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Liturgia de 24 de janeiro de 2019

QUINTA FEIRA - SÃO FRANCISCO DE SALLES - BISPO E DOUTOR
(branco, pref. comum ou dos pastores - ofício da memória)

Antífona da entrada

- Farei surgir um sacerdote fiel, que agirá segundo o meu coração e a minha vontade, diz o Senhor (1Sm 2,35).

 Oração do dia

- Ó Deus, para a salvação da humanidade, quisestes que são Francisco de Sales se fizesse tudo para todos; concedei que, a seu exemplo, manifestemos sempre a mansidão do vosso amor no serviço a nossos irmãos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

1ª Leitura: Hb 7,25-8,6


- Leitura da carta aos Hebreus: Irmãos, 25Jesus é capaz de salvar para sempre aqueles que, por seu intermédio, se aproximam de Deus. Ele está sempre vivo para interceder por eles. 26Tal é precisamente o sumo sacerdote que nos convinha: santo, inocente, sem mancha, separado dos pecadores e elevado acima dos céus. 27Ele não precisa, como os sumos sacerdotes, oferecer sacrifícios em cada dia, primeiro por seus próprios pecados e depois pelos do povo. Ele já o fez uma vez por todas, oferecendo-se a si mesmo. 28A Lei, com efeito, constituiu sumos sacerdotes sujeitos à fraqueza, enquanto a palavra do juramento, que veio depois da Lei, constituiu alguém que é Filho, perfeito para sempre. 8,1O tema mais importante da nossa exposição é este: temos um sumo sacerdote tão grande, que se assentou à direita do trono da majestade, nos céus. 2Ele é ministro do Santuário e da Tenda verdadeira, armada pelo Senhor e não por mão humana. 3Todo sumo sacerdote, com efeito, é constituído para oferecer dádivas e sacrifícios; portanto, é necessário que tenha algo a oferecer. 4Na verdade, se Cristo estivesse na terra, não seria nem mesmo sacerdote, pois já existem os que oferecem dádivas de acordo com a Lei. 5Estes celebram um culto que é cópia e sombra das realidades celestes, como foi dito a Moisés, quando estava para executar a construção da Tenda. “Vê, faze tudo segundo o modelo que te foi mostrado sobre a montanha”. 6Agora, porém, Cristo possui um ministério superior. Pois ele é o mediador de uma aliança bem melhor, baseada em promessas melhores.

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 40,7-8a.8b-9.10.17 (R: 8a.9a)

- Eis que venho fazer, com prazer, a vossa vontade, Senhor!

R: Eis que venho fazer, com prazer, a vossa vontade, Senhor!


- Sacrifício e oblação não quisestes, mas abristes, Senhor, meus ouvidos; não pedistes ofertas nem vítimas, holocaustos por nossos pecados, e então eu vos disse: “Eis que venho!”

R: Eis que venho fazer, com prazer, a vossa vontade, Senhor!


- Sobre mim está escrito no livro: “Com prazer faço a vossa vontade, guardo em meu coração vossa lei!”

R: Eis que venho fazer, com prazer, a vossa vontade, Senhor!


- Boas novas de vossa justiça anunciei numa grande assembleia; vós sabeis: não fechei os meus lábios!

R: Eis que venho fazer, com prazer, a vossa vontade, Senhor!


- Mas se alegre e em vós rejubile todo ser que vos busca, Senhor! Digam sempre: “É grande o Senhor!” os que buscam em vós seu auxílio.

R: Eis que venho fazer, com prazer, a vossa vontade, Senhor!

 

Aclamação ao santo Evangelho

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

- Jesus Cristo salvador destruiu o mal e a morte, fez brilhar pelo Evangelho a luz e a vida imperecíveis (2Tm 1,10).

Aleluia, aleluia, aleluia.

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Marcos: Mc 3, 7-12


- O Senhor esteja convosco.

- Ele está no meio de nós.

 

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Marcos.

- Glória a vós, Senhor!

- Naquele tempo, 7Jesus se retirou para a beira do mar, junto com seus discípulos. Muita gente da Galileia o seguia. 8E também muita gente da Judeia, de Jerusalém, da Idumeia, do outro lado do Jordão, dos territórios de Tiro e Sidônia, foi até Jesus, porque tinham ouvido falar de tudo o que ele fazia. 9Então Jesus pediu aos discípulos que lhe providenciassem uma barca, por causa da multidão, para que não o comprimisse. 10Com efeito, Jesus tinha curado muitas pessoas, e todos os que sofriam de algum mal jogavam-se sobre ele para tocá-lo. 11Vendo Jesus, os espíritos maus caíam a seus pés, gritando: “Tu és o Filho de Deus!” 12Mas Jesus ordenava severamente para não dizerem quem ele era.

- Palavra da salvação.

- Glória a vós, Senhor!

 

  

Liturgia comentada
Veio a ele muita gente... (Mc 3,7-12)

Neste Evangelho, estamos diante de uma constante na vida de Jesus: a atração sobre as multidões. Aqui e ali, os doutores da Lei e a casta sacerdotal dos judeus manifestam um misto de admiração e ciúme diante desse magnetismo de um simples galileu. Frei Inácio Larrañaga comenta:

“Era um espetáculo ver o Messias dos pobres rodeado de enfermos e esquecidos, perambulando de comarca em comarca, aproximando-se dos mais necessitados, falando a pequenos grupos, dirigindo-se a grandes massas, derramando misericórdia e compaixão, sempre ao ar livre ou no interior das sinagogas e domicílios particulares, confirmando sua mensagem com intervenções milagrosas.” (El pobre de Nazaret)

Seria simplificar a questão atribuir a presença da multidão apenas à expectativa de curas e milagres. Havia algo em Jesus, algo humanamente inexplicável, no fundo dessa atração irresistível. “Ninguém jamais falou como este homem!” (Jo 7,46) – exclamaram os guardas enviados a detê-lo e voltando de mãos vazias...

O que explica esse poder de sedução? Seria a misericórdia? Seria a capacidade de amar? Eis o que escreve o Papa Francisco:

“Agora este amor tornou-se visível e palpável em toda a vida de Jesus. A sua pessoa não é senão amor, um amor que se dá gratuitamente. O seu relacionamento com as pessoas, que se abeiram d’Ele, manifesta algo de único e irrepetível. Os sinais que realiza, sobretudo para com os pecadores, as pessoas pobres, marginalizadas, doentes e atribuladas, decorrem sob o signo da misericórdia. Tudo n’Ele fala de misericórdia. N’Ele, nada há que seja desprovido de compaixão.

Vendo que a multidão de pessoas que O seguia estava cansada e abatida, Jesus sentiu, no fundo do coração, uma intensa compaixão por elas (cf. Mt 9,36). Em virtude deste amor compassivo, curou os doentes que Lhe foram apresentados (cf. Mt 14,14) e, com poucos pães e peixes, saciou grandes multidões (cf. Mt 15, 37). “Em todas as circunstâncias, o que movia Jesus era apenas a misericórdia, com a qual lia no coração dos seus interlocutores e dava resposta às necessidades mais autênticas que tinham.” (Misericordiae Vultus)

Depois disso, já não podemos nos desculpar: “Somos poucos, mas bons”. Se fôssemos bons, talvez fôssemos muitos...

Orai sem cessar: “Todas as veredas do Senhor são misericórdia!” (Sl 25,10)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
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