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Liturgia de 04 de julho de 2018

QUARTA FEIRA – XIII SEMANA DO TEMPO COMUM
(Verde – Ofício do dia)

Antífona da entrada

 

- Povos todos, aplaudi e aclamai a Deus com brados de alegria. (Sl 46,2)

Oração do dia

 

- Ó Deus, pela vossa graça, nos fizestes filhos da luz. Concedei que não sejamos envolvidos pelas trevas do erro, mas brilhe em nossas vidas a luz da vossa verdade. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

1ª Leitura: Am 5,14-15.21-24

 

- Leitura da Profecia de Amós: 14Buscai o bem, não o mal, para terdes mais vida, só assim o Senhor Deus dos exércitos vos assistirá, como tendes afirmado. 15Odiai o mal, amai o bem, res­tabelecei a justiça no julgamento, talvez o Senhor Deus dos exércitos se compadeça do resto da tribo de José. 21“Aborreço, rejeito vossas festas, diz o Senhor, não me agradam vossas assembleias de culto. 22Se me oferecerdes holo­caustos, não aceitarei vossas oblações e não farei caso de vossos gordos animais de sacrifício. 23Livra-me da balbúrdia dos teus cantos, não quero ouvir a toada de tuas liras. 24Que a justiça seja abundante como água e a vida honesta, como torrente perene”.

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 50,7.8-9.10-11.12-13.16bc-17 (R: 23b)

 

- A todos que procedem re­ta­mente, eu mostrarei a salvação que vem de Deus.

R: A todos que procedem re­ta­mente, eu mostrarei a salvação que vem de Deus.


- Escuta, ó meu povo, eu vou falar; ouve, Israel, eu testemunho contra ti: Eu, o Senhor, somente eu, sou o teu Deus!

R: A todos que procedem re­ta­mente, eu mostrarei a salvação que vem de Deus.


- Eu não venho censurar teus sacrifícios, pois sempre estão perante mim teus holocaustos; não preciso dos novilhos de tua casa nem dos carneiros que estão nos teus rebanhos.

R: A todos que procedem re­ta­mente, eu mostrarei a salvação que vem de Deus.


- Porque as feras da floresta me pertencem e os animais que estão nos montes aos milhares. Conheço os pássaros que voam pelos céus e os seres vivos que se movem pelos campos.

R: A todos que procedem re­ta­mente, eu mostrarei a salvação que vem de Deus.


- Não te diria, se com fome eu estivesse, porque é meu o universo e todo ser. Porventura comerei carne de touros? Beberei, acaso, o sangue de carneiros?

R: A todos que procedem re­ta­mente, eu mostrarei a salvação que vem de Deus.


- Como ousas repetir os meus preceitos e trazer minha Aliança em tua boca? Tu que odiaste minhas leis e meus conselhos e deste as costas às palavras dos meus lábios!

R: A todos que procedem re­ta­mente, eu mostrarei a salvação que vem de Deus.

Aclamação ao santo Evangelho

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

- Deus nos gerou pela palavra da verdade como as primícias de suas criaturas (Tg 1,18)

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus: Mt 8,28-34

 

- O Senhor esteja convosco.

- Ele está no meio de nós.

 

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Mateus

- Glória a vós, Senhor!   

 

- Naquele tempo, 28quando Jesus chegou à outra margem do lago, na região dos gadarenos, vieram ao seu encontro dois homens possuídos pelo demônio, saindo dos túmulos. Eram tão violentos, que ninguém podia passar por aquele caminho. 29Eles então gritaram: “Que tens a ver conosco, Filho de Deus? Tu vieste aqui para nos atormentar antes do tempo?”. 30Ora, a certa distância deles estava pastando uma grande manada de porcos. 31Os demônios suplicavam-lhe: “Se nos expulsas, manda-nos para a manada de porcos”.
32Jesus disse: “Ide”. Os demônios saíram, e foram para os porcos. E logo toda a manada atirou-se monte abaixo para dentro do mar, afogando-se nas águas. 33Os homens que guardavam os porcos fugiram e, indo até a cidade, contaram tudo, inclusive o caso dos possuídos pelo demônio. 34Então a cidade toda saiu ao encontro de Jesus. Quando o viram, pediram-lhe que fosse embora.

- Palavra da salvação.

- Glória a vós, Senhor!

 

Liturgia comentada
Pediram que fosse embora... (Mt 8,28-34)

Ora, ora, ora... O Pai nos envia seu Filho único, que nasce de Mulher, vive entre nós e passa a curar os enfermos e a libertar os possessos; diante disso nós lhe pedimos que... vá embora!?

Em outros termos, estamos dizendo a Jesus Cristo: “Deixe-nos em paz com nossas doenças e com nossos demônios! Não venha revirar nossa vida de cabeça para baixo!”

Ali estavam dois homens possuídos por demônios, vivendo de forma bestializada entre túmulos de um cemitério. Todos achavam isto “natural”. Mas ficaram furiosos quando a legião de demônios passou para o rebanho de porcos que se lançou no abismo. Este prejuízo já não era “natural”....

Que coisa! O mundo permanece o mesmo que Jesus conheceu! Nós estamos tão adaptados ao nosso inferno social – com rapinas e violência, propinas e exploração, doenças que dão lucro e escravidões convenientes -, que vemos as propostas do Evangelho como uma ameaça inaceitável...

Assim comenta Hébert Roux: “Seja como for, a libertação dos dois infelizes torna-se, para os habitantes da região, uma verdadeira catástrofe!” De fato, saíra caro demais o exorcismo dos dois endemoninhados, que culminou com a morte de 2.000 porcos (cf. Mc 5,13). “O gesto de Jesus, aos olhos deles, reveste-se do aspecto de uma agressão à sua tranquilidade e a seus bens. Pela primeira vez, Jesus faz o papel de uma pessoa indesejável.”

O Evangelho relata uma rota descendente na missão de Jesus: da admirável fé do centurião, passando pelo espanto da multidão admirada, chegamos agora à hostilidade e à recusa, prelúdio do ódio que se anuncia – observa H. Roux. É preferível ficar com nossas loucuras e nossas neuroses do que dar acolhida a um tipo que vem perturbar a desventura à qual já estamos acostumados.

“A partir do momento em que Jesus intervém com excesso de precisão e remexe com a tranquilidade ordinária de nossa existência, vale mais mantê-lo à distância, pois jamais poderemos dormir tranquilos com ele.” De fato que garantia de sossego podemos ter quando os loucos se tornam sábios e os porcos se arremessam ao mar?!

Incômodo, intrometido, agitador... Jesus Cristo continua o mesmo...

Orai sem cessar: “Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir minha voz e abrir a porta, eu entrarei e cearemos juntos.” (Ap 3,20)          
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
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