L Liturgia

Liturgia de 13 de setembro de 2018

QUINTA FEIRA – SÃO JOÃO CRISÓSTOMO – BISPO E DOUTOR
(Branco, pref. comum ou dos pastores – ofício da memória)

Antífona de entrada

 

- Velarei sobre as minhas ovelhas, diz o Senhor, chamarei um pastor que as conduza e serei o seu Deus (Ez 34,11.23).

 

Oração do dia

 

- Ó Deus, força dos que em vós esperam, que fizestes brilhar na vossa Igreja o bispo são João Crisóstomo por admirável eloquência e grande coragem nas provações, dai-nos seguir os seus ensinamentos e robustecer-nos com sua invencível fortaleza. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

1ª Leitura: 1Cor 8,1-7.11-13

 

- Leitura da primeira carta de são Paulo aos Coríntios: Irmãos, 1bo conhecimento incha, a caridade é que constrói. 2Se alguém acha que conhece bem alguma coisa, ainda não sabe como deveria saber. 3Mas se alguém ama a Deus, ele é conhecido por Deus! 4Quanto ao comer as carnes de animais sacrificados aos ídolos, nós sabemos que um ídolo não é nada no mundo, e que Deus é um só. 5É verdade que alguns são chamados deuses, no céu ou na terra, e muita gente pensa que existem muitos deuses e muitos senhores. 6Para nós, porém, existe um só Deus, o Pai, de quem vêm todos os seres e para quem nós existimos. E, ainda, para nós, existe um só Senhor, Jesus Cristo, pelo qual tudo existe, e nós também existimos por ele. 7Mas nem todos têm esse conhecimento. De fato, alguns habituados, até o presente, ao culto dos ídolos, comem da carne dos sacrifícios, como se ela fosse mesmo oferecida aos ídolos. E assim, a sua consciência, que é fraca, fica manchada.
11E então, por causa do teu conhecimento, perece o fraco, o irmão pelo qual Cristo morreu. 12Pecando, assim, contra os irmãos e ferindo a consciência deles, que é fraca, é contra Cristo que pecais. 13Por isso, se um alimento é ocasião de queda para meu irmão, nunca mais comerei carne, para não escandalizar meu irmão.

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 139,1-3.13-14ab.23-24 (R: 24b)

 

- Conduzi-me no caminho para a vida, ó Senhor!
R: Conduzi-me no caminho para a vida, ó Senhor!


- Senhor, vós me sondais e conheceis, sabeis quando me sento ou me levanto; de longe penetrais meus pensamentos, percebeis quando me deito e quando eu ando, os meus caminhos vos são todos conhecidos.

R: Conduzi-me no caminho para a vida, ó Senhor!


- Fostes vós que me formastes as entranhas, e no seio de minha mãe vós me tecestes. Eu vos louvo e vos dou graças, ó Senhor, porque de modo admirável me formastes! Que prodígio e maravilha as vossas obras!

R: Conduzi-me no caminho para a vida, ó Senhor!


- Senhor, sondai-me, conhecei meu coração, examinai-me e provai meus pensamentos! Vede bem se não estou no mau caminho, e conduzi-me no caminho para a vida!

R: Conduzi-me no caminho para a vida, ó Senhor!

Aclamação ao santo Evangelho.

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

- Se nós nos amarmos, irmãos, Deus vive unido conosco e, em nós, seu amor fica pleno! (1Jo 4,12).

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas: Lc 6,27-38

 

- O Senhor esteja convosco.

- Ele está no meio de nós.

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Lucas

- Glória a vós, Senhor!   

