L Liturgia

Liturgia de 05 de agosto de 2018

DOMINGO – XVIII SEMANA DO TEMPO COMUM
(Verde, glória, creio – II semana do saltério)

Antífona da entrada

 

- Meu Deus, vinde libertar-me, apressai-vos, Senhor, em socorrer-me. Vós sois o meu socorro e o meu libertador; Senhor, não tardeis mais (Sl 69,2,6).

 

Oração do dia

 

- Manifestai, ó Deus, vossa inesgotável bondade para com os filhos e filhas que vos imploram e se gloriam de vos ter como criador e guia, restaurando para eles a vossa criação e conservando-a renovada. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

1ª Leitura: Ex 16,2-4.12-15

 

- Leitura do livro do Êxodo: Naqueles dias, 2a comunidade dos filhos de Israel pôs-se a murmurar contra Moisés e Aarão, no deserto, dizendo: 3“Quem dera que tivéssemos morrido pela mão do Senhor no Egito, quando nos sentávamos junto às panelas de carne e comíamos pão com fartura! Por que nos trouxestes a este deserto para matar de fome a toda esta gente?” 4O Senhor disse a Moisés: “Eis que farei chover para vós o pão do céu. O povo sairá diariamente e só recolherá a porção de cada dia, a fim de que eu o ponha à prova, para ver se anda ou não na minha lei. 12Eu ouvi as murmurações dos filhos de Israel. Dize-lhes, pois: ‘Ao anoitecer, comereis carne, e pela manhã vos fartareis de pão. Assim sabereis que eu sou o Senhor vosso Deus’”. 13Com efeito, à tarde, veio um bando de codornizes e cobriu o acampamento; e, pela manhã, formou-se uma camada de orvalho ao redor do acampamento. 14Quando se evaporou o orvalho que caíra, apareceu na superfície do deserto uma coisa miúda, em forma de grãos, fina como a geada sobre a terra. 15Vendo aquilo, os filhos de Israel disseram entre si: “Que é isto?” porque não sabiam o que era. Moisés respondeu-lhes: “Isto é o pão que o Senhor vos deu como alimento”.

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 78,3.4bc.23-24.25.54 (R: 24b)

 

- O Senhor deu a comer o pão do céu.

R: O Senhor deu a comer o pão do céu.


- Tudo aquilo que ouvimos e aprendemos, e transmitiram para nós os nossos pais, não haveremos de ocultar a nossos filhos, mas à nova geração nós contaremos: as grandezas do Senhor e seu poder.

R: O Senhor deu a comer o pão do céu.


- Ordenou, então, às nuvens lá dos céus, e as comportas das alturas fez abrir; fez chover-lhes o maná e alimentou-os, e lhes deu para comer o pão do céu.

R: O Senhor deu a comer o pão do céu.


- O homem se nutriu do pão dos anjos, e mandou-lhes alimento em abundância; conduziu-os para a Terra Prometida, para o Monte que seu braço conquistou.

R: O Senhor deu a comer o pão do céu.

 

2ª Leitura: Ef 4,17.20-24

 

- Leitura da carta de são Paulo aos Efésios: Irmãos: 17Eis, pois, o que eu digo e atesto no Senhor: não continueis a viver como vivem os pagãos, cuja inteligência os leva para o nada. 20Quanto a vós, não é assim que aprendestes de Cristo, 21se ao menos foi bem ele que ouvistes falar, e se é ele que vos foi ensinado, em conformidade com a verdade que está em Jesus. 22Renunciando à vossa existência passada, despojai-vos do homem velho, que se corrompe sob o efeito das paixões enganadoras, 23e renovai o vosso espírito e a vossa mentalidade. 24Revesti o homem novo, criado à imagem de Deus, em verdadeira justiça e santidade.

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

Aclamação ao santo Evangelho

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

- O homem não vive somente de pão, mas vive de toda palavra que sai da boca de Deus e não só de pão, amém, aleluia, aleluia! (Mt 4,4).

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo João: Jo 6,24-35

 

- O Senhor esteja convosco.

- Ele está no meio de nós.

 

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo João

- Glória a vós, Senhor!   

