L Liturgia

Liturgia de 10 de setembro de 2018

SEGUNDA FEIRA – XXIII SEMANA DO TEMPO COMUM
(Verde, ofício do dia)

Antífona da entrada

 

- Vós sois justo, Senhor, e justa é a vossa sentença; tratai o vosso servo segundo a vossa misericórdia (Sl 118,137.124).

 

Oração do dia

 

- Ó Deus, Pai de bondade, que nos redimistes e adotastes como filhos e filhas, concedei aos que crêem em Cristo a verdadeira liberdade e a herança eterna. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

1ª Leitura: 1Cor 5,1-8

 

- Leitura da primeira carta de são Paulo aos Coríntios: Irmãos, 1é voz geral que está acontecendo, entre vós, um caso de imoralidade; e de imoralidade tal que nem entre os pagãos costuma acontecer: um dentre vós está convivendo com a própria madrasta. 2No entanto, estais inchados de orgulho, ao invés de vestirdes luto, a fim de que fosse tirado do meio de vós aquele que assim procede? 3Pois bem, embora ausente de corpo, mas presente em espírito, eu julguei, como se estivesse aí entre vós, esse tal que tem procedido assim: 4Em nome do Senhor Jesus — estando vós e eu espiritualmente reunidos com o poder do Senhor nosso, Jesus—, 5entregamos tal homem a Satanás, para a ruína da carne, a fim de que o espírito seja salvo, no dia do Senhor. 6Vós vos gloriais sem razão! Acaso ignorais que um pouco de fermento leveda a massa toda? 7Lançai fora o fermento velho, para que sejais uma massa nova, já que deveis ser sem fermento. Pois o nosso cordeiro pascal, Cristo, já está imolado. 8Assim, celebremos a festa, não com velho fermento, nem com fermento de maldade ou de perversidade, mas com os pães ázimos de pureza e de verdade.

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 5,5-6.7.12 (R: 9a)

 

- Na vossa justiça guiai-me, Senhor!

R: Na vossa justiça guiai-me, Senhor!


- Não sois um Deus a quem agrade a iniquidade, não pode o mau morar convosco; nem os ímpios poderão permanecer perante os vossos olhos.

R: Na vossa justiça guiai-me, Senhor!


- Detestais o que pratica a iniquidade e destruís o mentiroso. Ó Senhor, abominais o sanguinário, o perverso e enganador.

R: Na vossa justiça guiai-me, Senhor!


- Mas exulte de alegria todo aquele que em vós se refugia; sob a vossa proteção se regozijem, os que amam vosso nome!

R: Na vossa justiça guiai-me, Senhor!


Aclamação ao santo Evangelho

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

- Minhas ovelhas escutam minha voz, e eu as conheço e elas me seguem

(Jo 10,27).

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas: Lc 6,6-11

 

- O Senhor esteja convosco.

- Ele está no meio de nós.

 

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Lucas

- Glória a vós, Senhor!   

- Aconteceu num dia de sábado que 6Jesus entrou na sinagoga, e começou a ensinar. Aí havia um homem cuja mão direita era seca. 7Os mestres da Lei e os fariseus o observavam, para ver se Jesus iria curá-lo em dia de sábado, e assim encontrarem motivo para acusá-lo. 8Jesus, porém, conhecendo seus pensamentos, disse ao homem da mão seca: “Levanta-te, e fica aqui no meio”. Ele se levantou, e ficou de pé. 9Disse-lhes Jesus: “Eu vos pergunto: O que é permitido fazer no sábado: o bem ou o mal, salvar uma vida ou deixar que se perca?”  10Então Jesus olhou para todos os que estavam ao seu redor, e disse ao homem: “Estende a tua mão”. O homem assim o fez e sua mão ficou curada. 11Eles ficaram com muita raiva, e começaram a discutir entre si sobre o que poderiam fazer contra Jesus.

- Palavra da salvação.

- Glória a vós, Senhor!   

 

Liturgia comentada
Estende a mão! (Lc 6, 6-11)

A mão é inseparável da ação. Muitas vezes, a Bíblia pede que Deus erga seu braço, levante sua mão, isto é, entre em ação. Braços cruzados, mãos encolhidas, ao contrário, conotam a inatividade, a inércia de quem não se compromete e não quer tomar parte na ação.

No episódio deste Evangelho. Antes de curar o “homem de mão seca”, um deficiente físico, Jesus o convida a participar de sua própria cura: a mão estendida é o gesto de quem participa da ação. No mínimo, concorda com ela.

Comentando esta passagem, S. Ambrósio de Milão fala da importância de sair da inércia, do pequeno mundo de nossos interesses, e estender a mão ao próximo: “Estende-a muitas vezes, a favorecer ao teu próximo; defende de toda injúria aquele que vês sofrer sob o peso da calúnia, estende também tua mão ao pobre que te pede; estende-a também ao Senhor, pedindo-lhe o perdão dos teus pecados: é assim que tu deves estender a mão, é assim que se cura”.

A religião cristã é uma religião “social”: o encontro com Jesus Cristo conduz necessariamente a um estilo de vida centrífugo, quando saímos de nós mesmos na direção do outro. Depois de conviver com Cristo, o discípulo é enviado às aldeias e cidades, praças e encruzilhadas, para anunciar que o Reino está próximo. Sua missão não se extingue na pregação: “Curai os doentes, ressuscitai os mortos, purificai os leprosos, expulsai os demônios. Recebestes de graça, de graça dai!” (Mt 10, 8.)

Logo na abertura da Gaudium et Spes, a Constituição dogmática sobre a Igreja no mundo de hoje, o Concílio Vaticano II ensinava: “As alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias do homem de hoje, sobretudo dos pobres e de todos aqueles que sofrem, são também as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos discípulos de Cristo; e não há realidade humana que não encontre eco no seu coração”. (GS, 1.)

É uma distorção grave imaginar que a mensagem cristã seja algo desencarnado, uma trilha para o céu, que nada tem a ver com as realidades terrestres. Ao contrário, nosso “céu” é tecido com o barro nosso de cada dia. Se assim não fosse, o próprio Filho de Deus não teria assumido a nossa carne, trabalhando com as próprias mãos, convivendo asperamente com nossa humana realidade.

Quando chegou sua hora, também ele estendeu suas mãos. Deixou-se prender. Deixou-se crucificar. E nós? Estenderemos nossa mão?

 

Orai sem cessar: “Vós me tomastes pela mão...” (Sl 73 [72], 23)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
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