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Liturgia de 08 de agosto de 2018

QUARTA FEIRA – SÃO DOMINGOS – PRESBÍTERO E PREGADOR
(Branco, pref. comum ou dos pastores – ofício da memória)

Antífona da entrada

 

- Estes são os santos que receberam a bênção do Senhor e a misericórdia de Deus, seu salvador. É a geração dos que buscam a Deus (Sl 23,5).

Oração do dia

- Ó Deus, que os méritos e ensinamentos de são Domingos venham em socorro da vossa Igreja, para que o grande pregador da vossa verdade seja agora nosso fiel intercessor. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

1ª Leitura: Jr 31,1-7

 

- Leitura do livro do profeta Jeremias: 1“Naquele tempo, diz o Senhor, serei Deus para todas as tribos de Israel, e elas serão meu povo”. 2Isto diz o Senhor: “Encontrou perdão no deserto o povo que escapara à espada; Israel encaminha-se para o seu descanso”. 3O Senhor apareceu-me de longe: “Amei-te com amor eterno e te atraí com a misericórdia. 4De novo te edificarei, serás reedificada, ó jovem nação de Israel; de novo teus tambores ornarão as praças e sairás entre grupos de dançantes. 5Hás de plantar vinhas nos montes de Samaria; os cultivadores hão de plantar e também colher. 6Virá o dia em que gritarão os guardas no monte Efraim: ‘Levantai-vos, vamos a Sião, vamos ao Senhor, nosso Deus’. 7Isto diz o Senhor: Exultai de alegria por Jacó, aclamai a primeira das nações; tocai, cantai e dizei: ‘Salva, Senhor, teu povo, o resto de Israel’”.

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl (Jr 31), 10-12ab.13 (R: 10d)

 

- O Senhor nos guardará qual pastor a seu rebanho.

R: O Senhor nos guardará qual pastor a seu rebanho.


- Ouvi, nações, a palavra do Senhor e anunciai-a nas ilhas mais distantes: “Quem dispersou Israel vai congregá-lo, e o guardará qual pastor a seu rebanho!”

R: O Senhor nos guardará qual pastor a seu rebanho.


- Pois, na verdade, o Senhor remiu Jacó e o libertou do poder do prepotente. Voltarão para o monte de Sião, entre brados e cantos de alegria afluirão para as bênçãos do Senhor:

R: O Senhor nos guardará qual pastor a seu rebanho.


- Então a virgem dançará alegremente, também o jovem e o velho exultarão; mudarei em alegria o seu luto, serei consolo e conforto após a guerra.

R: O Senhor nos guardará qual pastor a seu rebanho.

Aclamação ao santo Evangelho

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

- Um grande profeta surgiu entre nós e Deus visitou o seu povo, Aleluia

(Lc 7,16).

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus: Mt 15,21-28

 

- O Senhor esteja convosco.

- Ele está no meio de nós.

 

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Mateus

- Glória a vós, Senhor!   

 

- Naquele tempo, 21Jesus retirou-se para a região de Tiro e Sidônia. 22Eis que uma mulher cananeia, vindo daquela região, pôs-se a gritar: “Senhor, filho de Davi, tem piedade de mim: minha filha está cruelmente atormentada por um demônio!” 23Mas, Jesus não lhe respondeu palavra alguma. Então seus discípulos aproximaram-se e lhe pediram: “Manda embora essa mulher, pois ela vem gritando atrás de nós”. 24Jesus respondeu: “Eu fui enviado somente às ovelhas perdidas da casa de Israel”. 25Mas, a mulher, aproximando-se, prostrou-se diante de Jesus, e começou a implorar: “Senhor, socorre-me!” 26Jesus lhe disse: “Não fica bem tirar o pão dos filhos para jogá-lo aos cachorrinhos”. 27A mulher insistiu: “É verdade, Senhor; mas os cachorrinhos também comem as migalhas que caem da mesa de seus donos!” 28Diante disso, Jesus lhe disse: “Mulher, grande é a tua fé! Seja feito como tu queres!” E desde aquele momento sua filha ficou curada.

- Palavra da salvação.

- Glória a vós, Senhor!   


Liturgia comentada
Os cachorrinhos também comem... (Mt 15,21-28)

Para escrever um Evangelho como este, o evangelista precisou converter-se. Afinal de contas, os judeus eram, orgulhosamente, o “povo escolhido”. O único povo que Deus chamara a cultuá-lo de modo especial. O resto? Bem, os estrangeiros (os goim) eram os cães...

O termo pejorativo e ofensivo se aplicava até mesmo aos soldados romanos que dominavam a Palestina imperial. Não havia escolha: ser judeu ou... o resto.

Pois é do mundo “de fora”, do mundo “sujo”, que surge esta mulher admirável. Vinha da antiga Fenícia, o litoral a oeste de Israel, onde Tiro e Sídon haviam acumulado os frutos do comércio internacional. A indústria da púrpura – corante extraído de um molusco abundante nas águas do Mediterrâneo – cobrira as praias de toneladas de carapaças malcheirosas, que acentuavam ainda mais a “impureza” ritual desses estrangeiros.

Quando a mulher se dirige a Jesus, sabe que está ultrapassando um limiar praticamente intransponível: as barreiras do preconceito. Pede pela libertação de sua filhinha, acossada pelo demônio. Num primeiro momento, Jesus se recusa, pois “o pão era apenas para os filhos”. A mulher insiste, com um misto de humildade e sabedoria: sabendo que não pertence ao povo escolhido, ela não pretende de modo algum o pão dos filhos. Quer apenas as sobras. As migalhas que caem da mesa – isto é o que ela pede para seu filhote.

Caem também as defesas do Mestre: “Mulher, grande é a tua fé! Seja conforme queres!” E de pronto a menina fica livre de seu mal.

Temos aqui uma lição para nossa vida prática? Somos cachorrinhos? Ou somos filhos, pelo Batismo? Se mesmo os cãezinhos acabam por receber alguma atenção do Senhor, que dizer de nós – convidados para o banquete da Eucaristia?

Aliás, cabem outras perguntas: sou frequente à mesa do Senhor? Dou valor a esse festim diariamente preparado para os filhos? Ou ando meio enfastiado, intoxicado por alimentos estranhos?

Seria terrível viver subnutrido, morrer de inanição, tornar-me pasto de demônios, quando o Pão de Vida me é oferecido por Cristo, todos os dias de minha vida!

Orai sem cessar: “Senhor, dá-nos sempre desse Pão!” (Jo 6,34)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
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