L Liturgia

Liturgia de 07 de novembro de 2018

QUARTA FEIRA – XXXI SEMANA DO TEMPO COMUM
(Verde - ofício do dia da )

Antífona da entrada

 

- Não me abandoneis jamais, Senhor, meu Deus, não fiqueis longe de mim! Depressa, vinde em meu auxílio, ó Senhor, minha salvação! (Sl 37,22).

 

Oração do dia

 

- Ó Deus de poder e misericórdia, que concedeis a vossos filhos e filhas a graça de vos servir como devem, fazei que corramos livremente ao encontro das vossas promessas. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

1ª Leitura: Fl 2,12-18

 

- Leitura da carta de são Paulo aos Filipenses: 12Meus queridos, como sempre fostes obedientes, não só em minha presença, mas ainda mais agora na minha ausência, trabalhai para a vossa salvação, com temor e tremor. 13Pois é Deus que realiza em vós tanto o querer como o fazer, conforme o seu desígnio benevolente. 14Fazei tudo sem reclamar ou murmurar, 15para que sejais livres de repreensão e ambiguidade, filhos de Deus sem defeito, no meio desta geração depravada e pervertida, na qual brilhais como os astros no universo. 16Conservai com firmeza a palavra da vida. Assim, no dia de Cristo, terei a glória de não ter corrido em vão, nem trabalhado inutilmente. 17E ainda que eu seja oferecido em libação, no sacrifício que é o sagrado serviço de vossa fé, fico feliz e alegro-me com todos vós. 18Vós também, alegrai-vos pelo mesmo motivo e congratulai-vos comigo.

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 27, 1.4.13-14 (R: 1a)

 

- O Senhor é minha luz e salvação!

R: O Senhor é minha luz e salvação!


- O Senhor é minha luz e salvação; de quem eu terei medo? O Senhor é a proteção da minha vida; perante quem eu tremerei?

R: O Senhor é minha luz e salvação!


- Ao Senhor eu peço apenas uma coisa, e é só isto que eu desejo: habitar no santuário do Senhor por toda a minha vida; saborear a suavidade do Senhor e contemplá-lo no seu templo.

R: O Senhor é minha luz e salvação!


- Sei que a bondade do Senhor eu hei de ver na terra dos viventes. Espera no Senhor e tem coragem, espera no Senhor!

R: O Senhor é minha luz e salvação!

 

 Aclamação ao santo Evangelho

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

- Felizes sereis vós se fordes ultrajados por causa de Jesus, pois repousa sobre vós o Espírito de Deus (1Pd 4,14).

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas: Lc 14,25-33

 

- O Senhor esteja convosco.

- Ele está no meio de nós.

 

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Lucas

- Glória a vós, Senhor!   

- Naquele tempo, 25grandes multidões acompanhavam Jesus. Voltando-se, ele lhes disse: 26“Se alguém vem a mim, mas não se desapega de seu pai e sua mãe, sua mulher e seus filhos, seus irmãos e suas irmãs e até da sua própria vida, não pode ser meu discípulo. 27Quem não carrega a sua cruz e não caminha atrás de mim, não pode ser meu discípulo. 28Com efeito: qual de vós, querendo construir uma torre, não se senta primeiro e calcula os gastos, para ver se tem o suficiente para terminar? Caso contrário, 29ele vai lançar o alicerce e não será capaz de acabar. E todos os que virem isso começarão a caçoar, dizendo: 30‘Este homem começou a construir e não foi capaz de acabar!’ 31Ou ainda: Qual rei que, ao sair para guerrear com outro, não se senta primeiro e examina bem se com dez mil homens poderá enfrentar o outro que marcha contra ele com vinte mil? 32Se ele vê que não pode, enquanto o outro rei ainda está longe, envia mensageiros para negociar as condições de paz. 33Do mesmo modo, portanto, qualquer um de vós, se não renunciar a tudo o que tem, não pode ser meu discípulo!”

- Palavra da salvação.

- Glória a vós, Senhor!   

 

Liturgia comentada
Se não renunciar... (Lc 14,25-33)

Em sua missão salvífica, Jesus Cristo viveu permanente renúncia, desde sua “kênosis” (cf. Fl 2,6ss), abrindo mão de seus privilégios divinos, até a vida de pobreza, de cansaços, de perseguições, culminando com sua paixão e morte na cruz. Jesus sabe muito bem que salvação e cruz são inseparáveis. Por isso mesmo, alerta aos eventuais seguidores: “Quem não carrega sua cruz não pode ser meu discípulo”.

Os autores espirituais falam da “acídia” ou preguiça espiritual que acaba afastando o cristão de sua missão e da comunhão com Cristo. Em sua obra “As Três Idades da Vida Interior”, o Pe. Garrigou-Lagrange comenta:

“A preguiça espiritual ou acídia é de fato, como o mostram São Gregório e Santo Tomás, um pecado capital, princípio de muitos outros. Por quê? Porque o homem busca consolações corporais para fugir da tristeza e do desgosto que lhe inspiram as coisas espirituais, devido à renúncia e ao trabalho sobre si mesmo que elas exigem. Como diz Aristóteles, ‘ninguém pode permanecer por muito tempo na tristeza sem nenhuma alegria’, e então, aquele que, por sua negligência e preguiça, se priva de toda alegria espiritual, não tarda a procurar por prazeres inferiores.

Desde então, o desgosto das coisas espirituais e do trabalho da santificação, pecado diretamente contrário ao amor de Deus e à santa alegria que dele resulta, tem consequência desastrosas. Quando a vida não se eleva para Deus, ela desce ou cai na má tristeza que deixa a alma pesada. Dai nasce, diz São Gregório, loc. cit., a malícia, e não somente a fraqueza, o rancor em relação ao próximo, a pusilanimidade diante do dever a cumprir, o desânimo, o torpor espiritual ao ponto de esquecer os preceitos e, finalmente, a dissipação do espírito e a busca por coisas proibidas. A procura pelas coisas proibidas manifesta-se pela exteriorização da vida, pela curiosidade, a verbosidade, a inquietação, a instabilidade e a agitação estéril. “Chega-se, assim, à cegueira do espírito e ao enfraquecimento progressivo da vontade.”

De início, mesmo os apóstolos estiveram enganados acerca do Reino que Jesus vinha estabelecer na terra. Houve busca de privilégios e disputa por honrarias (cf. Mc 10,35ss). O próprio Pedro, de certo modo, cobrava de Jesus alguma renúncia que o grupo tinha assumido (cf. Lc 18,28). Foi muito difícil para eles encarar o realismo da cruz.

A vida dos santos e as escolhas que eles fizeram devem servir-nos de modelo ao optar por determinado estilo de vida. Imersos em uma sociedade que venera o luxo e adora o dinheiro, não seremos fiéis ao Evangelho sem as renúncias de cada dia.

Orai sem cessar: “Quem semeia entre lágrimas colherá com alegria”. (Sl 126,5)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
This email address is being protected from spambots. You need JavaScript enabled to view it.