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Liturgia de 25 de outubro de 2018

QUINTA FEIRA – SANTO ANTÔNIO GALVÃO - PRESBÍTERO
(branco, pref. comum ou dos pastores - ofício da memória)

Antífona da entrada

 

- Eu vos darei pastores segundo o meu coração, que vos conduzam com inteligência e sabedoria (Jr 3,15).

 

Oração do dia

 

- Ó Deus, Pai de misericórdia, que fizestes do santo Antônio de Santana Galvão um instrumento de caridade e de paz no meio dos irmãos, concedei-nos, por sua intercessão, favorecer sempre a verdadeira concórdia. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

1ª Leitura: Ef 3,14-21

 

- Leitura da carta de são Paulo aos Efésio: Irmãos, 14eu dobro os joelhos diante do Pai, 15de quem toda e qualquer família recebe seu nome, no céu e sobre a terra. 16Que ele vos conceda, segundo a riqueza de sua glória, serdes robustecidos, por seu Espírito, quanto ao homem interior, 17que ele faça habitar, pela fé, Cristo em vossos corações, que estejais enraizados e fundados no amor. 18Tereis assim a capacidade de compreender, com todos os santos, qual a largura, o comprimento, a altura, a profundidade, 19e de conhecer o amor de Cristo, que ultrapassa todo o conhecimento, a fim de que sejais cumulados até receber toda a plenitude de Deus. 20Àquele que tudo pode realizar superabundantemente, e muito mais do que nós pedimos ou concebemos, e cujo poder atua em nós, 21a ele glória, na Igreja e em Jesus Cristo, por todas as gerações, para sempre. Amém.

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 33,1-2.4-5.11-12.18-19 (R: 5b)

 

- Transborda em toda a terra a bondade do Senhor!

R: Transborda em toda a terra a bondade do Senhor!


- Ó justos, alegrai-vos no Senhor! Aos retos fica bem glorificá-lo. Dai graças ao Senhor ao som da harpa, na lira de dez cordas celebrai-o!

R: Transborda em toda a terra a bondade do Senhor!


- Pois reta é a palavra do Senhor, e tudo o que ele faz merece fé. Deus ama o direito e a justiça, transborda em toda a terra a sua graça.

R: Transborda em toda a terra a bondade do Senhor!


- Mas os desígnios do Senhor são para sempre, e os pensamentos que ele traz no coração, de geração em geração, vão perdurar. Feliz o povo cujo Deus é o Senhor, e a nação que escolheu por sua herança!

R: Transborda em toda a terra a bondade do Senhor!


- Mas o Senhor pousa o olhar sobre os que o temem, e que confiam esperando em seu amor, para da morte libertar as suas vidas e alimentá-los quando é tempo de penúria.

R: Transborda em toda a terra a bondade do Senhor!

Aclamação ao santo Evangelho

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

- Eu tudo considero como perda e como lixo a fim de eu ganhar Cristo e ser achado nele! (Fl 3,8).

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas: Lc 12,49-53

 

- O Senhor esteja convosco.

- Ele está no meio de nós.

 

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Lucas

- Glória a vós, Senhor!   

- Naquele tempo disse Jesus aos seus discípulos: 49“Eu vim para lançar fogo sobre a terra, e como gostaria que já estivesse aceso! 50Devo receber um batis­mo, e como estou ansioso até que isto se cumpra!  51Vós pensais que eu vim trazer a paz sobre a terra? Pelo contrário, eu vos digo, vim trazer a divisão. 52Pois, daqui em diante, numa família de cinco pessoas, três ficarão divididas contra duas e duas contra três; 53ficarão divididos: o pai contra o filho e o filho contra o pai; a mãe contra a filha e a filha contra a mãe; a sogra contra a nora e a nora contra a sogra”.

- Palavra da salvação.

- Glória a vós, Senhor!

  

Liturgia comentada
Fogo sobre a Terra... (Lc 12,49-53)

O simbolismo do fogo sempre acompanhou as manifestações divinas. Foi a sarça em fogo que atraiu Moisés para o encontro com o Senhor Yahweh (cf. Ex 3). A experiência de Deus acende braseiros no coração do adorador, como anotou o salmista: “Meu coração queimava dentro de mim, / ao meditar nisto o fogo se inflamava”. (Sl 39,4) Mais recentemente, São Serafim de Sarov saía de seu tempo de oração despedindo chispas de fogo.

Na manhã de Pentecostes, quando se cumpriu a promessa do Pai, com a vinda do Espírito Santo sobre o primeiro grupo da Igreja (cf. At 2), o ruído do Vento divino se fez acompanhar de línguas de fogo, “que se repartiram pousaram sobre cada um deles”.

De que fogo falava Jesus, quando anunciava um incêndio a ser ateado no planeta? Eis a resposta de Urs von Balthasar:

“O fogo que, no Evangelho, Jesus veio lançar sobre a terra, é o fogo do amor divino que deve envolver os homens. É a partir da cruz, o temido batismo, que ele começará a arder. Mas não são todos – longe disso! – que se deixarão tomar pela exigência absoluta desse fogo, se bem que este amor, que amaria, e assim o poderia, conduzir os homens à unidade, divide-os por causa de sua resistência.

Mais nítida e inexoravelmente que antes de Cristo, a humanidade se dividirá em dois reinos ou agrupamento de Estados, que Agostinho chama a “Cidade de Deus”, dominada pelo amor, e a “Cidade deste mundo”, dominada pela cobiça.

Jesus mostra que a divisão corta ao meio os vínculos familiares mais estreitos e, segundo a descrição de São Paulo, passa até mesmo pelo coração, onde a carne luta contra o espírito (cf. Gl 5,17), e o “homem infeliz” não faz o ele desejaria, mas faz aquilo que, no fundo, ele aborrece.

Portanto, isto não é – nem para Jesus, nem para Paulo – uma trágica fatalidade; é um combate que deve ser mantido até a vitória: o amor e o ódio não são dois princípios igualmente eternos (como o pensavam os maniqueus), mas nós podemos “vencer o mal pelo bem” (Rm 12,21). E é para isto que nós recebemos a graça divina.”

Afinal, que é um santo, senão uma pessoa que se aproximou de Deus e se deixou queimar?

Orai sem cessar: “Parecia um fogo a queimar-me por dentro...” (Jr 20,9)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
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