L Liturgia

Liturgia de 22 de janeiro de 2019

TERÇA FEIRA DA II SEMANA COMUM
(verde, ofício do dia)

Antífona da entrada

 

- Que toda a terra se prostre diante de vós, ó Deus, e cante louvores ao vosso nome, Deus altíssimo!  (Sl 65, 4).

Oração do dia

 

- Deus eterno e todo-poderoso, que governais o céu e a terra, escutai com bondade as preces do vosso povo e dai ao nosso tempo a nossa paz. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo.

1ª Leitura: Hb 6,10-20

 

- Leitura da carta aos Hebreus. Irmãos, 10Deus não é injusto, para esquecer aquilo que estais fazendo e a caridade que demons­trastes em seu nome, servindo e continuando a servir aos santos. 11Mas desejamos que cada um de vós mostre até o fim este mesmo empenho pela plena realização da esperança, 12para não serdes lentos à compreensão, mas imitadores daqueles que, pela fé e a perseverança se tornam herdeiros das promessas. 13Pois quando Deus fez a promessa a Abraão, não havendo alguém maior por quem jurar, jurou por si mesmo, 14dizendo: “Eu te cumularei de bênçãos e te multiplicarei em grande número”. 15E assim, Abraão foi perseverante e alcançou a promessa. 16Os homens juram, de fato, por alguém mais importante, e a garantia do juramento põe fim a qualquer contestação. 17Por isso, querendo Deus mostrar, com mais firmeza, aos herdeiros da promessa, o caráter irrevogável da sua decisão, interveio com um juramento. 18Assim, por meio de dois atos irrevogáveis, nos quais não pode haver mentira por parte de Deus, encontramos profunda consolação, nós que tudo deixamos para conseguir a esperança proposta. 19A esperança, com efeito, é para nós qual âncora da vida, segura e firme, penetrando para além da cortina do santuário, 20aonde Jesus entrou por nós, como precursor, feito sumo sacerdote eterno na ordem de Melqui­sedec.

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 111, 1-2.4-5.9.10c (R: 5b)

- O Senhor se lembra sempre da Aliança.

R: O Senhor se lembra sempre da Aliança.


- Eu agradeço a Deus de todo o coração junto com todos os seus justos reunidos! Que grandiosas são as obras do Senhor, elas merecem todo o amor e admiração!

R: O Senhor se lembra sempre da Aliança.


- O Senhor bom e clemente nos deixou a lembrança de suas grandes maravilhas. Ele dá o alimento aos que o temem e jamais esquecerá sua Aliança.

R: O Senhor se lembra sempre da Aliança.


- Enviou libertação para o seu povo, confirmou sua Aliança para sempre. Seu nome é santo e é digno de respeito. Permaneça eternamente o seu louvor.

R: O Senhor se lembra sempre da Aliança.


Aclamação ao santo Evangelho

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

 - Que o Pai do Senhor Jesus Cristo vos dê do saber o Espírito Santo; para que conheçais a esperança, reservada para vós como herança!  (Ef 1,17).

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Marcos: Mc 2, 23-28

 

- O Senhor esteja convosco.

- Ele está no meio de nós.

 

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Marcos.

- Glória a vós, Senhor!  


-
23Jesus estava passando por uns campos de trigo, em dia de sábado. Seus discípulos começaram a arrancar espigas, enquanto caminhavam. 24Então os fariseus disseram a Jesus: “Olha! Por que eles fazem em dia de sábado o que não é permitido?” 25Jesus lhes disse: “Por acaso, nunca lestes o que Davi e seus companheiros fizeram quando passaram necessidade e tiveram fome? 26Como ele entrou na casa de Deus, no tempo em que Abiatar era sumo sacerdote, comeu os pães oferecidos a Deus, e os deu também aos seus companheiros? No entanto, só aos sacerdotes é permitido comer esses pães”. 27E acrescentou: “O sábado foi feito por causa  do homem, e não o homem para o sábado. 28Portanto, o Filho do Homem é senhor também do sábado”.

- Palavra da salvação.

- Glória a vós, Senhor!

 

Liturgia comentada
O que fez Davi... (Mc 2,23-28)

Quem era Davi? Era o rei “segundo o coração de Deus” (cf. 1Sm 13,14; At 13,22). E que fez Davi? Comeu e distribuiu a seus companheiros os pães consagrados do Templo, que somente aos sacerdotes era permitido comer. Que foi que o moveu? A fome, isto é, a convicção de que a vida vale mais que normas rituais. Davi mereceria ser criticado ou mesmo punido?

Eis o comentário de Urs von Balthasar:

“Enquanto os discípulos são repreendidos por arrancarem espigas do trigal em pleno sábado, para se alimentarem, Jesus, no Evangelho, corrige aqueles que repreendem seus discípulos: se o sábado é o dia de Deus, existem ações queridas por Deus e que se podem realizar no dia de sábado. Ele dá o exemplo de Davi, que comeu com seus companheiros os pães consagrados que, normalmente, só os sacerdotes tinham o direito de comer. Em outra passagem, Jesus lembra que damos de beber aos animais em dia de sábado (cf. Lc 13,15), ou que retiramos do poço uma criança ou animal que nele caiu (cf. Lc 14,5).”

“Agindo assim – continua o teólogo – o homem não trabalha para si mesmo, mas cumpre o divino mandamento do amor. E como Jesus veio proclamar este mandamento como o mandamento supremo, ele é ‘senhor até do sábado’. É assim que Jesus cura em dia de sábado um homem com a mão seca, porque ele age no espírito da graça divina, que cura gratuitamente, e deste modo honra a Deus no seu dia.”

Para os formalistas de plantão, é um tapa na cara. Por isso mesmo, decidem ali mesmo a futura morte de Jesus Cristo.

O mesmo teólogo – um dos mais respeitados no pós-Concílio – ainda observa que o dia consagrado a Deus não significa apenas que o homem não pode trabalhar nesse dia, mas que todo o ser e o agir humanos devem ser nele realizados como consagrados ao Senhor. Ficar indiferente às necessidades humanas em nome da aplicação fria do preceito não corresponde aos desígnios de Deus.

Aliás, no dia de sábado (ou no domingo dos cristãos) Deus não deixa de criar, ordenar e inspirar toda a Criação, pois, afirma o Filho, “meu Pai trabalha sempre, e eu também trabalho” (Jo 5,17).

Quando deixaremos de usar normas e preceitos para nos eximirmos de fazer o bem?

Orai sem cessar: “Estou convosco todos os dias...” (Mt 28,20)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
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