 

- Naquele tempo, 24quando a multidão viu que Jesus não estava ali, nem os seus discípulos, subiram às barcas e foram à procura de Jesus, em Cafarnaum. 25Quando o encontraram no outro lado do mar, perguntaram-lhe: “Rabi, quando chegaste aqui?” 26Jesus respondeu: “Em verdade, em verdade, eu vos digo: estais me procurando não porque vistes sinais, mas porque comestes pão e ficastes satisfeitos. 27Esforçai-vos não pelo alimento que se perde, mas pelo alimento que permanece até a vida eterna, e que o Filho do Homem vos dará. Pois este é quem o Pai marcou com seu selo”. 28Então perguntaram: “Que devemos fazer para realizar as obras de Deus?”
29Jesus respondeu: “A obra de Deus é que acrediteis naquele que ele enviou”.
30Eles perguntaram: “Que sinal realizas, para que possamos ver e crer em ti? Que obra fazes? 31Nossos pais comeram o maná no deserto, como está na Escritura: ‘Pão do céu deu-lhes a comer’” 32Jesus respondeu: “Em verdade, em verdade vos digo, não foi Moisés quem vos deu o pão que veio do céu. É meu Pai que vos dá o verdadeiro pão do céu. 33Pois o pão de Deus é aquele que desce do céu e dá vida ao mundo”. 34Então pediram: “Senhor, dá-nos sempre desse pão”. 35Jesus lhes disse: “Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim não terá mais fome e quem crê em mim nunca mais terá sede”.

- Palavra da salvação.

- Glória a vós, Senhor!

 

Liturgia comentada
Nunca mais terá sede... (Jo 6,24-35)

Eis uma promessa pessoal de Jesus: saciar em definitivo a humana fome, matar a sede que faz cada célula da humanidade clamar por uma água viva que não dependa das oscilações do clima e da história. Ela está à disposição de todos nós. A condição? Crer! “Quem crê em mim nunca mais terá sede...”

Se, por um lado, o processo de desertificação agride vastas áreas do planeta, não é menor o “deserto” interior que caustica os corações humanos. São multidões mergulhadas nesse deserto mortal. A inundação das drogas e da prostituição apenas reflete a intensidade dessa procura por sentido e consolação.

Na missa de início de seu pontificado, em sua homilia, o Papa Bento XVI dizia: “A Igreja no seu conjunto, e os Pastores nela, como Cristo devem pôr-se a caminho para conduzir os homens fora do deserto, para lugares da vida, da amizade com o Filho de Deus, para Aquele que dá a vida, a vida em plenitude”. O oásis existe, mas alguém precisa mostrar o seu caminho  quem tem sede.

Pouco depois, na Carta apostólica “Porta Fidei” [Porta da Fé], o Papa observava: “Sucede não poucas vezes que os cristãos sintam maior preocupação com as consequências sociais, culturais e políticas da fé do que com a própria fé, considerando esta como um pressuposto óbvio da sua vida diária. Ora, tal pressuposto não só deixou de existir, mas frequentemente acaba até negado. Enquanto, no passado, era possível reconhecer um tecido cultural unitário, amplamente compartilhado no seu apelo aos conteúdos da fé e aos valores por ela inspirados, hoje parece que já não é assim em grandes setores da sociedade devido a uma profunda crise de fé que atingiu muitas pessoas”. (PF, 2.)

No polo oposto, em viagem missionária por diferentes áreas do Brasil, vejo os numerosos jovens que decidem orientar sua vida, sua profissão e sua vocação a partir da fé em Jesus Cristo. Esta juventude cheia de esperança e vitalidade se reúne em comunidades vivas para aprofundar sua experiência de Deus e, ao mesmo tempo, comunicá-la a todos que atravessam seu caminho.

Nesses jovens de fé, a alegria interior é irradiada nas palavras e nos gestos, nos olhares e nos cânticos, deixando brotar um borbulhar de vida que muitos perderam à medida que se fechavam à ação de Deus em suas vidas. O simples contato com eles já se torna uma aurora de esperança. Eles conhecem a única Fonte que pode saciar o coração humano: Jesus Cristo.

Neles se cumpre a promessa de Jesus: nunca mais terão sede...

Orai sem cessar: “Todas as minhas fontes se acham em Ti!” (Sl 87,7)
Texto de  Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
This email address is being protected from spambots. You need JavaScript enabled to view it.