- Naquele tempo, falou Jesus aos seus discípulos: 27“A vós que me escutais, eu digo: Amai os vossos inimigos e fazei o bem aos que vos odeiam, 28bendizei os que vos amaldiçoam, e rezai por aqueles que vos caluniam. 29Se alguém te der uma bofetada numa face, oferece também a outra. Se alguém te tomar o manto, deixa-o levar também a túnica. 30Dá a quem te pedir e, se alguém tirar o que é teu, não peças que o devolva. 31O que vós desejais que os outros vos façam, fazei-o também vós a eles. 32Se amais somente aqueles que vos amam, que recompensa tereis? Até os pecadores amam aqueles que os amam. 33E se fazeis o bem somente aos que vos fazem os bem, que recompensa tereis? Até os pecadores fazem assim. 34E se emprestais somente àqueles de quem esperais receber, que recompensa tereis? Até os pecadores emprestam aos pecadores, para receber de volta a mesma quantia. 35Ao contrário, amai os vossos inimigos, fazei o bem e emprestai sem esperar coisa alguma em troca. Então, a vossa recompensa será grande, e sereis filhos do Altíssimo, porque Deus é bondoso também para com os ingratos e os maus. 36Sede misericordiosos, como também o vosso Pai é misericordioso. 37Não julgueis e não sereis julgados; não condeneis e não sereis condenados; perdoai, e sereis perdoados. 38Dai e vos será dado. Uma boa medida, calcada, sacudida, transbordante será posta no vosso colo; porque com a mesma medida com que medirdes os outros, vós também sereis medidos”.

- Palavra da salvação.

- Glória a vós, Senhor!

 

Liturgia comentada
Oferece a outra face... (Lc 6,27-38)

Mais uma vez, a doutrina do Senhor pode nos escandalizar. Então, eu sou agredido em uma face e Ele me pede para apresentar também a Outra?! Não tenho o direito legítimo de me defender do agressor? Bem, de fato, estamos aqui diante de uma situação que permite gradações de comportamento.

No tempo das cavernas, o agredido costumava revidar além da conta. Quase sempre, a vingança ia muito além da ofensa. Tanto que foi dada aos antigos a lei de Talião: “Olho por olho, dente por dente” (cf. Mt 5,38). Permitia-se a vingança, mas proporcional à ofensa sofrida. Sim, já era um progresso, pois, se dependesse de nossa capacidade de odiar e revidar, a quem nos furasse um olho, vazaríamos os dois; a quem nos quebrasse um único dente, arrancaríamos a dentadura inteira. Somos assim... Então, a “nova lei” de Moisés ao menos estabelecia certo equilíbrio entre o crime a punição.

Veio Jesus Cristo e corrigiu o velho adágio: “Eu, porém, vos digo: não resistais ao mau”. (Mt 5,39.) E não só ensinou assim, mas agiu de acordo com sua lição: cravado na cruz, rezava ao Pai em favor de seus agressores: “Pai, perdoai-lhes, porque não sabem o que fazem!” (Lc 23,34.) Estevão, o protomártir, repetiria a mesma atitude (cf. At 7,60. Maria Goretti, apunhalada seguidas vezes pelo jovem que tentava estuprá-la, perdoou-o antes de morrer.

Não deveríamos escandalizar-nos muito mais com esses exemplos do que com a lição do Mestre? Ou, quem sabe, escandalizar-nos com nossa facilidade em odiar e pedir vingança, com nossa dureza de coração?

Sim, existe o direito de defesa. O “Catecismo da Igreja Católica” (nº 2265) ensina: “A legítima defesa pode ser não somente um direito, mas um dever grave, para aquele que é responsável pela vida de outros. Preservar o bem comum da sociedade exige que o agressor seja impossibilitado de prejudicar a outrem. A este título os legítimos detentores da autoridade têm o direito de repelir pelas armas os agressores da comunidade civil pela qual são responsáveis”.

Este é o direito reconhecido. Mas não é forte o suficiente para nos levar a esquecer que Jesus recusou defender-se, aceitando a prisão e a morte injustas. Não sem, antes, ordenar a Pedro que embainhasse a espada, alertando-o: “todos os que tomam da espada morrerão pela espada”. (Mt 26,52.)

Orai sem cessar: “Procura a paz e vai atrás dela!” (Sl 34,15)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
This email address is being protected from spambots. You need JavaScript enabled to view it.