SEXTA FEIRA DA IV SEMANA DO TEMPO COMUM
(verde, ofício do dia da IV semana)
Antífona da entrada
- Salvai-nos, Senhor nosso Deus, reuni vossos filhos dispersos pelo mundo, para que celebremos o vosso santo nome e nos gloriemos em vosso louvor
(Sl 105, 47).
Oração do dia
- Concedei-nos, Senhor nosso Deus, adorar-vos de todo coração e amar todas as pessoas com verdadeira caridade. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo.
1ª Leitura: Hb 13,1-8
- Leitura da carta aos Hebreus: Irmãos, 1perseverai no amor fraterno. 2Não esqueçais a hospitalidade; pois, graças a ela, alguns hospedaram anjos, sem o perceber. 3Lembrai-vos dos prisioneiros, como se estivésseis presos com eles, e dos que são maltratados, pois também vós tendes um corpo! 4O matrimônio seja honrado por todos e o leito conjugal, sem mancha; porque Deus julgará os imorais e adúlteros. 5Que o amor ao dinheiro não inspire a vossa conduta. Contentai-vos com o que tendes, porque ele próprio disse: “Eu nunca te deixarei, jamais te abandonarei”. 6De modo que podemos dizer, com ousadia: “O Senhor é meu auxílio, jamais temerei; que poderá fazer-me o homem?” 7Lembrai-vos de vossos dirigentes, que vos pregaram a palavra de Deus, e considerando o fim de sua vida, imitai-lhes a fé. 8Jesus Cristo é o mesmo, ontem e hoje e por toda a eternidade.
- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 27,1.3.5;8b-9abc (R: 1a)
- O Senhor é minha luz e salvação!
R: O Senhor é minha luz e salvação!
- O Senhor é minha luz e salvação; de quem eu terei medo? O Senhor é a Proteção da minha vida; perante quem eu tremerei?
R: O Senhor é minha luz e salvação!
- Se contra mim um exército se armar, não temerá meu coração; se contra mim uma batalha estourar, mesmo assim confiarei.
R: O Senhor é minha luz e salvação!
- Pois um abrigo me dará sob o seu teto nos dias da desgraça; no interior de sua tenda há de esconder-me e proteger-me sobre a rocha.
R: O Senhor é minha luz e salvação!
- Senhor, é vossa face que eu procuro; não me escondais a vossa face! Não afasteis em vossa ira o vosso servo, sois vós o meu auxílio! Não me esqueçais nem me deixeis abandonado.
R: O Senhor é minha luz e salvação!
Aclamação ao santo Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Aleluia, aleluia, aleluia.
- Felizes os que observam a palavra do Senhor de reto coração e que produzem muitos frutos, até o fim perseverantes! (Lc 8,15).
Aleluia, aleluia, aleluia.
Evangelho de Jesus Cristo, segundo Marcos: Mc 6,14-29.
- O Senhor esteja convosco.
- Ele está no meio de nós.
- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Marcos
- Glória a vós, Senhor!
