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Liturgia de 08 de janeiro de 2019

TERÇA FEIRA - SEMANA DA EPIFANIA
(branco, pref. da Epifania - ofício do dia)

Antífona da entrada

 

- Bendito o que vem em nome do Senhor: Deus é o Senhor, ele nos ilumina.

(Sl 117, 26).

Oração do dia

- Ó Deus,cujo Filho unigênito se manifestou na realidade da nossa carne, concedei que, reconhecendo sua humanidade semelhante à  nossa, sejamos interiormente transformados por ele. Que convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo.

1ª Leitura: 1 Jo 4, 7-10

 

- Leitura da primeira carta de são João – Caríssimos: 7amemo-nos uns aos outros, porque o amor vem de Deus e todo aquele que ama nasceu de Deus e conhece Deus. 8Quem não ama não chegou a conhecer Deus, pois Deus é amor. 9Foi assim que o amor de Deus se manifestou entre nós: Deus enviou o seu Filho único ao mundo, para que tenhamos vida por meio dele. 10Nisto consiste o amor: não fomos nós que amamos a Deus, mas foi ele que nos amou e enviou o seu Filho como vítima de reparação pelos nossos pecados.


- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 72, 1-2.3-4ab.7-8 (R: 11)

- Os reis de toda a terra hão de adorar-vos, ó Senhor!

R: Os reis de toda a terra hão de adorar-vos, ó Senhor!


- Dai ao Rei vossos poderes, Senhor Deus, vossa justiça ao descendente da realeza! Com justiça ele governe o vosso povo, com equidade ele julgue os vossos pobres.

R: Os reis de toda a terra hão de adorar-vos, ó Senhor!


- Das montanhas venha a paz a todo o povo, e desça das colinas a justiça!

Este Rei defenderá os que são pobres, os filhos dos humildes salvará.

R: Os reis de toda a terra hão de adorar-vos, ó Senhor!


- Nos seus dias a justiça florirá e grande paz, até que a lua perca o brilho! De mar a mar estenderá o seu domínio, e desde o rio até os confins de toda a terra!

R: Os reis de toda a terra hão de adorar-vos, ó Senhor!

Aclamação ao santo Evangelho

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

 - O Espírito do Senhor repousa sobre mim e enviou-me a anunciar aos pobres o evangelho (Lc 4,18).

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Marcos: Mc 6, 34- 44

 

- O Senhor esteja convosco.

- Ele está no meio de nós.

 

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Marcos.

- Glória a vós, Senhor!  


- Naquele tempo, 34Jesus viu uma numerosa multidão e teve compaixão, porque eram como ovelhas sem pastor. Começou, pois, a ensinar-lhes muitas coisas. 35Quando estava ficando tarde, os discípulos chegaram perto de Jesus e disseram: “Este lugar é deserto e já é tarde. 36Despede o povo para que possa ir aos campos e povoados vizinhos comprar alguma coisa para comer”. 37Mas Jesus respondeu: “Dai-lhes vós mesmos de comer”. Os discípulos perguntaram: “Queres que gastemos duzentos denários para comprar pão e dar-lhes de comer?” 38Jesus perguntou: “Quantos pães tendes? Ide ver”. Eles foram e responderam: “Cinco pães e dois peixes”. 39Então Jesus mandou que todos se sentassem na grama verde, formando grupos. 40E todos se sentaram, formando grupos de cem e de cinquenta pessoas. 41Depois Jesus pegou os cinco pães e dois peixes, ergueu os olhos para o céu, pronunciou a bênção, partiu os pães e ia dando aos discípulos, para que os distribuíssem. Dividiu entre todos também os dois peixes. 42Todos comeram, ficaram satisfeitos, 43e recolheram doze cestos cheios de pedaços de pão e também dos peixes. 44O número dos que comeram os pães era de cinco mil homens.

- Palavra da salvação.

- Glória a vós, Senhor!

  

Liturgia comentada
Só temos cinco pães... (Mc 6,34-44)

É imensa a multidão. E tem fome. Jesus contempla a paisagem da penúria humana e vê que são como ovelhas sem pastor. Logo ele, Jesus, que se apresenta como “o bom Pastor”...

Não admira que o Mestre recuse a sugestão dos discípulos: despedir os que o seguiam e mandá-los de volta com fome. Jesus tem outra solução: “Dai-lhes vós mesmos de comer!”

“Dar o quê?” – perguntam os discípulos. “Não temos mais que cinco pães!” Fica bem claro que o problema é da Igreja. O problema é “nosso”. Não temos o direito de voltar as costas à multidão que tem fome, seja do pão de trigo, seja do Pão da Palavra.

Hébert Roux comenta a passagem: “Por esta ordem dirigida aos discípulos, Jesus indica claramente que ele leva a sério a miséria material do mundo, tanto quanto sua angústia espiritual”. Ele não permite à Igreja deixar de lado as questões práticas e se desembaraçar dos problemas apresentados por alguma situação econômica. Tampouco permite justificar sua inação por sua impotência e pobreza, dizendo: ‘Só temos cinco pães e dois peixes’.

Menos ainda, Jesus sugere uma solução humana, uma nova organização da sociedade que viesse suprimir ou resolver a questão do pão. “Numa palavra, Jesus se mantém igualmente afastado de um espiritualismo ignorante das realidades humanas, e de um messianismo terrestre e carnal que, sob o pretexto de aplicação e de realizações concretas, desconhecesse a realidade da graça que existe em Cristo”.

Aí estão bem nítidas as duas tentaçõ

es que frequentam nossas comunidades: de um lado, viver um cristianismo aéreo, nefelibata, dirigido a homens sem corpo e sem fome; de outro lado, um cristianismo que conta apenas com o suor e o compromisso socioeconômico para socorrer a multidão sem pastor, como se Deus fosse alheio e indiferente.

Se Jesus aproveita a miserável contribuição humana – cinco pães e dois peixes – para saciar a multidão faminta, também é verdade que sua intervenção pessoal supera toda expectativa possível a partir da mesma contribuição. Assim aprendemos a contar com a Graça de Deus. Só ela possui o poder e o dinamismo para transformar – desde já – o panorama de uma humanidade faminta.

Orai sem cessar: “Senhor, tu preparas uma mesa para mim...” (Sl 23,5)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
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