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Liturgia de 30 de janeiro de 2019

QUARTA FEIRA DA III SEMANA COMUM 
(verde, ofício do dia)

Antífona da entrada

 

- Cantai ao Senhor um canto novo, cantai ao Senhor, ó terra inteira; esplendor majestade e beleza brilham no seu templo santo  (Sl 95, 1.6).

Oração do dia

 

- Deus eterno e todo-poderoso, dirigi a nossa vida segundo o vosso amor, para que possamos, em nome do vosso Filho, frutificar em boas obras. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo.

1ª Leitura: Hb 10,11-18

- Leitura da carta aos Hebreus: 11Todo sacerdote se apresenta diariamente para celebrar o culto, oferecendo muitas vezes os mesmos sacrifícios, incapazes de apagar os pecados. 12Cristo, ao contrário, depois de ter oferecido um sacrifício único pelos pecados, sentou-se para sempre à direita de Deus. 13Não lhe resta mais senão esperar até que seus inimigos sejam postos debaixo de seus pés. 14De fato, com esta única oferenda, levou à perfeição definitiva os que ele santifica. 15É isto que também nos atesta o Espírito Santo, porque, depois de ter dito: 16“Eis a aliança que farei com eles, depois daqueles dias”, o Senhor declara: “Pondo as minhas leis nos seus corações e inscrevendo-as na sua mente, 17não me lembrarei mais dos seus pecados, nem das suas iniquidades”. 18Ora, onde existe o perdão, já não se faz oferenda pelo pecado.

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 110,1.2.3.4 (R: 4bc)

- Tu és sacerdote eternamente segundo a ordem do rei Melquisedec!

R: Tu és sacerdote eternamente segundo a ordem do rei Melquisedec!


- Palavra do Senhor ao meu Senhor: “Assenta-te ao lado meu direito até que eu ponha os inimigos teus como escabelo por debaixo de teus pés!”

R: Tu és sacerdote eternamente segundo a ordem do rei Melquisedec!


- O Senhor estenderá desde Sião vosso cetro de poder, pois Ele diz: “Domina com vigor teus inimigos;

R: Tu és sacerdote eternamente segundo a ordem do rei Melquisedec!


- tu és príncipe desde o dia em que nasceste; na glória e esplendor da santidade, como o orvalho, antes da aurora, eu te gerei!”.

R: Tu és sacerdote eternamente segundo a ordem do rei Melquisedec!


- Jurou o Senhor e manterá sua palavra: “Tu és sacerdote eternamente, segundo a ordem do rei Melquisedec!.

R: Tu és sacerdote eternamente segundo a ordem do rei Melquisedec!

 

Aclamação ao santo Evangelho

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

 - Semente é de Deus a palavra, Cristo é o semeador; todo aquele que o encontra, vida eterna encontrou.

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Marcos: Mc 4,1-20

 

- O Senhor esteja convosco.

- Ele está no meio de nós.

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Marcos

- Glória a vós, Senhor!  


-
Naquele tempo, 1Jesus começou a ensinar de novo às margens do mar da Galileia. Uma multidão muito grande se reuniu em volta dele, de modo que Jesus entrou numa barca e se sentou, enquanto a multidão permanecia junto às margens, na praia. 2Jesus ensinava-lhes muitas coisas em parábolas. E, em seu ensinamento, dizia-lhes: 3“Escutai! O semeador saiu a semear. 4Enquanto semeava, uma parte da semente caiu à beira do caminho; vieram os pássaros e a comeram. 5Outra parte caiu em terreno pedregoso, onde não havia muita terra; brotou logo, porque a terra não era profunda, 6mas, quando saiu o sol, ela foi queimada; e, como não tinha raiz, secou. 7Outra parte caiu no meio dos espinhos; os espinhos cresceram, a sufocaram, e ela não deu fruto. 8Outra parte caiu em terra boa e deu fruto, que foi crescendo e aumentando, chegando a render trinta, sessenta e até cem por um”. 9E Jesus dizia: “Quem tem ouvidos para ouvir, ouça”. 10Quando ficou sozinho, os que estavam com ele, junto com os Doze, perguntaram sobre as parábolas. 11Jesus lhes disse: “A vós, foi dado o mistério do Reino de Deus; para os que estão fora, tudo acontece em parábolas, 12para que olhem mas não enxerguem, escutem mas não compreendam, para que não se convertam e não sejam perdoados”.
13E lhes disse: “Vós não compreendeis esta parábola? Então, como compreendereis todas as outras parábolas? 14O semeador semeia a Palavra. 15Os que estão na beira do caminho são aqueles nos quais a Palavra foi semeada; logo que a escutam, chega Satanás e tira a Palavra que neles foi semeada. 16Do mesmo modo, os que receberam a semente em terreno pedregoso, são aqueles que ouvem a Palavra e logo a recebem com alegria, 17mas não têm raiz em si mesmos, são inconstantes; quando chega uma tribulação ou perseguição, por causa da Palavra, logo desistem. 18Outros recebem a semente entre os espinhos: são aqueles que ouvem a Palavra; 19mas quando surgem as preocupações do mundo, a ilusão da riqueza e todos os outros desejos, sufocam a Palavra, e ela não produz fruto. 20Por fim, aqueles que recebem a semente em terreno bom são os que ouvem a Palavra, a recebem e dão fruto; um dá trinta, outro sessenta e outro cem por um”.

