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Liturgia de 06 de agosto de 2018

SEGUNDA FEIRA – TRANSFIGURAÇÃO DO SENHOR
(Branco, glória, pref. próprio – ofício da festa)

Antífona da entrada

 

- O Espírito Santo apareceu na nuvem luminosa e a voz do Pai se fez ouvir: Este é meu Filho amado, nele depositei todo o meu amor. Escutai-o (Mt 17,5).

 

Oração do dia

 

- Ó Deus, que na gloriosa Transfiguração de vosso Filho confirmastes os mistérios da fé pelo testemunho de Moisés e Elias, e manifestastes de modo admirável a nossa glória de filhos adotivos, concedei aos vossos servos e servas ouvir a voz do vosso Filho amado, e compartilhar da sua herança. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

- 1ª Leitura: Dn 7,9-10.13-14

 

- Leitura da profecia de Daniel: 9Eu continuava olhando até que foram colocados uns tronos, e um Ancião de muitos dias aí tomou lugar. Sua veste era branca como neve e os cabelos da cabeça, como lã pura; seu trono eram chamas de fogo, e as rodas do trono, como fogo em brasa.10Derramava-se aí um rio de fogo que nascia diante dele; serviam-no milhares de milhares, e milhões de milhões assistiam-no ao trono; foi instalado o tribunal e os livros foram abertos.13Continuei insistindo na visão noturna, e eis que, entre as nuvens do céu, vinha um como filho do homem, aproximando-se do Ancião de muitos dias, e foi conduzido à sua presença.14Foram-lhe dados poder, glória e realeza, e todos os povos, nações e línguas o serviam: seu poder é um poder eterno que não lhe será tirado, e seu reino, um reino que não se dissolverá.

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 97,1-2.5-6.9 (R: 1a9a)

 

- Deus é Rei, é o Altíssimo, muito acima do universo.

R: Deus é Rei, é o Altíssimo, muito acima do universo.


- Deus é Rei! Exulte a terra de alegria, e as ilhas numerosas rejubilem! Treva e nuvem o rodeiam no seu trono, que se apoia na justiça e no direito.

R: Deus é Rei, é o Altíssimo, muito acima do universo.


- As montanhas se derretem como cera ante a face do Senhor de toda a terra; e assim proclama o céu sua justiça, todos os povos podem ver a sua glória.

R: Deus é Rei, é o Altíssimo, muito acima do universo.


- Porque vós sois o altíssimo, Senhor, muito acima do universo que criastes, e de muito superais todos os deuses.

R: Deus é Rei, é o Altíssimo, muito acima do universo.

Aclamação ao santo Evangelho

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

- Eis meu Filho muito amado, nele está meu benquerer, escutai-o, todos vós! (Mt 17,5).

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Marcos: Mc 9,2-10

 

- O Senhor esteja convosco.

- Ele está no meio de nós.

 

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Marcos

- Glória a vós, Senhor!   

 

- Naquele tempo, 2Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e João, e os levou sozinhos a um lugar à parte, sobre uma alta montanha. E transfigurou-se diante deles. 3Suas roupas ficaram brilhantes e tão brancas como nenhuma lavadeira sobre a terra poderia alvejar. 4Apareceram-lhe Elias e Moisés, e estavam conversando com Jesus. 5Então Pedro tomou a palavra e disse a Jesus: “Mestre, é bom ficarmos aqui. Vamos fazer três tendas: uma para ti, outra para Moisés e outra para Elias”. 6Pedro não sabia o que dizer, pois estavam todos com muito medo. 7Então desceu uma nuvem e os encobriu com sua sombra. E da nuvem saiu uma voz: “Este é o meu Filho amado. Escutai o que ele diz!” 8E, de repente, olhando em volta, não viram mais ninguém, a não ser somente Jesus com eles. 9Ao descerem da montanha, Jesus ordenou que não contassem a ninguém o que tinham visto, até que o Filho do Homem tivesse ressuscitado dos mortos. 10Eles observaram esta ordem, mas comentavam entre si, o que queria dizer “ressuscitar dos mortos”.

- Palavra da salvação.

- Glória a vós, Senhor!   


Liturgia comentada
Este é meu Filho, o Amado... (Mc 9,2-10)

Nos evangelhos sinóticos, estão registradas duas teofanias em que o Filho é identificado diretamente pelo Pai: o episódio do batismo de Jesus (cf. Mc 1,9-11) e a transfiguração no alto da montanha que a tradição identificou como o Monte Tabor (cf. Mc 9,2-10).

Em ambas as passagens, faz-se ouvir do alto a voz do Pai: “Este é meu Filho, o Amado”. No texto grego, “o amado” [ho agapetos] é um aposto de “filho”. Mais que um simples adjetivo, pode ser tomado como um “nome” do Filho: ele é “o amado do Pai”. Isto se confirma na Carta aos Efésios (1,6), quando Paulo escreve que o Pai “nos agraciou em seu Amado” (en toi egapemenoi). Isto é, o Pai nos ama na pessoa de seu Filho, na medida em que nos identificamos com ele, com quem fomos configurados no batismo cristão.

Ora, esta “identificação” ocorre através da Palavra do Filho, daí a exortação da mesma voz do Tabor: “Ouvi-o!” Se o Pai nos fala por seu Filho, e nós acolhemos sua Palavra, então o amor do Pai flui para nós. Se, ao contrário, ficamos surdos à mesma Palavra, interrompemos o canal amoroso que estava à nossa disposição.

Na teofania do batismo no Jordão, um jato de luz é lançado sobre toda a primeira parte do Evangelho de Marcos, culminando com a declaração de Pedro: “Tu és o Messias!” (Mc 8,29) Agora, na teofania do Tabor, a luz divina vem iluminar a segunda parte, marcada pelos anúncios da Paixão e morte de Jesus, preparando terreno para a proclamação do “filho de Deus” feita pelo centurião romano (cf. Mc 15,39) e para a descoberta da ressurreição (cf. Mc 16,1-8).

Na 1ª Carta de João, a palavra habitualmente traduzida por “caríssimos”, é o mesmo termo grego [agapetoi] no sentido de “amados”. Isto permite a leitura: “Amados, agora somos as crianças [tekna / filhos] de Deus”, sugerindo que fomos adotados como filhos em razão do amor derramado sobre nós, pelo Pai, na pessoa de Jesus.

Graças à Eucaristia, o sacramento do amor, os católicos dispõem de mais um canal de identificação com o Filho, ao serem alimentados pelo Corpo e Sangue de Jesus, em autêntica simbiose. Por isso mesmo, a mesa eucarística é o ponto de encontro entre o Amado e os amados do Pai, profundamente mergulhados no rio de amor que brota do coração do Pai.

Orai sem cessar: “Ouvirei o que diz o Senhor!” (Sl 85,9)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
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