efésios -Irmãos 8eu que sou o mais insignificante dentre todos os santos, coube-me a graça de anunciar entre os pagãos a inexplorável riqueza de Cristo, 9e a todos manifestar o desígnio salvador de Deus, mistério oculto desde a eternidade em Deus, que tudo criou. 10Assim, de ora em diante, as dominações e as potestades celestes podem conhecer, pela Igreja, a infinita diversidade da sabedoria divina, 11de acordo com o desígnio eterno que Deus realizou em Jesus Cristo, nosso Senhor. 12Pela fé que nele depositamos, temos plena confiança de aproximar-nos junto de Deus. 14Por esta causa dobro os joelhos em presença do Pai, 15ao qual deve a sua existência toda família no céu e na terra, 16para que vos conceda, segundo seu glorioso tesouro, que sejais poderosamente robustecidos pelo seu Espírito em vista do crescimento do vosso homem interior. 17Que Cristo habite pela fé em vossos corações, arraigados e consolidados na caridade, 18a fim de que possais, com todos os cristãos, compreender qual seja a largura, o comprimento, a altura e a profundidade, 19isto é, conhecer a caridade de Cristo, que desafia todo o conhecimento, e sejais cheios de toda a plenitude de Deus.

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

Aclamação ao santo Evangelho.

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

- Tomai sobre vós o meu jugo e de mim aprendei, que sou manso e humilde de coração (Mt 11,29).

Aleluia, aleluia, aleluia.

Evangelho de Jesus Cristo, segundo João : Jo 19, 31-37


- O Senhor esteja convosco.

- Ele está no meio de nós.

 

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo João.

- Glória a vós, Senhor!

- 31 Era o dia da preparação para a Páscoa. Os judeus temeram que os corpos ficassem na cruz durante o sábado, porque já era a Preparação e esse sábado era particularmente solene. Rogaram a Pilatos que se lhes quebrassem as pernas e fossem retirados. 32Vieram os soldados e quebraram as pernas do primeiro e do outro, que com ele foram crucificados. 33Chegando, porém, a Jesus, como o vissem já morto, não lhe quebraram as pernas, 34mas um dos soldados abriu-lhe o lado com uma lança, e logo saiu sangue e água. 35O que foi testemunha desse fato o atesta (e o seu testemunho é digno de fé, e ele sabe que diz a verdade), a fim de que vós creiais. 36Assim se cumpriu a Escritura: Nenhum dos seus ossos será quebrado (Ex 12,46). 37E diz em outra parte a Escritura: Olharão para aquele que transpassaram (Zc 12,10).

- Palavra da salvação.

- Glória a vós, Senhor!

  

Liturgia comentada
Abriu-lhe o lado... (Jo 19,31-37)

O súbito golpe de lança do centurião romano rasga o peito de Jesus, já morto na cruz do Calvário. O agudo ferro da lança passa entre as costelas, transpassa a pleura e o pulmão, fere o coração. Imediatamente, o resto de sangue e de linfa ali depositados escorre visivelmente: sangue e água.

A tradição da Igreja, registrada em textos e hinos litúrgicos, viu nas duas substâncias os sinais sacramentais da Eucaristia e do Batismo, entendidos como um dom pascal que Jesus Cristo confiava à Igreja.

Não é por acaso que a Liturgia escolhe este Evangelho para a festa do Sagrado Coração de Jesus. Ao celebrar o coração do Crucificado, nós recordamos ao mundo o mistério da Encarnação do Verbo, que assumiu plenamente nossa natureza: um corpo com músculos, ossos e órgãos, capaz de sofrer e sangrar, mas também a sensibilidade, os sentimentos, as angústias próprias dos humanos.

A preciosa devoção ao Sagrado Coração serve para nós como vacina contra um tipo de cristianismo aéreo, abstrato, angelical, predisposto a ignorar o realismo da natureza humana, tão incômoda aos gnósticos quanto as chagas do Ressuscitado... É também uma imagem palpável a recordar-nos permanentemente a face histórica da Encarnação do Verbo.

Em sua Encíclica “Haurietis Aquas” [15/05/1956], sob o culto do Sagrado Coração de Jesus, o Papa Pio XII escreveu:

“Nada proíbe que adoremos o coração sacratíssimo de Jesus Cristo, enquanto é participante, símbolo natural e sumamente expressivo daquele amor inexaurível em que ainda hoje o divino Redentor arde para com os homens. Mesmo quando já não está submetido às perturbações desta vida mortal, ainda então ele vive, palpita, e está unido de modo indissolúvel com a Pessoa do Verbo divino, e, nela e por ela, com a sua divina vontade.”

Para Pio XII, o coração do Salvador “reflete a imagem da divina pessoa do Verbo divino”. Não apenas um símbolo, mas “como que um compêndio de todo o mistério da nossa redenção”.

Não é preciso ser teólogo para compreender este profundo mistério. O povo simples se alegra e se comove diante desta evidência: nosso Deus se fez humano como nós. Nosso Deus tem um coração. Seu amor por nós não é algo aéreo, abstrato, mas é um amor encarnado, uma torrente que corre de seu lado aberto.

Não admira que este tema – o coração de Jesus – tenha comovido tantos místicos e inspirado tantos artistas. Deus tem um coração...

Orai sem cessar: “Naquele dia jorrará uma fonte para a casa de Deus.” (Zc 13,1)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
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