- Naquele tempo, 14o rei Herodes ouviu falar de Jesus, cujo nome se tinha tornado muito conhecido. Alguns diziam: “João Batista ressuscitou dos mortos. Por isso os poderes agem nesse homem”. 15Outros diziam: “É Elias”. Outros ainda diziam: “É um profeta como um dos profetas”. 16Ouvindo isto, Herodes disse: “Ele é João Batista. Eu mandei cortar a cabeça dele, mas ele ressuscitou!” 17Herodes tinha mandado prender João, e colocá-lo acorrentado na prisão. Fez isso por causa de Herodíades, mulher do seu irmão Filipe, com quem se tinha casado. 18João dizia a Herodes: “Não te é permitido ficar com a mulher do teu irmão”. 19Por isso Herodíades o odiava e queria matá-lo, mas não podia. 20Com efeito, Herodes tinha medo de João, pois sabia que ele era justo e santo, e por isso o protegia. Gostava de ouvi-lo, embora ficasse embaraçado quando o escutava. 21Finalmente, chegou o dia oportuno. Era o aniversário de Herodes, e ele fez um grande banquete para os grandes da corte, os oficiais e os cidadãos importantes da Galileia. 22A filha de Herodíades entrou e dançou, agradando a Herodes e seus convidados. Então o rei disse à moça: “Pede-me o que quiseres e eu te darei”. 23E lhe jurou dizendo: “Eu te darei qualquer coisa que me pedires, ainda que seja a metade do meu reino”. 24Ela saiu e perguntou à mãe: “Que vou pedir?” A mãe respondeu: “A cabeça de João Batista”. 25E, voltando depressa para junto do rei, pediu: “Quero que me dês agora, num prato, a cabeça de João Batista”. 26O rei ficou muito triste, mas não pôde recusar. Ele tinha feito o juramento diante dos convidados. 27Imediatamente, o rei mandou que um soldado fosse buscar a cabeça de João. O soldado saiu, degolou-o na prisão, 28trouxe a cabeça num prato e a deu à moça. Ela a entregou à sua mãe. 29Ao saberem disso, os discípulos de João foram lá, levaram o cadáver e o sepultaram.
- Palavra da salvação.
- Glória a vós, Senhor!
Liturgia comentada
Era um homem justo... (Mc 6,14-29)
O profeta que apontou o Cordeiro de Deus também morreu como um cordeiro. Vítima inocente, seu martírio parece pouco valorizado entre nós. Talvez por não ser um “despachante” especializado, como aquele santo casamenteiro ou a santa das causas impossíveis. Ele apenas anunciou, denunciou e morreu.
De fato, a justiça incomoda. Não a justiça distributiva propalada pelas democracias, mas aquela Justiça maiúscula que revela a santidade de Deus encarnada em uma pessoa humana. É o caso de João Batista. Sobre ele, reflete Beda, o Venerável [673-735 d.C]:
“O santo precursor do nascimento, da pregação e da morte do Senhor demonstrou, no momento de sua morte, uma coragem digna de atrair os olhares de Deus”. Como diz a Escritura, “se ele, aos olhos dos homens, sofreu um castigo, sua esperança era portadora da imortalidade”. (Sb 3,4)
Nós temos razão de celebrar com alegria o nascimento para o céu daquele que fez deste dia um dia solene por sua própria paixão, ilustrando-o com a púrpura de seu sangue. E nós veneramos na alegria espiritual a memória desse homem que selou com o selo de seu martírio o testemunho que ele prestava ao Senhor.
De fato, sem nenhuma dúvida, João Batista sofreu a prisão por nosso Redentor, a quem ele precedia por seu testemunho, e foi por ele que deu sua vida. Se seu perseguidor não lhe pediu para negar o Cristo, mas para calar a verdade, mesmo assim é pelo Cristo que ele morreu.
O próprio Cristo disse: “Eu sou a Verdade”. (Jo 14,6) E como foi pela verdade que João derramou seu sangue, foi também por Cristo. Ao nascer, João testemunhara que Cristo iria nascer; ao pregar, João testemunhava que Cristo iria pregar; ao batizar, que ele iria batizar. “E ao sofrer primeiro a paixão, João significava que também Cristo deveria sofrê-la.”
Admiremos ainda mais a figura de João Batista. Todos os santos vieram DEPOIS de Cristo, pisando suas pegadas. João veio ANTES, deixando na areia do tempo as marcas que Jesus Cristo pisaria a seguir. Como precursor (aquele que corre na frente), o Batista aponta e aposta naquele que ainda não havia ressuscitado, em um ato de fé que se antecipa à fé de toda a Igreja.
Aquele que batizava com água foi batizado em seu próprio sangue.
Orai sem cessar: “Fala e não te cales. Porque estou contigo...”(At 18,9b-10a)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
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