L Liturgia

Liturgia de 19 de fevereiro de 2019

TERÇA FEIRA DA VI SEMANA DO TEMPO COMUM
(verde - ofício do dia)

Antífona da entrada

 

- Sede o rochedo que me abriga, a casa bem defendida que me salva. Sois minha fortaleza e minha rocha; para honra do vosso nome, vós me conduzis e alimentais (Sl 30,3).

Oração do dia

- Ó Deus, que prometestes permanecer nos corações sinceros e retos, dai-nos, por vossa graça, viver de tal modo, que possais habitar em nós. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo.

 

1ª Leitura: Gn 6,5-8; 7,1-5.10

 

- Leitura do livro do Gênesis: 6,5O Senhor viu que havia crescido a maldade do homem na terra, e como os projetos do seu coração tendiam sempre para o mal. 6Então o Senhor arrependeu-se de ter feito o homem na terra e ficou com o coração muito magoado, 7e disse: “Vou exterminar da face da terra o homem que criei; e com ele, os animais, os répteis e até as aves do céu, pois estou arrependido de os ter feito!”  8Mas Noé encontrou graça aos olhos do Senhor. 7,1O Senhor disse a Noé: “Entra na arca com toda a tua família, pois tu és o único homem justo que vejo no meio desta geração. 2De todos os animais puros toma sete casais, machos e fêmeas, e dos animais impuros, um casal, macho e fêmea. 3Também das aves do céu tomarás sete casais, machos e fêmeas, para que suas espécies se conservem vivas sobre a face da terra. 4Pois, dentro de sete dias, farei chover sobre a terra, quarenta dias e quarenta noites, e exterminarei da superfície da terra todos os seres vivos que fiz”.
5Noé fez tudo o que o Senhor lhe havia ordenado. 10E, passados os sete dias, caíram sobre a terra as águas do dilúvio.

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 29,1a.2.3ac-4.3b.9b-10 (R: 11b)

 

- Que o Senhor abençoe, com a paz, o seu povo!

R: Que o Senhor abençoe, com a paz, o seu povo!


- Filhos de Deus, tributai ao Senhor, tributai-lhe a glória e o poder! Dai-lhe a glória devida ao seu nome; adorai-o com o santo ornamento!

R: Que o Senhor abençoe, com a paz, o seu povo!


- Eis a voz do Senhor sobre as águas, sua voz sobre as águas imensas! Eis a voz do Senhor com poder! Eis a voz do Senhor majestosa.

R: Que o Senhor abençoe, com a paz, o seu povo!


- Sua voz no trovão reboando! No seu templo os fiéis bradam: “Glória!” É o Senhor que domina os dilúvios, o Senhor reinará para sempre!

R: Que o Senhor abençoe, com a paz, o seu povo!


Aclamação ao santo Evangelho

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

 - Quem me ama, realmente, guardará a minha palavra e meu Pai o amará, e a ele nós viremos (Jo 14,2)

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Marcos: Mc 8,14-21

 

- O Senhor esteja convosco.

- Ele está no meio de nós.

 

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Marcos

- Glória a vós, Senhor!  


-
Naquele tempo, 14os discípulos tinham se esquecido de levar pães. Tinham consigo na barca apenas um pão. 15Então Jesus os advertiu: “Prestai atenção e tomai cuidado com o fermento dos fariseus e com o fermento de Herodes”.
16Os discípulos diziam entre si: “É porque não temos pão”. 17Mas Jesus percebeu e perguntou-lhes: “Por que discutis sobre a falta de pão? Ainda não entendeis e nem compreendeis? Vós tendes o coração endurecido? 18Tendo olhos, não vedes, e tendo ouvidos, não ouvis? Não vos lembrais 19de quando reparti cinco pães para cinco mil pessoas? Quantos cestos vós recolhestes cheios de pedaços?” Eles responderam: “Doze”. 20Jesus perguntou: E quando reparti sete pães com quatro mil pessoas, quantos cestos vós recolhestes cheios de pedaços? Eles responderam: “Sete”. 21Jesus disse: “E ainda não compreendeis?”

- Palavra da salvação.

- Glória a vós, Senhor!

 

 

Liturgia comentada
Não tinham pães... (Mc 8,14-21)

Pobres discípulos! Jesus os adverte contra o fermento – o ensinamento frio e legalista – dos fariseus e eles se sentem recriminados por não terem trazido nenhum pão para a travessia.

Ora, Jesus acabara de multiplicar sete pães de modo a alimentar a multidão de quatro mil pessoas. Diante deste sinal, não deveria ser exatamente o pão a última de suas preocupações?

Nós somos assim: julgamo-nos importantes e responsáveis quando gastamos nosso tempo com problemas concretos, quando a única solução nos vem de graça. Ou melhor, da Graça. A todo tempo Deus derrama sobre nós tesouros de seu amor, mas nós rejeitamos a lição da pequena Teresa de Lisieux e nos recusamos a viver como filhos. Somos gente séria! Há muito a fazer e resolver...

O biblista Hébert Roux comenta com lucidez: “Jesus manifesta seu espanto e sua dor ao constatar que, na realidade, sua própria Igreja, aqueles que ele escolheu e chamou do meio desta geração maldosa, estão prontos a se alimentar do mesmo pão que fariseus e saduceus. A incredulidade, negadora da graça, aparece aqui sob a forma de esquecimento. Eles se esqueceram dos pães; mas acima de tudo esqueceram o sentido do Evangelho e de seus sinais. Eles não chegam a compreender que somente é necessária e suficiente a fé na palavra do Senhor, e que eles já têm ‘tudo’ plenamente nele (cf. Cl 2,10)”.

Qual é o fermento sobre o qual Jesus os põe de sobreaviso? “É tudo aquilo que corrompe a simplicidade da fé – observa Roux -, acrescentando-se a ela: sabedorias ou filosofias do mundo, a tradição dos antigos que aniquila a palavra de Deus e aquela eterna tentação da vista pela qual gostariam caminhar os que pretendem alimentar os homens com outra coisa que não seja a Graça!”

Como se vê, os fariseus resistem ao tempo. Idem, os saduceus. A fé do carvoeiro é motivo de zombaria para os doutores. Não basta a confiança em Deus, é preciso rechear a receita: uns toques de esoterismo, umas pitadas de holística, temperinhos orientais, um molho de autoajuda, mexer bem com a pá pelagiana, ir ao forno do racionalismo. Quanto mais complicado, mais sublime.

E os pobres de Javé? Que fazem eles? Ignorantes dessas sabedorias reservadas a poucos, os pobres vão ao Pão. Em cada Missa, sobre o altar, lá está o Pão milagroso que desce do céu. É de graça. Pura Graça...

Orai sem cessar: “Saciarei de pão os seus pobres...” (Sl 132,15)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
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