- Palavra da salvação.

- Glória a vós, Senhor!

 

 

Liturgia comentada
Caíram em terra boa... (Mc 4, 1-20)

Nas parábolas, Jesus sempre recorre a imagens e situações da vida do povo. É assim que ele nos fala da mulher que amassa o pão, o pescador que lança as redes, a lamparina de azeite que fumega, mas ainda tem vida... Hoje, o Rabi da Galileia mostra terras e sementes. Como ele mesmo interpreta (cf. Mc 4,13ss), a semente é a Palavra de Deus. A terra (e existem vários tipos diferentes!) é o coração humano. Como é bonito, da parte de Deus, ver nosso coração como um terreno ao qual ele confia o precioso tesouro de sua Palavra, que ali deve germinar, crescer e frutificar.

Em um conhecido sermão sobre a Palavra de Deus, o Pe. Antonio Vieira, em pleno Brasil Colônia, já demonstrava que a semente divina não falha nunca, o que pode impedir sua germinação é o tipo de terreno que a acolhe ou a rejeita. Mais recentemente, em sua mensagem para o Dia Mundial das Comunicações Sociais de 2012, com o tema “Silêncio e palavra: caminho de evangelização”, o Papa Bento XVI chamava nossa atenção para o silêncio como condição necessária para acolher a semeadura do Senhor.

“Quando palavra e silêncio se excluem mutuamente, a comunicação deteriora-se, porque provoca certo aturdimento ou, no caso contrário, cria um clima de indiferença; quando, porém se integram reciprocamente, a comunicação ganha valor e significado.”

Esta reflexão nos coloca diante de um traço marcante da sociedade atual: a expansão ilimitada do ruído e da agitação, paralelamente à falta de espaços (dentro e fora do homem) para a semeadura e a germinação da Palavra de Deus.

O Papa comenta: “Se Deus fala ao homem mesmo no silêncio, também o homem descobre no silêncio a possibilidade de falar com Deus e de Deus. Temos necessidade daquele silêncio que se torna contemplação, que nos faz entrar no silêncio de Deus e assim chegar ao ponto onde nasce a Palavra, a Palavra redentora. Quando falamos da grandeza de Deus, a nossa linguagem revela-se sempre inadequada e, deste modo, abre-se o espaço da contemplação silenciosa. Desta contemplação nasce, em toda a sua força interior, a urgência da missão, a necessidade imperiosa de ‘anunciar o que vimos e ouvimos’, a fim de que todos estejam em comunhão com Deus (cf. 1Jo 1,3). A contemplação silenciosa faz-nos mergulhar na fonte do Amor, que nos guia ao encontro do nosso próximo, para sentirmos o seu sofrimento e lhe oferecermos a luz de Cristo, a sua Mensagem de vida, o seu dom de amor total que salva”.

É assim que, em nossos dias, o ruído em altos decibéis e a agitação da vida urbana representam de modo concreto os espinhos e os pedregulhos da parábola, que impedem em nosso interior a floração e a frutificação da Palavra de Deus.

Ah! Se disséssemos como o jovem Samuel: “Fala, Senhor, que o teu servo escuta!”

Orai sem cessar: “E nossa terra produzirá seu fruto...” (Sl 85,13)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
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